segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Armando Sena - Na Demanda do Ideal

 


"Ainda era noite, um espesso nevoeiro cobria toda a Francónia, especialmente Nuremberga. Acendiam-se as primeiras luzes das casas e não passava muito das quatro. A temperatura exterior rondava os quatro graus negativos, acompanhados por uma humidade que a transformava em pelo menos, outros tantos.Este era um clima bem diferente do que Videira estava habituado. A temperatura baixa não era novidade, mas com esta humidade… e o pior é que se mantinha um frio de rachar ao longo de todo dia.Videira olhava o teto do quarto da pensão. Entre o candeeiro e a segunda racha, encontravam-se duas aranhas tecendo vagarosamente as suas teias. Lá fora ouviam-se os primeiros operários a partir para as fábricas. Dos ecos das botas a bater na calçada vinha o sinal de alerta que estava na hora. Às seis horas em ponto teria que estar na fábrica a iniciar o turno da manhã.
No estômago sentia ainda o peso do trigo da última Weissbier. As duas que tinha bebido, em conjunto com o excesso de sal do Brezel, tinham-lhe trazido uma insónia como não há memória. Mas Videira desconfiava que não era só isso.
Mas que raio, aquele era um dia diferente, não conseguia livrar-se do pensamento que o tinha assaltado toda a noite.
Levantou-se, vagarosamente dirigiu-se à casa de banho. Tropeçou nas calças estendidas no chão, bateu com o ombro esquerdo na ombreira da porta e foi neste estado que abriu a torneira do lavatório. O contacto com água fria, fê-lo encarar a realidade de uma forma mais decidida. Ia voltar e seria ainda hoje.
Dirigiu-se ao quarto do lado, nem foi preciso bater à porta. Izet, o seu colega de turno, turco, ia a sair apressadamente para a fábrica.
- Não vou, disse-lhe Videira num alemão praticamente impercetível.
- Como, perguntou Izet, lembrando-se dos cinquenta marcos que Videira lhe devia e lhe prometeu pagar no fim do mês."
 
 Excerto do início de Na Demanda do Ideal

LÁ PARA OS LADOS DE ALFÂNDEGA DA FÉ


NORDESTE TRANSMONTANO - EFEMÉRIDES (31/12)

31.12.1791 – Câmara de Moncorvo procede ao rateio pelas freguesias do concelho da verba de 20 mil réis com que o concelho deve contribuir para os ordenados das mestras fiadeiras de seda da fábrica de Chacim.
31.12.1789 – Extracto do Livro dos Acórdãos do Peredo dos Castelhanos:
- (…) Em casas de morada de Faustino ferreira, juiz da vara o dito ano que tem servido (…) estavam os homens do seu regimento e todos juntos para ir entregar a vara e mais nomear os homens do regimento que hão-de servir com o juiz da vara o ano futuro de 1790 com o juiz José Luís Tomás…
31.12.1830 – A câmara de Moncorvo, presidida por Francisco António Soares Borges, “visto o requerimento dos moradores do Larinho, concedem que estes agricultem ou fabriquem terrenos que já em tempo agricultaram para a construção da igreja, altares do dito lugar somente pelo espaço de 6 anos a fim de, com o seu produto, concertar a mesma igreja e muni-la de paramentos precisos à mesma igreja, pagando contudo ao concelho a renda costumada em cada um ano e findos os ditos 6 anos será semeado o dito terreno de pinhais”.

Asilo Francisco António Meireles
31.12.1853 – Decreto de criação do concelho de Macedo de Cavaleiros e supressão dos de Outeiro, Algoso, Santalha e Chacim, em terras do Nordeste Trasmontano.
31.12.1876 – Notícia de que em Algosinho, Mogadouro “achou-se enterrado um bezerro de granito que teria quasi um metro de comprimento e meio de altura (…) partiram-no em pedaços.
31.12.1891 – Nota da Caderneta de lembranças: - é que puzerão as arvores de roda da praça.

31.12.1893 – Notícia da fundação de um Velo-Club em Moncorvo, havendo já 14 associados.
31.12.1908 – Aprovação dos Estatutos do Asilo Francisco António Meireles, de Torre de Moncorvo.
31.12.1947 – Instalação de um aparelho de Raios X no hospital D. Amélia, pertencente à Misericórdia de Torre de Moncorvo.
António Júlio Andrade

domingo, 30 de dezembro de 2012

E.R.Turismo do Douro preocupada com salvaguarda da marca



MONCORVO pertence à E. R. de Turimo do DOURO.
Em Assembleia Geral, a Turismo do Douro manifestou-se preocupada com a salvaguarda da marca Douro que, na opinião daquele organismo, não fica devidamente defendida com a sua fusão com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte.
Reunida em Assembleia Geral no passado dia 21, em Lamego, para aprovar o Plano de Actividades para 2013,a Turismo do Douro analisou também a proposta de Lei de reorganização regional do turismo, tendo sido considerado, por unanimidade, que esta proposta não salvaguarda a marca Douro.
“Face às alterações que conduzem à extinção da Entidade Regional de Turismo do Douro e fusão na Entidade Regional Turismo do Porto e Norte, a Assembleia foi unânime em Entidade Regional de Turismo do Douro considerar que não fica devidamente salvaguardada a marca Douro, que, através de um trabalho em profundidade, se tem vindo a afirmar nos mercados nacional e internacional e se tem mostrado tão importante para a atracção de turistas ao Norte do País e para a própria afirmação da marca Portugal”, afirma a Turismo do Douro em comunicado difundido após a referida Assembleia-geral.
Este organismo manifestou igualmente a sua “preocupação pela situação dos funcionários da Turismo do Douro” apelando a que, caso a proposta de Lei seja aprovada pela Assembleia da República “não descurem os seus recursos humanos e não se criem situações de eventual tratamento desigual face a estruturas análogas”.
A Assembleia-geral aprovou igualmente a continuidade dos actuais órgãos sociais “até à entrada em vigor da nova legislação ou até se clarificar o processo de reorganização”

.TURISVER -28/12
Fotos  A,F,F,M.

AJUM - Associação de Jovens Universitários de Moncorvo


A Associação de Jovens Universitários de Torre de Moncorvo, em conjunto com a Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo, vai desenvolver a sua primeira acção solidária com o objectivo de recolher bens alimentares e vestuário, que reverterá a favor das famílias desfavorecidas do concelho.
 Assim no dia 31, estaremos à entrada dos supermercados Amanhecer, LeaderPrice e Mini-Preço, para lhe entregar um saco onde poderá colocar o seu contributo e devolver no final das suas compras.
 Os alimentos preferíveis são os alimentos não perecíveis, tais como: arroz, massa, enlatados, leite, açúcar, sal, bolachas, leite em pó.
 Pedimos ainda que caso possa contribua com vestuário.

Nordeste Transmontano - Efemérides (30/12)

30.12.1788 – Notícia da Gazeta de Lisboa:
- Escrevem de Mirandela que na igreja de S. Bade daquela vila se acha um corpo inteiro todo móvel, como se fosse vivo, o qual, segundo a tradição, está enterrado há mais de 120 anos e dizem ser uma irmã de certo abade que ali houve das melhores Famílias do Reino, o qual, desconfiando do procedimento da dita irmã, a matou e enterrou ele mesmo…
30.12.1789 – O Juiz da Vara e homens do Regimento da aldeia de Maçores procedem à adjudicação da vezeira dos porcos “a quem mais rebaixasse e fizesse mais conveniência ao povo e para esse efeito disse ele juiz à saída da missa do dia, estando a maior parte do povo junto que quem mais quisesse lançar na vezeira que andava, cada porco a quarta e meia de pão de entrada e que quem tivesse dois maranchos daria dois pães e que com estas condições não houve quem melhor lanço fizesse para o bem comum da república do que foi José Esteves Gonçalo que fez lanço como acima se declara”.
Castro de Avelãs
30.12.1846 – O coronel António de Gouveia Cabral informa que no dia 28 derrotou as forças comandadas por Marçal e que vai pernoitar em Torre de Moncorvo no dia seguinte.
30.12.1860 – A Real Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses propõe a classificação do convento de Castro de Avelãs e dos castelos de Bragança, Moncorvo, Ansiães e Freixo de Espada à Cinta como Monumentos Nacionais.
30.12.1894 – “O Moncorvense” publica um interessante relato de uma viagem de bicicleta, a primeira que houve, entre Torre de Moncorvo e Chaves, feita pelo tenente Alfredo Ferreira Margarido, director do Real Velo-Club do Porto e por António Guerra, vice-presidente do Velo-Club Moncorvense.
30.12.1915 – Iniciação de Artur Saraiva de Castilho, no Triângulo da Maçonaria nº 221, de Freixo de Numão. Esta loja fundada em 1914 naquela freguesia do concelho de Foz Côa funcionou até 1925.
 António Júlio Andrade

sábado, 29 de dezembro de 2012

RETORNADOS E ENGANADOS



Adérito Valverde, 78 anos , natural de Vales ,concelho de Alfândega da Fé, embarcou para Angola em 1953.Empregado e mais tarde patrão de uma cantina/restaurante em Cazombe, Quanza Sul. Regressou em 1975, trazendo dentro da mala alguma roupa e 400 contos, resultado de 23 anos de trabalho. Em Lisboa disseram-lhe que o dinheiro não valia nada, e o IARN deu-lhe 5 contos para regressar a casa. Trabalhou como empregado na Pastelaria Domus, em Bragança,durante 21 anos .Vive em Vales, aldeia com 42 habitantes.

POÉTICA - EXPOSIÇÃO

Patente desde 27 na Poética, a fabulosa exposição de Ana Félix, "Amizades Imperfeitas".







Imagens para se lerem com todos os sentidos. Depois de assimiladas pelo olhar transpiramos poesia e humanidade pelos poros do coração.

Feliz 2013!
V.C.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Douro - passagem de ano

O Douro dispõe, nesta passagem de ano, de variados pacotes turísticos para todas as bolsas, que cada vez mais atraem clientes para uma lareira quente, um passeio todo o terreno ou festas com DJ’s.

O que te anima? por Armando Sena

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O suave sentir do fim da tarde
O enganador idílico pôr-do-sol
O nostálgico enfadonho anoitecer
O efémero e ilusório sonho
O irritante e pontual acordar
O revigorante fresco do banho
O potente e violento trovejar
A chuva triste e sensual
O enleio do vento tentador
O dia que de novo te guiar
Ao fim da tarde
Ao pôr-do-sol
Ao anoitecer

NATAL COM O ALMA DE FERRO

 Fotos tiradas na Escola Secundária Dr. Ramiro Salgado, no passado dia 20.
O grupo Alma de Ferro  actuou para os idosos do concelho de Torre de Moncorvo com a peça  "A menina e o Pai Natal", de Lidia Roque,com   a colaboração do grupo juvenil da Fundação Francisco Meireles.
Além desta actividade, o grupo Alma de Ferro também participou na festa que a GNR ofereceu aos guardas do distrito de Brangança,
Estevais da Vilariça,  Castedo,  Touça e Fundação Francisco Meireles foram outros locais onde o grupo actuou.
Fotos e texto enviados pelo Camané

Leiria,a Júlia e os Contos Temperados





Apresentação em Leiria do livro "CONTOS TEMPERADOS" da nossa Júlia.
Um dos contos:
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2011/11/em-tempo-de-vigaristas-mais-uma-estoria.html

 

VINHAIS - Mortos na Guerra do Ultramar

Enviado por João Luis Gomes Braga

FERRADOSA - ALFÂNDEGA DA FÉ

Foto A.F.F.M..

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Colheita de Incertezas".de Armando Sena


Depois da passagem de Zita Seabra e do Pe. G. Portocarrero de Almada, no dia 19 de Dezembro, para apresentarem o seu "Auto-de-fé", Foi a vez do Armando Sena trazer ao palco da Poética o seu novo romance, "Colheita de Incertezas". O evento teve lugar no dia 22
Sinopse da obra:
E se hoje, após vinte anos, descobrissem um segredo seu?
Sob um suspense contínuo, criado especialmente para aqueles que acham que a vida não é monocromática, que entre o cinzento e o negro há uma paleta infinita de cores, Armando Sena faz desfilar a vida de cinco personagens, vista de um ângulo com janela aberta para o Douro.
... As vinhas e o vinho como pano de fundo, o rio, o seu vale e as encostas, escondem segredos, alimentam paixões, são testemunhas de amores, traições e desencontros.
Nesse palco, vão-se desfiando histórias, digladiando anseios, desenhando frustrações e, do meio do cinzento, emerge o segredo que desvenda a colheita. A certeza de que a persistência é a melhor arma para expiar as agruras do mundo real.
Assim, tal como o rio no seu leito de inquietação encontra a foz, também os sentimentos desaguam num mar de plenitude e serenidade.

Do autor:
Nasceu em Pedome, pequena aldeia de Trás-os-Montes, em 1968. Engenheiro electrotécnico de formação, tem na escrita e na fotografia, mais que passatempos, duas paixões e pontos de referência, partilha e vivência social.
É também autor do romance "Na demanda do Ideal", publicado igualmente com a chancela da Lua de Marfim.
 
 

LARINHO - NATAL

Foto do Natal do Centro Social e Paroquial do Larinho que se realizou no dia 15/12/2012.
Texto e foto enviados por Cláudia Teixeira.

Alfândega da Fé - Câmara vai recuperar a Capela da Legoinha

A obra vai implicar ainda a reconstrução da Capela inserindo-se num projeto mais amplo que poderá resultar na integração dos frescos existentes em cinco templos do concelho numa rota turística/cultural.
Capela de Santo Amaro, na Legoinha.Foto A.F.F.M.
As pinturas murais existentes na Capela de Santo Amaro, na Legoinha, vão ser restauradas, informou o município de Alfândega da Fé. Trata-se de um importante conjunto de frescos datados, ao que tudo indica, do sec. XVI e que ocupam uma área bastante significativa da capela. A obra vai implicar ainda a reconstrução da Capela inserindo-se num projeto mais amplo que poderá resultar na integração dos frescos existentes em cinco templos do concelho numa rota turística/cultural. “A Capela de Santo Amaro há muito que clamava por obras de restauro”, rferiu fonte da Câmara de Alfândega da Fé. Tendo em conta o valor patrimonial dos frescos descobertos em 2007 durante o trabalho de inventariação do património religioso/artístico da Diocese de Bragança /Miranda e, a atual situação de degradação que a apresenta o templo, a Câmara Municipal vai aí efetuar obras de conservação, restauro, estabilização das paredes, da cobertura e das pinturas murais garantindo a salvaguarda do edifício. Trata-se de um investimento de mais de 125 mil euros, financiada em 90% pelo fundo do Baixo Sabor. A obra possível graças a um protocolo estabelecido entre o município e a comissão fabriqueira de Vilarchão é há muito ansiada pelos habitantes da freguesia e é entendida como um importante passo para a dinamização do turismo associado a elementos patrimoniais e históricos. A Capela, inserida no núcleo populacional da Legoinha que, hoje em dia, está completamente desabitado, junta-se a outros locais concelhios para formar o circuito das “Pinturas da Fé”, uma rota que vai ter como elemento agregador as pinturas murais existentes nos espaços de culto concelhios. O percurso abrange a Igreja de Nª Sª da Anunciação de Valverde, a Capela de S. Geraldo de Vale Pereiro, a Capela de Nª Sª do Rosário de Sendim da Ribeira e Capela de Nª Sª de Jerusalém de Sendim da Serra, assumindo a Capela de Santo Amaro as funções de Centro Interpretativo de todo este projeto.
 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

OS ISIDROS – A epopeia de uma família de cristãos-novos de Torre de Moncorvo

OS ISIDROS – A epopeia de uma família de cristãos-novos de Torre de Moncorvo, de António Júlio Andrade e Fernanda Guimarães, teve o seu lançamento no pretérito mês de novembro em Moncorvo, como como não podia deixar de ser. Após esse momento alto foi já apresentado no Porto, na Casa do Infante, e na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro (CTMAD), em Lisboa.
Neste momento tencionamos apresentá-lo em Vila Real, na livraria Traga-Mundos e na Poética em Macedo de Cavaleiros, em datas a anunciar oportunamente.
Se nos quiser seguir :

Macedo de Cavaleiros - A Poética

A Poética nasceu há 11 meses na cidade de Macedo de Cavaleiros, dando forma a vários propósitos: aproximar os livros das pessoas, aproximar as pessoas dos autores, aproximar conceitos e correntes e literárias, promover acções culturais com que toda a comunidade possa crescer.
Ao longo destes meses passaram pelo seu espaço pessoas que lhe trouxeram dignidade, que lhe acrescentaram valor ao deixar a sua assinatura nas paredes invisíveis da sua estrutura imaterial. Aconteceram momentos que ficarão para sempre, partilharam-se pensamentos que se tornarão correntes de uma memória comum que já existe, não formal ou explícita, mas discreta e tácita. E no entanto, deveras sólida.
Fazendo justiça às suas raízes transmontanas a Poética dá especial atenção aos autores nascidos do reino maravilhoso. E às tantas, pelo caminho, alargou a porta de entrada e criou uma loja online para quebrar a barreira da distância.
A Poética continuará a crescer. Diz um dos seus melhores amigos que o melhor está para vir. A Poética acredita neste seu amigo.
[Obrigada, Leonel…]
Convidamo-lo a acreditar connosco.
Conheça-nos melhor aqui: http://poetica-livros.com/Blog/
E não deixe de visitar a nossa loja online aqui: http://poetica-livros.com/loja/.
 
Legenda para a foto:
"Os Anjos Nus" foi um dos livros apresentados no âmbito do II Encontro de Escritores Transmontanos, que aconteceu na Poética em Agosto. O Outro foi "Trás-os-Montes", que trouxe à Poética a simpática presença de Tiago Patricio.
Votos sinceros de um feliz 2013.
Pela Poética,
Virgínia do Carmo

Nota de editor: o conto "Uma cruz na testa,outra nas costas da mão" fala da Amelinha de Vilar Chão.
Veja o depoimento de Alfredo Peixe,filho do fotógrafo oficial da santinha:
http://www.youtube.com/watch?v=1vKa2976KWU

Entre Gouveia e Adeganha


VOLTÁMOS

Torre de Moncorvo (2011)
Faz  hoje três meses e dois dias que se interrompeu a publicação do blogue.
Alguns números :

 66 países, 18 distritos e as duas regiões autónomas com leitores.
Criámos, como apoio, uma página no facebook que tinha 3634 inscrições/amigos(hoje  3792 ,portanto, mais 158) .
Publicámos, segundo os registos estatísticos do Blogger, 2870 posts (mensagens), 9194 comentários recebidos (hoje, 9240 ,portanto ,mais 40) e um histórico total de visualizações de páginas de 530.475 (hoje 564.457,portanto, mais 33.982)
Criámos um álbum com 399 fotografias (hoje com  469)  na nossa página do facebook, com 90  comentários (hoje somam 101) e 157 partilhas (hoje são 182)  e a aprovação (Gosto) de 591 pessoas passou para  647 e mais de 200 partilhas em algumas fotos e centenas de comentários.
Vamos  reeditar  posts antigos no facebook  até ao inicio da segunda fase do blogue que  começará, renovado, a 21 de  Janeiro, quando faz  2 anos e meio ..Entretanto, vamos colocando novos posts à moda antiga
Agradecemos a todos os colaboradores, assim como a todos os leitores que acompanharam e irão acompanhar o nosso blogue
O editor,
Leonel Brito

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ÚLTIMA PUBLICAÇÃO


Comunicado
Há precisamente  26 meses e 3 dias  que iniciámos este projecto.
O modelo (matriz) do blogue esgotou. Necessita de ser repensado em todos os seus parâmetros , e,  portanto, chegou o momento de parar. Se regressar, será com um melhor aproveitamento das novas tecnologias que surgiram durante a vivência do blogue e apostando mais em dossiers temáticos, vídeos e recuperação de publicações antigas colocadas em PDF, como ultimamente já íamos fazendo em regime de experiência.
Alguns números : 66 países, 18 distritos e as duas regiões autónomas com leitores.
Criámos, como apoio, uma página no facebook que tem 3634 inscrições (amigos).
Publicámos, segundo os registos estatísticos do Blogger, 2870 posts (mensagens), 9194 comentários recebidos e um histórico total de visualizações de páginas de 530475 .
Criámos um álbum com 399  fotografias na nossa página do facebook, com 90 comentários e 157 partilhas e a aprovação (Gosto) de 591 pessoas, mais de 200 partilhas em algumas fotos e centenas de comentários.
Agradecemos a todos os colaboradores, assim como a todos os leitores que, desde a primeira hora, acompanharam o nosso blogue.
O editor
Leonel Brito

domingo, 23 de setembro de 2012

António Rodrigues Marques - (Miranda do Douro c.1637 – Londres – 1688)

António J. Andrade
Maria F. Guimarães

Chamava-se Francisco Rodrigues, mas era conhecido pela alcunha de marquês, certamente por ser filho de Marquesa Rodrigues. Nasceu em Miranda do Douro e aí casou com Maria Lopes e nesta cidade, na rua da Costanilha, residiram e tiveram dois filhos machos. O mais novo, nascido por 1637, recebeu o nome de António Rodrigues Marques.
Francisco Rodrigues que, entretanto rumara a Lisboa onde abrira uma loja comercial, faleceu pouco tempo depois. Não sabemos se, nessa ocasião, Maria Lopes e os dois filhos ainda estavam em Miranda do Douro ou residiam em Lisboa. Como quer que fosse, a partir dessa altura, os órfãos ficaram sob a protecção de António Rodrigues Mogadouro, irmão do falecido, cujos negócios prosperavam. Sobre Maria Lopes deixamos de ter notícias. Acreditamos, porém, que tivesse emigrado, tal como seu irmão Jorge Henriques que foi para Livorno, Itália. Encontrá-la-emos mais tarde em Londres.
Porta da Costanilha (1949)
Chegados os anos da juventude e da entrada na vida activa, António foi pelo tio enviado para a cidade da Baía, no Brasil, como agente comercial da firma. E com ele foi também o primo Francisco Rodrigues Mogadouro que, anos mais tarde, no tribunal da inquisição de Lisboa, haveria de confessar:

A MINHA HOMENAGEM AOS “VELHOS” PROFESSORES PRIMÁRIOS,por António Pimenta de Castro

Peredo dos Castelhanos -1974
Dentro de dias vai começar mais um ano lectivo. Para trás ficou mais um merecido mês de Agosto em que o descanso e o convívio com os amigos, nos reconfortou de mais um ano de trabalho. Foi o tempo de falarmos das nossas profissões e, sobretudo, das nossas preocupações com o futuro. E assim foi…
Sou do tempo em que o professor primário (sobretudo a professora, pois estas eram em maior número) era, a par do padre, das pessoas mais consideradas na aldeia, na vila, ou mesmo na cidade. E isto devia-se a muitas razões: à nobreza da sua profissão; ao prestígio da sua posição social no meio em que se inseriam; ao trabalho e carinho que davam aos seus alunos, mas sobretudo à dedicação, ao trabalho e empenho que punham no ensino (às vezes com algum rigor a mais…). Os alunos saíam da escola “primária” a saber. Ainda hoje, quase todos os dias, encontro pessoas com a quarta classe antiga a orgulharem-se de saberem mais (apesar de só terem estudado na sua meninice), do que os seus netos, que andam no ensino básico e mesmo alguns que andam no secundário…( estou a falar, por exemplo do cálculo matemático e da História e Geografia de Portugal). Evidentemente que isto não é culpa dos professores (se calhar os professores são os que menos culpa têm)…mas adiante, que este assunto daria para mangas e o tema do meu artigo de hoje é homenagear o “velho” professor primário e não a crítica ao actual ensino…lá iremos um dia destes…

NORDESTE TRANSMONTANO - JÁ CHOVE!

Serra de Bornes.A.F.F.M.

sábado, 22 de setembro de 2012

FESTIVAL TEMPO D'ALDEIA

Festival Tempo de Aldeia - 26 a 30 de Setembro de 2012 | São Pedro de Rio Seco, Almeida
12.09.2012
É um festival que quer apresentar a aldeia de S. Pedro a quem quer conhecer e envolver-se mais com a aldeia. Os intervenientes serão convidados a partilhar os seus próprios temas de domínio sob a forma de workshops ou palestras, desenvolvendo a interacção humana, aprendizagem informal, partilha de diferentes saberes, sabores e experiências de vida.

Pretende-se criar um maior contacto com a realidade do concelho de Almeida, os seus espaços naturais e as suas gentes.
Muitos convidados vão conversar sobre ambiente, sustentabilidade, novas visões para a agricultura em Portugal, novas soluções para o problema da desertificação do interior e muitas ideias de empreendorismo serão discutidas e propostas aos jovens e graúdos do Concelho de Almeida.
Nas adegas vai-se provar o vinho de São Pedro com muito convivío e bons petiscos para toda a gente.
A Rota do Contrabando será uma aventura por antigos caminhos de Portugal a Espanha, na companhia dos nossos fiéis companheiros, os burros.
As pessoas da aldeia ensinarão as suas artes e ofícios – como fazer queijo, rendas, tricot, crochê, licores caseiros ou sabonetes naturais, como empalhar cadeiras ou como fazer pão de páscoa. Abrirão as suas adegas, partilharão os seus saberes, as suas qualidades como cozinheiros, as suas criações, de artesanato e comestíveis.
Muitos passeios e caminhadas, observação de aves, tractor safari, exposições de pintura, sessões de cinema, contadores de histórias, torneio de sueca, encontro de músicos e de artistas, será um espaço para o convívio, criação e boa disposição.
O festival é organizado pela Comissão de Festas Tempo d’Aldeia, com o apoio da Junta de Freguesia de São Pedro de Rio seco, da Câmara Municipal de Almeida e Associação Rio Vivo, entre outros.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Rio Sabor - 20 de Setembro de 2012

Rio Sabor na Foz, 20/09/2012.
Fotografia enviada por João Luís Gomes Braga

´CONTOS TEMPERADOS.... de Júlia Barros Ribeiro ( Biló)

INFOMAÇÃO:
1. Na próxima Sexta-feira, dia 28, será apresentado o livro de Júlia Barros Ribeiro ( Biló ) em Moncorvo.
A apresentação terá lugar no salão polivalente da Escola Secundária Dr Ramiro Salgado, às 15 horas.
A sessão será presidida pelo Director do Agrupamento de Escolas de Torre de Moncorvo, Dr. Alberto Areosa e pela Coordenadora do Departamento de Línguas , Dra. Teresa Leonardo.
A apresentação do livro
"CONTOS TEMPERADOS com
uma pitada de ironia
uma gota de inocência
um cheirinho de veneno"
está a cargo do Dr. Rogério Rodrigues, também ele escritor e poeta moncorvense.
2. Ainda no dia 28, palas 20 h , no restaurante "Taberna do Carró" e tendo como ponto de partida os "CONTOS TEMPERADOS" , haverá uma Tertúlia Literária à antiga , em que os presentes mostrarão os seus dotes de contadores de "estórias".
Obviamente, tudo isso acompanhado pelos bem temperados petiscos da Dona Dina.
(Inscreva-se: lugares limitados).
 
3. No dia 29, Sábado, o livro de Júlia Ribeiro (Biló) e o de A. Júlio Andrade "CARÇÃO, CAPITAL do MARRANISMO" serão também apresentados na Livraria POÉTICA , em Macedo de Cavaleiros, pelas 15 horas.
Agradece-se a sua presença.

ADEGANHA -CORES DO OUTONO


ALMA DE FERRO - A FARSA DE INÊS PEREIRA


Alma De Ferro Grupo apresenta: Camané, Daniela Serra Cardoso, Esperança Moreno, Paulo Medeiros, Mizé Bé, Américo, Luis Pires, João Almeida, Maria Lemos Lopes, Nando Barreto, Manuela Costa, Beto, Zé, Luis Teixeira (cartaz), Lia (cenário) — em Torre de Moncorvo 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Avenida das Mamudas,por Júlia Ribeiro



SAFO/SOFA
Há pouco, num círculo de amigas e por se falar de escultura, lembrei-me  da minha entrada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em Outubro de 1956. Era tudo muito grande,  tudo muito novo. A Wikipédia informa-nos que  “A nova Faculdade de Letras, construída em 1945-1951, e respectiva envolvente escultórica constituem uma das expressões mais acabadas da arte de cunho totalitário do Estado Novo” .
As estátuas eram de facto desmesuradamente grandes. Soube depois que representavam (da esquerda para a direita) a Eloquência, a Filosofia, a História e a Poesia. 
Ainda andavam trabalhadores a acabar a montagem das estátuas, pois estas vinham em bocados numerados em caixotes.  À primeira vista a tarefa não era difícil. Quanto aos pedestais, não havia problema, porque eram todos iguais. Era apenas necessário  colocar neles  os nomes.  Para tal,  havia que encaixar os cubos de granito com as respectivas letras.  Tudo facílimo. Só que a POESIA era representada pela poetisa  grega  SAFO .  Os trabalhadores olharam para o nome, olharam para a estátua ... 
MAMUDAS
“O quê? Com umas mamas tão grandes, os engenheiros enganaram-se na ordem das letras” .  E corrigiram, pois claro:  SOFA .
Havia quem fosse de propósito ver e fotografar a SOFA. Até acorreram mais turistas.  Mais tarde o erro foi corrigido...
E termino dizendo-vos que aquele largo entre a Faculdade de Letras e a Biblioteca Geral  (que dá acesso à Via Latina)  passou a chamar-se Avenida das Mamudas,  pois havia  (e há)  várias estátuas aprumadas, hieráticas, sem expressão, sem vida,  mas com enormes seios nus.

 Julia Ribeiro , 06.09.2012

PORT WINE,de Joaquim Namorado



Port-Wine, de Joaquim Namorado, in Operário em Construção, Voz de Mário Viegas, Música Original de Luís Cilia, som de Moreno Pinto, Design Gráfico do João Massapina, fotografia de Luís Carvalho

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Oração ao pão


Com quantos grãos de trigo um pão se fez?
Dez mil talvez?
Dez mil almas, dez mil calvários e agonias,
Todos os dias,
Para insuflar alentos n'alma impura
Duma só criatura!
Homem, levanta a Deus o coração,
Ao ver o pão.
Ei-lo em cima da mesa do teu lar;
Olha a mesa: um altar!
Ei-lo, o vigor dos braços teus,
O pão de Deus!
Ei-lo, o sangue e a alegria,
Que teu peito robora e teu crânio alumia!
Ei-lo a fraternidade,
Ei-lo, a piedade,
Ei-lo, a humildade,
Ei-lo a concórdia, a bem-aventurança,
A paz em Deus, tranquila e mansa!
Comer é comungar. Ajoelha, orando,
Em frente desse pão, ou duro ou brando.
Antes que o mordas, tigre carniceiro,
Ergue-o na luz, beija-o primeiro!
Depois devora! O pão é corpo e alma
Em corpo e alma
O comerás,
Tigre voraz.
São dez milalmas brancas, cor de Lua,
Transmigrando divinas para a tua

Abílio Manuel Guerra Junqueiro
VER:
http://www.dailymotion.com/video/xl0o05_guerra-junqueiro_creation
http://www.youtube.com/watch?v=3HmLLJFiE1E&feature=plcp

terça-feira, 4 de setembro de 2012

QUEM MATOU O MANUEL, por Telmo Ferraz


      IN O LODO E AS ESTRELAS. Edição da Casa do Gaiato.
      VER:
              http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2012/09/padre-jose-telmo-ferraz.html

O Vinho

O vinho é que promove a lúcida evasão
Nós apenas seguimos o seu rasto
frágil. entrançado e perdendo-se
(perdendo-mos)na bruma: a redenção.
Se alguém fala então, e o que diz -
não ouvimos: os ouvidos ocupados
em sumir do rumor os mal unidos
elementos, a voz rouca. infiltrada.
A demora fabricando-se por seus
próprios meios, a fim de que o temido
regresso nunca, nunca acontecesse.
Mas sobrevérn a manhã: fantasma nu,
faz de nós estes vultos taciturnos
em rigoroso retorno do país.



In "Aqui e Agora Assumir o Nordeste" (Antologia) de A.M.Pires Cabral .Âncora Editora 
Ver:
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2011/09/ampires-cabral-escaparate-xxxix.html
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2010/12/m-pires-cabral-torre-de-moncorvo.html

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

Rede de emergência médica reestruturada na região


A partir do dia 1 de Outubro entra em funcionamento a reestruturação da rede de emergência médica na região.Além da saída do helicóptero do INEM estacionado em Macedo de Cavaleiros, fecha também a ambulância de Suporte Básico de Vida (SBV), estacionada no centro de saúde Miranda do Douro. Em compensação abre em Macedo de Cavaleiros uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV).O mesmo vai acontecer em Mogadouro.Para mais tarde fica o encerramento da SBV de Torre de Moncorvo e simultânea abertura de uma SIV em Vila Nova de Foz Côa.
Esta reestruturação, que já sido avançada pela Brigantia, foi dada hoje a conhecer pelo delegado regional do Norte do INEM ao presidente da câmara de Torre de Moncorvo que vai perder mais um serviço no seu concelho.Aires Ferreira é cauteloso nas reacções.“Ainda não discutimos o assunto em reunião de câmara e por isso, antes de reagir, preferia debater o assunto com os membros do executivo”, afirma o autarca, salientando que o meio “é importante mas temos alternativa porque há um Posto de Emergência Médica nos bombeiros”.Hoje foi também entregue no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela uma providência cautelar apresentada pelos 12 autarcas do distrito para tentar travar a saída do helicóptero do INEM.O autarca de Moncorvo, que lidera a contestação, considera que a colocação deste meio em Vila Real pode pôr em causa o socorro à população transmontana.“
A região Norte é muito grande em área pois vai desde Valença do Minho até Freixo de Espada à Cinta e haver apenas uma unidade aérea para socorro médico parece-nos claramente insuficiente”, afirma Aires Ferreira. Neste acto de entrega da providência cautelar estiveram presentes representantes de todas as autarquias do distrito, à excepção de Miranda do Douro por motivos de agenda.

Fonte: Rádio Brigantia

VALPAÇOS -II JORNADAS...


Alfândega lidera movimento empreendedor no norte do país


O concelho de Alfândega da Fé está nos lugares cimeiros na lista de criação de novos negócios, só sendo mesmo suplantado pelo do Porto. O dinamismo gerado com a criação do Gabinete de Apoio ao Empreendedor no Município e pelo próprio Prémio EDP Empreendedor Sustentável pode explicar este 2º lugar. Os dados são conhecidos numa altura em que se encontram abertas as inscrições para a terceira edição do Prémio EDP Empreendedor Sustentável.
As inscrições já estão a decorrer e podem ser efetuadas na Câmara Municipal de Alfândega da Fé, junto do Gabinete de Apoio ao Empreendedor. Esta iniciativa assume-se como um incentivo ao surgimento de novos projetos e empresas nas áreas abrangidas pelas Barragens do Sabor e Tua. Uma forma de estimular o empreendedorismo contribuindo para a dinamização da economia local, que se traduz num conjunto de serviços de consultadoria prestados aos empreendedores desde o momento da inscrição até ao da instalação da empresa. A atribuição do prémio monetário é o culminar de todo este processo.
O que é facto é que com a concretização dos modelos/empresas apoiadas na segunda edição deste prémio, Alfândega da Fé alcançou um acréscimo de capacidade empreendedora de 150%. Se se atender que o índice de empreendedorismo relaciona a criação anual de empresas com a população ativa de um concelho, conclui-se facilmente que Alfândega da Fé, com 2.2% da sua população ativa a empreender, é um dos concelhos lideres do movimento empreendedor.
Em dois anos de funcionamento o Gabinete de Empreendedorismo da Câmara Municipal de Alfândega da Fé conta com cerca de centena e meia de empreendedores inscritos. Pessoas interessadas em criar o próprio emprego e que encontram neste serviço o acompanhamento e informações necessárias para o sucesso do seu negócio. Daí que seja também este Gabinete a mediar o processo de relativo ao Prémio EDP Empreendedor Sustentável.

 

Pequenas Memórias “ As bebidas alcoólicas fazem mal à saúde”(VII), por Júlia Barros Ribeiro “

“Grande é a poesia, a bondade e as danças ... Mas o melhor do mundo são as crianças “

Fernando Pessoa
Aí por volta de 1970 , os professores do Ensino Primário começaram a movimentar-se , considerando que os programas deviam centrar-se no aluno, as unidades didácticas deviam progredir de acordo com centros de interesse da criamça e os professores deviam trabalhar com os alunos visando atingir determinados objectivos.
Em 1972 , estava o meu filho na 2ª classe , tinha uma professora excelente que aderira a esses três princípios. Assim sendo, para que o aluno desenvolvesse um tema escrevendo duas ou três frases, não se limitava a dar um título como “A Primavera” ou “A vaca”, como se fazia no meu tempo. As professoras davam uma pequena frase introdutória, como a que serve de título a esta esrorinha. No fim, as crianças tiravam uma conclusão.
Ora, os garotitos da 2ª classe viram-se perante esta afirmação e lá escreveram o que seria correcto dizer sobre o assunto.
O meu filho pôs-se a pensar (o mal era quando ele se punha a pensar) e escreveu:
“As bebidas alcoólicas não fazem mal à saúde, porque o meu pai e o meu avô bebem vinho ao almoço e ao jantar e nunca estiveram doentes. A minha mãe também bebe vinho e até gosta de “wiski”, mas diz que não bebe, porque é muito caro. A minha mãe também está muito bem de saúde. As minhas duas avós, que só bebem água, são as únicas que são doentes. Conclusão: as bebidas alcoólicas não fazem mal à saúde.”
Nós, a família, tivémos a sorte de a professora nos conhecer bem. Se fosse hoje, se calhar teríamos psicólogos à perna, porque o coitadinho do menino vivia numa família de alcoólicos. Precisaria de apoio psicológico, a família de bêbados também ... etc. etc. Modernices.

Leiria, 2011-08-28
Júlia Ribeiro