quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Freixo de Espada à Cinta - Freixo Duarte d’Armas, com mais de cinco séculos, está a ser intervencionado

No passado sábado os freixenistas viram a sua árvore mais emblemática ser alvo de um debate intenso que contou com a participação de especialistas que estão a intervencionar a árvore.

O Freixo, com mais de cinco séculos, está há um ano a ser alvo de uma intervenção de requalificação que visa melhorar a saúde da árvore secular.

A necessidade de requalificar o Freixo surgiu quando o município quis ver classificada a árvore como Planta Monumental Nacional mas se deparou com a eminência de a árvore morrer, e dessa forma a classificação não pode ser concluída, no entanto o técnico do município responsável pela classificação da árvore, Jorge Duarte, tem esperança que “dentro de pouco tempo a classificação esteja concluída”.

O Freixo mais antigo do país necessitou que especialistas cuidassem dele, de forma a não deixar que uma árvore com tanta história se perdesse.


O cimento que figurava no tronco da árvore e a calçada encostada ao tronco foram alguns dos motivos que levaram a que a árvore fosse ficando cada vez mais debilitada. Para inverter essa situação os técnicos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro da Universidade do Algarve e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tiveram de retirar parte do cimento e da calçada, pois estavam a asfixiar a árvore, não a deixavam respirar nem deixava que as suas raízes absorvessem água.
Para além disso os técnicos tiveram de construir uma estrutura dentro do tronco do Freixo, tornando-o mais forte, já que o interior do tronco está podre, e nas suas ramagens dando novamente estabilidade à velhinha árvore, e evitando que esta se parta ao meio.

Para Luís Martins, investigador da UTAD, o próximo passo é proibir o estacionamento junto ao Freixo, “pois o peso dos veículos faz com que a calçada vá abatendo, o que está a danificar as raízes do Freixo”. Luís Martins teme ainda que a longo prazo, a escultura que agora se encontra ao redor do tronco do Freixo, asfixie a árvore e não a deixe revigorar-se.

O município de Freixo comprometeu-se em tomar medidas relativamente ao estacionamento, pois esta “árvore é a identidade do nosso povo, e de tudo vamos fazer para que se mantenha viva”, disse a presidente da autarquia, Maria do Céu Quintas.

Segundo, Luís Martins, da UTAD, “a idade de um Freixo é de 200 anos, e este tem, pelo que se conseguiu apurar, 500”, um dado que muito contribuiu para que o Freixo fosse alvo de requalificação e de estudo, nomeadamente na área da clonagem, já que as equipas que estão a estudar o Freixo de Duarte d’Armas estão a tentar clonar o Freixo para que este possa vir a figurar noutras zonas do concelho de Freixo, e mesmo em todos os concelhos do país.

O Freixo, que segundo muitos deu o nome à vila manuelina, vai continuar a ser alvo de estudo e de intervenção, para garantir que volta a ser saudável, sendo que atualmente já se verifica que a árvore está a revigorar a bom ritmo.

O debate, que decorreu no sábado passado, foi moderado por Fernando Alves, jornalista da TSF, que recentemente escreveu uma crónica sobre o Freixo, e contou com a presença dos investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, da Universidade do Algarve, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, do Jornalista do JN Eduardo Pinto, e do técnico do município Jorge Duarte, numa mesa redonda de troca de ideias e esclarecimentos sobre o Freixo Duarte d’Armas.

Gabinete de Comunicação da CM de Freixo de Espada à Cinta, 04 de novembro de 2015

Sara Alves

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