quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (30/12)

30 Dez. 1846 – O coronel António de Gouveia Cabral informa que no dia 28 derrotou as forças comandadas por Marçal e que vai pernoitar a Torre de Moncorvo no dia seguinte. Este foi mais um episódio das lutas da Patuleia em que o recontro do Pocinho marcou o princípio da queda do poder dos Marçais na região de Ribacôa e do Douro Superior, poder que lhes advinha do apoio do governo de Costa Cabral. Entre os grandes vencedores destas lutas da Patuleia na nossa região deve mencionar-se o Barão de Fozcôa (Francisco de Campos Henriques) e o indigitado Visconde da Alegria (não aceitou a nomeação) António Joaquim Ferreira Pontes, administrador de Torre de Moncorvo.

Sobre o assunto permito-me indicar dois livros:
1 – OS MARÇAIS DE FOZCÔA, por Rafael Marçal, edição do autor, impresso na Imprensa Beleza, Lisboa, 1934.
2 - A QUADRILHA DOS MARÇAIS, de José Silvério de Campos Henriques, ed. Da Imprensa Portuguesa, Porto, 1938.

António Júlio Andrade

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (28/12)

28 Dez. 1395 – O rei D. João I assina o alvará de criação da feira franca de Torre de Moncorvo, com a duração de 15 dias, a começar no dia 1 de Maio de cada ano.


28 Dez. 1843 – Francisco Carneiro de Magalhães e Vasconcelos escreve na Revista Lisbonense uma notícia dizendo que há 13 dias que se não vê o sol em Torre de Moncorvo e que a geada e o frio são demasiados. Mas que a paisagem é bonita: - Goza-se agora de uma vista que arrebata, imitando perfeitamente os fios de uma teia de aranha, festões e flores de finíssimas pérolas ou fiadas de brilhantes”.

António Júlio Andrade

TORRE DE MONCORVO - ILUSTRES

Constâncio Arnaldo de Carvalho nasceu em Moncorvo em 16.11.1876, filho do padre António da Silva. Formou-se em direito pela universidade de Coimbra e exerceu advocacia na sua terra natal, onde ocupou também o lugar de conservador do registo predial. Militou no partido regenerador e chegou a ser director político do jornal local do mesmo partido – O Trasmontano. Com o advento da república, aderiu ao partido democrático e foi administrador do concelho e presidente da câmara. O seu nome ficou ligado à serra do Reboredo, pela sua integração no regime florestal nacional. Em 13.10.1917, foi nomeado governador civil de Bragança. Faleceu em 1928.


In: HISTÓRIA POLÍTICA DE TORRE DE MONCORVO 1890 - 1926 de António Júlio Andrade

domingo, 26 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (26/12)

26 Dez. 1914Na sequência de uma vaga de roubos em igrejas e capelas do concelho de Torre de Moncorvo, foi neste dia saqueada a igreja matriz de Urros, tendo os ladrões levado muitas jóias e objectos de valor. Naturalmente que o caso se constituiu em mais uma acha atirada para a fogueira acesa contra a lei da Separação da Igreja e do Estado e contra o próprio regime republicano, na área do concelho de Moncorvo.

António Júlio Andrade

sábado, 25 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (25/12)

25 Dez. 1857 – Nomeação de Júlio Máximo de Oliveira Pimentel para o cargo de director geral do Instituto Agrícola e Escola regional de Lisboa.

25 Dez. 1904 – Ao cabo de um mês de exercício de administrador do concelho de Torre de Moncorvo, o dr. Ramiro Máximo Guerra foi substituído pelo seu correligionário político João José Alves Hipólito. A propósito, na pg. 111 do meu livro (História Política de Torre de Moncorvo 1890 – 1926), escrevi o seguinte:
- Se o jornal dos lazarões falava do administrador Guerra como um homem ávido de se impor pela tirania e dum lugar de médico municipal do concelho que querem supor vago, vejam como o sucessor era tratado no mesmo órgão de informação, dias depois de tomar posse:
- Na administração deste concelho e com a nomeação do novo administrador sr. Hipólito, já começou o tiroteio das imoralidades: até ao presente são já três as suspensões: um amanuense e dois oficiais de diligências. O crime, o grande crime praticado pelas vítimas da politiquice é o dizerem que são regeneradores!!! A seguir a estes irá o secretário, o nosso amigo Antero Augusto Silva.

António Júlio Andrade

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (18,19,22/12)

18 Dez. 1309 – O rei D. Dinis intervém numa disputa entre os concelhos de Mós e Torre de Moncorvo por causa dos limites dos termos. O pergaminho com a sentença régia faz parte do acervo do arquivo histórico municipal.

18 Dez. 1358 – O rei D. Pedro confirma os foros, liberdades e garantias outorgadas por seu pai ao concelho de Torre de Moncorvo. Este é mais um documento precioso do arquivo histórico.
18 Dez. 1801 – Um grupo de 7 negociantes trasmontanos promove a constituição de uma sociedade que se propõe tomar conta da Real Fábrica das Sedas de Chacim. Entre eles estava João Carlos de Oliveira Pimentel, pai do general Claudino.
18 Dez. 1966 – Inauguração da rede de energia eléctrica da freguesia de Lousa e do edifício da Escola Primária com 4 salas de aula.
19 Dez. 1895 – Nascimento de Cristiano de Morais, em Vila Flor. O baptizado foi na Cardanha, terra de sua mãe, D. Zulmira Amélia Rodrigues. Cristiano de Morais foi médico, director da Maternidade do Porto e um grande homem de letras, colaborador assíduo do jornal A Torre.
22 Dez. 1933 – Publicação do decreto 23383, atribuindo à vila de Torre de Moncorvo a classificação de “estância turística” . Numa época em que tanto se fala de turismo e de reclassificação urbana e que tantos milhões se investem em programas de reclassificação urbana e promoção turística, esta efeméride merece particular realce. E isto por dois motivos:
* Em primeiro lugar, a classificação em si, já que naquele tempo, nenhuma outra terra nordestina ostentava semelhante galardão e a nível nacional contavam-se pelos dedos de uma mão: Sintra, Buçaco…
* Em segundo lugar porque tal classificação ficou a dever-se ao trabalho desenvolvido por um movimento autónomo de cidadãos e não pelas estruturas político-administrativas – o que mostra bem a vitalidade da sociedade civil Moncorvense. Com efeito, foi uma associação intitulada de “Iniciativa e turismo” que promoveu tais diligências, bem como outras acções complementares, a mais importante das quais terá sido a construção do edifício do cine-teatro que, porventura, será ainda hoje a construção mais sólida e conseguida do ponto de vista da arquitectura novecentista da vila. Desta geração de Moncorvenses não poderão esquecer-se os nomes do engº António Eugénio Carvalho e Sá, dr. Balbino Rego e José Miguel Peixoto. Se aqueles trabalharam nos corredores do poder para conseguir o financiamento da obra, este último foi o grande impulsionador da comissão de Iniciativa e Turismo e de todo um conjunto de iniciativas de natureza cultural e recreativa que no segundo quartel do século XIX tornavam famosa a “Sintra Trasmontana” plantada na base do Reboredo. Aliás, datam desses tempos os primeiros cartazes de promoção turística e o lançamento de excursões de comboio a partir do Porto com milhares de turista na época das amendoeiras em flor.

António Júlio Andrade

TORRE DE MONCORVO - NATAL

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (16/12)

16 Dez. 1843 – Ofício do governador civil de Bragança para a câmara municipal de Torre de Moncorvo ordenando que se pare com a obra de demolição do castelo. Este ofício vem no seguimento de uma interpelação feita no Parlamento sobre o assunto. Acrescente-se que a câmara era então presidida pelo progressista e grande liberal António Joaquim Ferreira Pontes e a obra correspondia aos anseios da população na medida em que o castelo não passava já de uma ruína. Porventura foi um grande erro urbanístico e crime de lesa – património.

16 Dez. 1867 – Publicação de um decreto criando em Torre de Moncorvo uma Escola onde se ensine Português, Francês, Administração, Economia Rural e Latim.
16 Dez. 1894 – Notícia do semanário O Moncorvense: -A Dança macabra!! O sr. dr. António Acácio de Castro Valente, que, segundo noticiam os jornais, acaba de ser nomeado lente de teologia do Seminário de Bragança, saiu já para tomar posse do lugar que lhe foi dado como retribuição de importantes serviços.
Para a freguesia dele foi nomeado o nosso amigo padre Machado, da Lousa, ultimamente ordenado e que é modelo de seriedade ainda não eivada duma coisa que nós sabemos.
Para a freguesia de Maçores e Ligares foi nomeado o reverendo José Augusto Tavares, assíduo colaborador deste semanário e nosso particular amigo. A este recomendamos-lhe todo o cuidado com o sr. Regedor, digníssima autoridade do século presente que tendo espancado o pároco antecessor, já transferido para a Aguieira, é bem capaz de querer continuar a mandar no pároco como nos cabos de polícia ou nos bêbados da freguesia. Cuidado com o homem! Dantes aos padres batiam-lhe só da coroa para baixo, agora até na coroa e mesmo no altar!!!
E porque não? Se a santa obediência (!!!) assim o exige! E por causa da santa obediência, o povo não só lhes não paga, como ainda por cima lhes vai aos lombos! Que lástima, santo Deus! Como isto dói!

António Júlio Andrade

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (15/12)

15 Dez. 1904 – Nota do jornal O Trasmontano: - Acetylene. Mais uma nova instalação desta magnífica luz acaba de ser montada nesta vila, em casa dos nobres Viscondes do Marmeleiro, hoje propriedade de seu filho e nosso particular amigo, senhor António Eugénio de Carvalho e Castro, ilustre engenheiro. Foi este cavalheiro quem dirigiu os trabalhos da instalação e isto basta para supor o bom gosto da obra.

15 Dez. 1956 – Notícia do quinzenário A Torre: - Sob a responsabilidade do maestro António Pedro, conhecido através dos microfones da Emissora Nacional, deu-se início, no mês de Novembro findo, aos trabalhos de reorganização da Sociedade Filarmónica Moncorvense, funcionando já um curso de aprendizagem de música com cerca de 50 alunos, com os quais conta, juntamente com outros antigos executantes, formar a banda desta vila.

António Júlio Andrade

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES ( 14/12)

14 Dez. 1870 – Começou a funcionar em Torre de Moncorvo a primeira destilaria de aguardente, instalada na Corredoura por António Caetano de Oliveira.

Nesta mesma data, o administrador do concelho enviava uma circular aos regedores das diferentes freguesias pedindo informações sobre todos os estrangeiros residentes da área de suas freguesias. O curioso desta circular encontra-se na seguinte nota:
- No número de hespanhois não se devem compreender os trabalhadores e criados de servir Galegos.
Sim, nessa altura havia forte contingente de galegos a trabalhar na região do Alto Douro, muito especialmente na plantação de vinhedos e construção dos muros dos socalcos que fazem paisagem duriense património da humanidade. Significa isto que o nível de vida na região do Alto Douro seria muito superior ao da Galiza, contrariamente ao que acontece nos nossos dias. Significa também que havia mais afinidade entre Trasmontanos e Galegos do que entre Portugueses e Espanhóis ou até mesmo entre Galegos e Hespanhóis.

António Júlio Andrade

sábado, 11 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (11/12)

11 Dezembro 1929 – Morte de Artur Pires, na sua Quinta do Carvalhal, freguesia do Felgar, terra de sua naturalidade. Fez estudos liceais no Porto e transitou para Coimbra, ali passando alguns anos, dizendo-se estudante de Direito. Ignoro se esteve ou não matriculado na universidade, mas a verdade é que nunca se formou, para grande desgosto de seu tio o comendador Pires que, no Brasil amealhou grossos cabedais e no Felgar construiu um autêntico palacete. Trindade Coelho, em “In Illo Tempore”, no quadro do “Saraiva das Forças”, retratou-o do seguinte modo:

- O Cara Fatal, um caloirão como umas casas, com grandes prosápias de valentão e que, de um coice que apanhara em pequeno, tinha na cara um costurão enorme que lha arregoava de alto a baixo.
Artur Pires foi presidente da câmara e administrador do concelho de Moncorvo mas o seu nome ficou mais ligado ao jornal Alma Trasmontana que se publicou, de modo algo intermitente, nos tempos da Primeira República.

António Júlio Andrade

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (09/12)

9 Dezembro 1609 – Continuamos seguindo a viagem do cónego de Évora Severim de Faria:


22ª Jornada. 9 Quarta-Feira. De Mencorvo a Vila Nova de Foz Côa há duas léguas a primeira até o rio, de caminho de serra, e a maior parte de outra, por um fresquíssimo vale que já descrevemos; o restante desta légua é uma subida de uma serra altíssima, a qual desce em profundíssimos vales tão íngremes e alcantilados que mete pavor aos que olham para tão baixo e contudo, pela multidão da gente, esta empinada encosta é cultivada de vinhataria excelente e de muitos figueirais e olivedos de que se lhes colhe muito fruto.

9 Dezembro 1895 – Notícia do semanário O Moncorvense desta data: - Está instalada nesta vila, provisoriamente, uma Fundição de Sinos. Já foram fundidos alguns e em especial um para Vila Real e vão ser fundidos dois para a torre da nossa igreja que se partiram, tendo a data de 1728.

António Júlio Andrade

TORRE DE MONCORVO - GDM X TIRSENSE (2007)














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Na fotografia da esqerda ,Sílvio e José Aires; na da direita ,a nossa claque

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (08/12)

8 Dezembro 1596 – Famoso auto de fé da Cruz Verde, o primeiro deste género e o mais célebre que se realizou na cidade do México. A efeméride tem interesse porque, dos 67 réus presentes no palco (muitos condenados à fogueira, por judaizantes), a maior parte deles eram originários da região do Nordeste Trasmontano, nomeadamente de Mogadouro, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Vila Flor e Alfândega da Fé. Uma dezena destes pertencia à família de Dom Luís de Carvajal de la Cueva, nascido na região, por 1539, uma das figuras mais importantes da história da colonização do México e da zona meridional dos Estados Unidos, a ponto de ganhar o epíteto histórico de El Conquistador. Com efeito, no ano de 1579, ele partiu de Sevilha acompanhado por 100 povoadores cristãos-novos quase todos recrutados da região sul do Nordeste Trasmontano, em um barco por si comandado, com um alvará do rei Filipe II que o encarregava de descobrir e colonizar o Nove Reino de Leão (região Norte do México, Texas e Florida – USA) e nomeando-o governador do mesmo Reino cuja capital ele estabeleceu na cidade de Monterrey.

A importância deste Trasmontano foi reconhecida pelos Mexicanos que, há muitos anos, lhe erigiram uma estátua equestre na praça mais central de Monterrey e uma outra, na cidade do México, dedicada a seu sobrinho, do mesmo nome, considerado um mártir do judaísmo e que passou à história com o epíteto de Lumbroso .
Também nos Estados Unidos da América a memória de “The Conquistador” permanece bem viva. Ainda no ano de 1998 foi composta uma ópera com esse título, apresentada pela Ópera de S. Diego e na qual a figura do Conquistador é interpretada pelo tenor Myron FinK, com libreto de Donald Moreland e a seguinte apresentação: - Dom Luís de Carvajal – Extraordinário conquistador – fundador da cidade de Monterrey – defensor dos direitos dos índios – firme na fé católica – mas, maldição! – de ascendência judaica, é, inevitavelmente, vítima da Inquisição Mexicana.
Incrivelmente, este homem tão celebrado pelos estrangeiros, é completamente ignorado e desconhecido na sua pátria e na sua terra natal.
8 Dezembro 1609 – Seferim de Faria, cónego da Sé de Évora deslocou-se nesta data a Miranda do Douro, acompanhando o novo bispo nomeado para esta diocese. Da sua viagem deixou um relato e dele consta o seguinte:
- 21ª Jornada. 8 do Mês – De Vila Dala a Moncorvo há 7 léguas, nela fizemos de noute. Nesse caminho, duas léguas da Vila, encontramos dois lobos ao longo da estrada, um deles tamanho como de um pequeno bezerro, que devia ser fêmea por um cachorro pequeno que o seguia. Foi sempre tão seguro que nunca se espantou dos nossos brados. Há nesta terra muitos e são mui daninhos e cada dia crescem mais por o descuido que há nas montarias dos povos e somente se lhe faz algum dano com o prémio que el-Rei manda dar a quem os caça e desnunha dando as peles em sinal da morte, as quais depois os almoxarifes apresentam em Lisboa nas suas contas

António Júlio Andrade

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (07/12)

7 Dezembro 1958 – Inauguração da nova rede de eléctrica na vila de Torre de Moncorvo. Recorde-se que o primeiro grupo gerador das barragens do rio Douro internacional, instalado em Picote, entrara em funcionamento no dia 17 de Janeiro do mesmo ano de 1958. Por mim devo dizer que não sei como era a rede anterior e também a central eléctrica, instalada na Corredoura, segundo creio. Penso que será oportuno que os mais antigos dos Moncorvenses vivos nos expliquem essas coisas.

LISBOA - APRESENTAÇÃO DE LIVRO E REVISTA

 Conforme foi oportunamente anunciado, realizou-se na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro,em Lisboa, a apresentação da revista Colégio Campos Monteiro e do livro HISTÓRIA POLÍTICA DE TORRE DE MONCORVO 1890 – 1926 .Acorreu ao acto quase uma centena de pessoas, que tiveram a oportunidade de confraternizar durante o almoço que precedeu a apresentação das duas obras.
Usaram da palavra o organizador do evento e presidente da AAACCM, eng.Ramiro Salgado, a vice-presidente da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, dra.Maria de Lurdes Vaz Marques,o editor e proprietário da editora Âncora, dr. Baptista Lopes. A dra.Júlia Ribeiro, directora da revista, fez a sua apresentação,e o jornalista Rogério Rodrigues apresentou o livro de António Júlio Andrade,o qual finalizou a sessão proferindo breves palavras sobre esta sua obra .

 Na primeira fotografia à esquerda :Batista Lopes ,M. Vaz Marques,Júlia Ribeiro,Ramiro Salgado.
 Na primeira fotografia à direita :Batista Lopes,Maria Vaz Marques,António J. Andrade,Rogério Rodrigues.

domingo, 5 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (05/12)

5 Dezembro 1841 – Numa circular então enviada pela câmara municipal de Torre de Moncorvo às juntas de paróquia do concelho pode ler-se: - A câmara municipal de Moncorvo, em sessão de 28 de Novembro próximo passado deliberou que cada um dos moradores deste concelho plante 2 amoreiras, 2 cerdeiras e 6 amendoeiras onde for terra própria.

5 Dezembro 1896 – Neste dia se iniciou a numeração das casas e colocação de placas toponímicas nas ruas da vila de Torre de Moncorvo, trabalho adjudicado ao empreiteiro João António Pontes, de Vila Nova de Fozcôa, por 46 mil e 800 réis.

António Júlio Andrade

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (04/12)

4 Dezembro 1875 – Frei Miguel da Madre de Deus (1739 – 1827) foi arcebispo de Braga. Por sua morte, alguns objectos religiosos pessoais ficaram para o cónego Joaquim Rodrigues Ferreira Pontes, deputado vintista por Trás-os-Montes. À morte deste, tais objectos passaram para o seu sobrinho dr. António Joaquim Ferreira Pontes, o “cara estanhada” de alcunha e figura maior do Liberalismo na região do Douro Superior, que por anos a fio travou uma feroz luta político – militar com os Marcais de Fozcôa. Não sabemos se por dificuldades financeiras ou outras razões, o facto é que, em determinada altura decidiu desfazer-se dos citados objectos e propôs a sua aquisição à câmara municipal de Torre de Moncorvo, na qualidade de administradora dos bens da igreja matriz. A câmara aceitou e nomeou uma comissão para avaliar a proposta de compra. Vejam a acta lavrada a propósito, em 4.12.1875:


- (…) Achando-se presente o ilustríssimo presidente da câmara, o ver. Pároco de Felgueiras, Alípio José Alves e o bacharel Claudino do nascimento, egresso da congregação do Oratório, e o bacharel em direito e teologia Augusto Duarte Areosa, previamente convidados por deliberação da câmara na qualidade de administradora dos bens e rendimentos da igreja matriz desta vila, pelos 3 peritos foi dito que, examinando os objectos sagrados e alfaias que foram do ver. Arcebispo de Braga D. frei Miguel da Madre de Deus e actualmente pertencem ao bacharel António Joaquim Ferreira Pontes desta vila, viram que eles se compunham dum Santo Cristo de marfim, duma cruz e peanha entalhada em madre pérola; 3 sacras também entalhadas de madre pérola representando todos os actos da vida e paixão do Redentor; uma cruz dourada com 13 relíquias de vários santos; 2 retratos a óleo em tamanho natural representando o mesmo arcebispo de Braga e o outro o padre José Gomes da Costa, natural de Moncorvo e superior que foi da Congregação das Missões em Roma; 3 casulas com os demais pertences, uma de fio de prata e as outras duas de fio de cobre; 2 panos de seda para a adoração da Cruz; 2 pares de síngulas de seda; 2 almofadas tecidas a fio de cobre; um relicário com relíquias de vários santos; um cálix e patena de prata dourada. Declaram os peritos que todos estes objectos valiam muito mais que os 411 mil réis pelos quais os cedia o seu possuidor, isto tudo pelo seu valor intrínseco, como pelo valor artístico, histórico e religioso.

Este documento tem interesse para a identificação dos objectos em causa, que continuarão certamente fazendo parte do recheio da nossa igreja matriz, além de que muito se tem falado nos últimos tempos, na constituição de um museu de arte sacra em Torre de Moncorvo.

4 Dezembro de 1933 – Morte do médico e grande homem de letras Abílio de Campos Monteiro.

António Júlio Andrade

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (03/12)

3 Dezembro 1894 - Pelo meio dia e meia hora a vila de Torre de Moncorvo foi sobressaltada pelo estrondo de um tiro. Foi o comerciante Ernesto Aires que deu um tiro na mulher.

3 Dezembro 1899 - V ejam a nota que escreveu Justiniano de Castro na sua Caderneta,sobre a maneira como o administrador do concelho de Moncorvo - o regenerador Pontes - recebeu o candidato a deputado progressista Barbosa de Abreu Lima: - apareceu aqui o Doutor Barbosa e o Sr. Doutor Abilio da Costa Pontes comprimrntou e no meio do cumprimento perguntou-lhe por o saco.

António Júlio Andrade

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (02/12)

2 Dezembro 1899 - O secretário da administração do concelho escreveu a seguinte nota na sua Caderneta de Lembranças: - o administrador ramiro Guerra mandoume à recebedoria da camara, ó thizoireiro que me deçe a folha para assignar e o dinheiro dos oito dias que já tinha de serviço

TORRE DE MONCORVO - CONVITE

17 Dezembro 2010, 18:00

Na sede da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, Lisboa
Lançamento do livro
Na Intuição do Tempo de António Sá Gué

Casa de Trás-os-Montes
Campo Pequeno, nº50 - 3º Esq
Lisboa.

Nota:convite enviado por Rui Carvalho

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (01/12)

1 Dezembro 1618 – Manuel Rodrigues Isidro, um grande capitalista de Torre de Moncorvo regressava a casa, vindo de Madrid por Lisboa. Na passagem por Coimbra, foi preso pela Inquisição, acusado de se comportar como judeu. No entanto, depois de ler o seu processo, fica-se com a ideia de que na origem desta prisão estariam motivos políticos mais do que religiosos. Com efeito, uns meses antes, ele escrevera uma carta ao rei Filipe III (de Espanha, II de Portugal) denunciando várias tropelias cometidas pelos homens da nobreza e governança de Torre de Moncorvo, nomeadamente o desvio de dinheiros públicos resultantes da venda em hasta pública das roldanas, da madeira e das cordas utilizadas para se fazer a cobertura da igreja matriz, o que motivou a prisão de umas 9 ou 10 pessoas da maior nobreza da terra. Claro que estes não perdoaram ao denunciante e, mercê das influências que tinham em Lisboa e nas cúpulas da Inquisição, conseguiram que o Isidro fosse preso, sob pretexto de ter feito práticas judaicas. Aliás, desde há muitos anos que Manuel Isidro, a sua família e a generalidade dos cristãos-novos de Torre de Moncorvo sustentavam um forte luta política com os camaristas e a elite da nobreza dita cristã-velha da terra. Um episódio dessa luta acontecera em 17 de Maio de 1599, quando o meirinho Diogo Monteiro, o juiz Francisco da Rosa Pinto, o escrivão Bartolomeu de Castro, o padre e familiar da Inquisição Pascoal Camelo e outros mais “caíram sobre ele às estocadas e o matariam se não se refugiasse na sua casa” à rua dos Sapateiros. Saiu da refrega com alguns ferimentos e “metade da sua mão decepada”. Seguiu-se uma devassa feita pelo dr. António Cabral, da Relação do Porto, de que resultou a prisão de alguns e a fuga de outros para o couto de Miranda do Douro. O meirinho Diogo Monteiro e o padre Pascoal Camelo, por seu turno, fizeram um outro relatório, denunciando que ele blasfemara “jurando pelas tripas de Deus e dos santos” e que fizera práticas judaicas, do que havia testemunhas, as quais indicavam. Este relatório foi entregue ao vigário geral que o mandou para o arcebispo de Braga e este para a Inquisição. Para ali também escreveu Manuel Isidro a defender-se, tentando provar que tudo não passava de uma conjuração. Deste caso, nada resultou, como se vê do processo nº 5151 do tribunal da Inquisição de Coimbra. Isto em 1599.

Em 1618 foi diferente. Manuel Isidro ficou preso em Coimbra durante 5 longos anos ao fim dos quais o libertaram declarando-o inocente! Nessa altura terá desistido de lutar e meteu-se a caminho da Flandres onde se encontravam já alguns dos seus familiares, professando livremente a religião mosaica e reconstruindo o seu império comercial e financeiro. Ele (ou um sobrinho com o mesmo nome? – a dúvida persiste) terá sido um dos 20 fundadores do Banco de Hamburgo, o primeiro que existiu a nível mundial, segundo creio.

1 Dezembro 1947 - O Jornal Notícias deste dia publicava uma reportagem assinada por EE com o título seguinte: - Carviçais, a maior freguesia de Moncorvo inaugurou o telefone.

Será que alguém de Carviçais se lembre de ter participado no acto e queira partilhar connosco?

António Júlio Andrade

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