«Quando se evoca a fisionomia de
Trás-os-Montes, com culturas de subsistência e grandes aldeias coesas,
raramente de grandes dimensões, vilas distantes, algumas enobrecidas por
grandes igrejas e solares, ela contrasta fortemente com o Douro, embora
contíguo e até há pouco sua principal via de acesso. Mas o rio constitui menos
um efeito de barreira que uma cómoda linha de demarcação, com as margens
simétricas e poderosamente unidas por inúmeros passos do rio, homogéneas na
aparência física, no povoamento que combina lugares, mais do que aglomerados,
constrangidos, com a grande disseminação das quintas vinhateiras, e na mesma
economia dominante de um produto de qualidade, raro e caro, sujeito muito mais
às oscilações da conjuntura internacional do que às do seu insuficiente mercado
interno num país de baixo nível de consumo.» (Orlando Ribeiro. Apontamentos
sobre Trás-os-Montes, 1970. Opúsculos Geográficos. VI. Estudos Regionais, 1995)
Foto A.F.F.M.
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