Década de 1950 |
Alguém a chamar por mim.
Será prof?, será gente?
Gente não é certamente
A “RAPOSA” é que bate assim.
È talvez delírio meu
Mas há pouco, há poucochinho
A dormir sonhava eu
Com um “BOM” vindo do céu
Caindo sobre o meu ninho.Quem bate assim rudemente,
Com tão estranha rudeza,
Que faz calafrio à gente ?
(O pavor põe-me doente)
É “RAPOSA”, com certeza.
Fui ver. A pauta aparecia
Lá no átrio do Liceu
Branca e feia , branca e fria.
Há um ano que a não via
E que dor ela me deu !
Olho através da vidraça,
Vejo tudo em desalinho:
Passa gente e se “NÂO PASSA”
As “NEGAS” imprime e traça
Vermelhas no papelinho.
Fico olhando esses sinais
Dos filhos da copiança
E distingo, entre os demais
Uns ZEROS descomunais
Que fazem gritar VINGANÇA!
Tão horríveis, tão sofridos,
Até tremo só de vê-los,
Bem vincados, retorcidos
ERRES de rabos compridos
Parecem chifres vermelhos !
Que quem já é professor
Sofra tormentos, enfim...
Mas aos CÁBULAS, Senhor,
Porque lhes dais tanta dor,
Porque padecem assim?
E uma infinita tristeza ,
- Soltando profundos ais -
Entra em mim, fica em mim presa,
Cai CHUMBO na Natureza
E na CARTEIRA DOS PAIS !
Leiria , 14 de Março de 2011
Júlia Guarda Ribeiro
Publicado em 30 /03/2011
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esta balada está muito bonita: sugere uma graça, uma ironia muito leve, apesar de chumbo, ironia e ternura de saudades de um tempo passado, saudades nossas, do nosso tempo!
ResponderEliminarTem muita graça e leveza a maneira como é tratado o tema , o chumbo.
Obrigada Júlia!
Tininha
A Lili,autora dos versos, está atrás da Fernanda Brito e à frente do Abílio Dengucho.
ResponderEliminarManeldabila