sábado, 26 de novembro de 2011

FOZ CÔA

Nordeste Transmontano - EFEMÉRIDES (26/11)

26.11.1281 – O rei D. Dinis terá “pousado” nesse dia em Santa Cruz da Vilariça onde assinaria uma carta criando a feira de S. João da Pesqueira.
Ver:http://lelodemoncorvo.blogspot.com/2010/09/torrede-moncorvo-santa-cruz-da-vilarica.html

Santa Cruz da Vilariça
26.11.1661 – Testamento de D. Francisca Borges de Meneses, proprietária do morgadio do Mendel e de todo o termo do Peredo dos Castelhanos, no qual deixa dinheiro para a criação de um Recolhimento de senhoras na vila de Torre de Moncorvo.
26.11.1752 – Notícia da captura de 140 veados e gamos na Quinta da Nogueira, em Mogadouro, propriedade dos Távoras. Os animais capturados seguiram como oferta ao Rei para repovoamento das suas tapadas de Mafra e Salvaterra. À época esta quinta era exemplar no que respeita ao seu ordenamento agro-florestal e também ao património construído, sobressaindo um monóptero maravilhoso, no que respeita à sua arquitectura e enquadramento paisagístico, deixando adivinhar os passeios românticos e os tempos de lazer em contacto com a natureza.
26.11.1893 – Notícia do semanário “O Moncorvense” sobre o hospital de Moncorvo cujo projecto está a ser desenhado por Bernardo Doutel:
- A obra fica muito boa e, sem dúvida, ficará sendo, como edifício hospitalar, um dos primeiros da província trasmontana. Cremos até que, como hospital civil, será o primeiro”
António Júlio Andrade

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Torre de Moncorvo recebe Jornadas Municipais de Empreendedorismo

Torre de Moncorvo recebe Jornadas Municipais de Empreendedorismo e Dinamismo Empresarial Sabor 2011

Associação Comercial e Industrial de Moncorvo acolhe ,hoje ,dia 24 de Novembro, as Jornadas Municipais do Empreendedorismo e Dinamismo Empresarial Sabor 2011, com a temática “Recursos Naturais e Sustentabilidade”.
O encontro tem início às 14h00 com o acolhimento dos participantes, às 15h00 decorre o painel “Ideias e Oportunidades” e às 17h00 “Recursos e Meios”. No decorrer da iniciativa estão ao dispor dos participantes um mercado do empreendedor, um balcão de informação sobre o prémio EDP Empreendedor Sustentável, um balcão de incentivos e financiamento e um quiosque documental.
O evento é promovido pela EDP através da GLOCAL e em parceria com os Municípios de Alfândega da Fé Miranda do Douro, Macedo de Cavaleiros, Torre de Moncorvo e Mogadouro e tem como principal objectivo sensibilizar a população para o empreendedorismo e dinamização da economia local.
A iniciativa insere-se no âmbito do Prémio EDP Empreendedor Sustentável que tem como finalidade dinamizar uma cultura de empreendedorismo, fomentar a participação e criatividade individual e colectiva das populações, identificar e explanar oportunidades de negócio, apoiar o empreendedorismo através de formação e consultoria especializada, facilitação institucional e facilitação de acesso ao financiamento adequado.
Os interessados podem participar nesta acção inscrevendo-se no site do Município de Torre de Moncorvo ou em http://www.iniciativaglocal.eu/.

sábado, 19 de novembro de 2011

TRÁS OS MONTES - Moncorvo

Ver o álbum do blogue em: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.212819392104851.62639.100001303740645&type=3#!/media/set/?set=a.212819392104851.62639.100001303740645&type=1

MONCORVO - Comissão de Iniciativa e Turismo (1934)

Cine-teatro e Jardim(1951)
Foi no dia 30 de Março de 1934 que tomou posse a recém-criada Comissão de Iniciativa e Turismo, assim constituída:
Jaime Tibério Machado (presidente) Amadeu Augusto Barreiros, Abílio António de Campos, Adriano José Almeida S. Pires e Aníbal Augusto Serra.
A fonte de receitas era um adicional sobre as contribuições comerciais e industriais e o “imposto turístico” pago pelos estabelecimentos hoteleiros e similares. O seu principal objectivo era a promoção do turismo. Uma das primeiras iniciativas desta Comissão foi pedir a classificação da vila como estância turística, com a classificação e delimitação de vários sítios dentro do perímetro urbano da vila e das serra do Reboredo e de S. Bento.
Em 12 de Dezembro de 1935, a Comissão foi substituída pelos seguintes elementos:
Antero Augusto Silva (presidente), Olímpio Julião Serra, Abílio António de Campos, Abel Adriano Almeida Gomes e Emídio Augusto Mateus.
O grande objectivo desta Comissão foi a construção de um edifício que servisse para Sede da mesma Comissão de Iniciativa e Turismo e também para Sede da Associação dos Bombeiros., Biblioteca Pública e Teatro Municipal. Na prossecução desse objectivo, o primeiro acto concreto foi tomado na reunião de 9.1.1936, em que se deliberou enviar um ofício ao Engº António Eugénio Carvalho e Sá que então trabalhava no gabinete do Ministro das Obras Públicas e Comunicações, dizendo:
- Já que tomamos sobre os ombros cansados a pesada tarefa do Turismo neste concelho, vamos tentar a construção de uma casa que sirva, ao mesmo tempo, de Teatro e casa dos Bombeiros. É, porém, desejo unânime desta Comissão entregar nas mãos de Vª Exª a escolha do arquitecto que haja de encarregar-se da planta e caderno de encargos para o processo de comparticipação e consta lhe não recuse esse sacrifício, em nome da terra que nos viu nascer. Esta Comissão muito agradecerá a Vª Exª toda a sua cooperação e a ajude a desbravar o mau terreno para se poder chegar ao fim mais depressa, não vá aprovar-se mui cedo o Código Administrativo que termina com as Comissões de Iniciativa. É por esta razão que pedimos a maior urgência na vinda do arquitecto. Agradecendo as suas determinações, nos confessamos com a maior consideração e estima de Vª Exª… O presidente, Antero Augusto Silva.
Igreja Matriz
Depressa andou a elaboração do projecto pois que em Maio seguinte, aproveitando as comemorações do dia 28 de Maio (feriado do regime), foi um membro da Comissão a Lisboa, entregar o processo no Ministério das Obras Públicas. Em 9 de Junho seguinte era autorizado o pagamento de 5 000$00 pelo projecto ao arquitecto Arménio Losa.
 Em 14.9.1936 procedia-se ao pagamento de 10$00 no Ministério das Obras Públicas pela licença de construção e em 14.11.1938, fazia-se o primeiro pagamento ao empreiteiro da obra – Abílio Monteiro. Prosseguiram os pagamentos, conforme a obra ia sendo executada… até que em 31.12.1936, a Comissão foi extinta e a responsabilidade pela promoção do turismo na terra e pela construção do sonhado edifício do Cine – Teatro, Biblioteca Pública e Sede dos Bombeiros passou para a Câmara Municipal. E também passou o saldo financeiro da comissão de Iniciativa e Turismo, no montante de 40 631$37.

Texto enviado por António Júlio Andrade

MONCORVO - Escola Industrial (tardes desportivas)








 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

MONCORVO - Jantar de amigos


Jantar em casa do Jorge do talho, na rua da Misericórdia, ano 76 / 77.Da esquerda para a direita: Henrique Moura, esposa Rosário,senhor António Carró, Luis Fernando,Acácio , Manuel Ferreira ( mais conhecido por Manuel Quinta Branca ), Edmundo do Peredo, Aleixo,Carlos Silva, Pacheco, Chico Preto, meu irmão.

Fotografia e texto de Luis Santos

MONCORVO - Freguesias :umas morrem,outras ficam.

DOCUMENTO VERDE DA REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL

As listas que disponibilizamos são o produto do trabalho realizado pela ANAFRE, resultante da aplicação dos critérios publicados no «Documento Verde da Reforma da Administração Local».
Este trabalho pode, eventualmente, sofrer de alguns desvios involuntariamente introduzidos e a corrigir logo que detectados.
URROS
A ANAFRE vai encetar as negociações com o Poder Central, debatendo este documento e apresentando propostas de alteração e eliminação de alguns critérios.

FREGUESIAS A AGREGAR EM TORRE DE MONCORVO:

CARDANHA , CASTEDO, FELGUEIRAS, MAÇORES , MÓS ,PEREDO DOS CASTELHANOS , SOUTO DA VELHA , URROS .

FELGAR
FREGUESIAS A MANTER:
AÇOREIRA ,ADEGANHA ,CABEÇA BOA,CARVIÇAIS ,FELGAR ,HORTA DA VILARIÇA
LARINHO ,LOUSA ,TORRE DE MONCORVO.

VER: http://www.anafre.pt/


http://www.anafre.pt/noticias/imagens/FREGUESIAS%20A%20AGREGAR.pdf
http://www.anafre.pt/noticias/imagens/FREGUESIAS%20A%20MANTER.pdf
Nota : um bem-haja a Conceição Lucas da Silva pelos dados sobre este tema no mural da Cardanha.

ADEGANHA - 1974

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

S. Martinho de Maçores recebe em festa o povo de Morille

A edição deste ano da festa do povo de Maçores, dedicada a S. Martinho (11-13.XI), sem que tivesse olvidado os aspectos tradicionais que a caracterizam e distinguem de todas as outras festas báquicas, teve uma forte componente raiana, pois foi visitada por uma numerosa embaixada do município de Morille (província de Salamanca), encabeçada pelo delegado do governo espanhol na província, pelo alcaide de Morille, a sua tenente-alcaide e demais vereação, além de vários professores da Universidade mais antiga da Península Ibérica, acompanhados do tradicional tamborileiro (tocador de flautas e tamboril).Com efeito, a presença de tantos castelhanos, cerca de uma centena, deveu-se ao facto daquele simpático povo salmantino vir retribuir a participação de Maçores no seu IX Festival de Poesia e das Artes no Meio Rural e II Encontro Transfronteiriço de Poesia e Arte de Vanguarda, que decorreu de 8-10 de Julho passado.
Os responsáveis pela Câmara Municipal de Morille e pela Associação Cultural El Zurguén (Morille), haviam estado na Páscoa em Maçores, na sessão ordinária da assembleia geral da Associação Cultural e Recreativa de Maçores e a convite dos seus órgãos de gestão, para apresentarem uma proposta formulada pelo poeta vanguardista extremenho Antonio Gómez, que consistiu no seguinte:
Confeccionarem as mulheres dos dois povos uma gigantesca bandeira (6m x 4m), a partir de retalhos de tecido de uso comum e usado, de cor branca. A “bandeira branca” da amizade. Metade seria realizada em Maçores e a outra metade em Morille. Assim se fez. Com registo de vídeo durante a sua execução.
Bandeira que foi exibida durante a realização do conceituado festival vanguardista, agora completa, com a metade que os representantes de Maçores transportaram. E assim permaneceu durante os três dias, no Centro de Promoción y Estudios de la Vía de la Plata y del Viaje, sendo que no final, sobre ela foi projectado o vídeo realizado em Maçores e em Morille.
Foi um momento de grande simbolismo, pois representou a fraternidade entre os povos da raia. Ou se quisermos, o (re)encontro de parentes tão próximos mas que há muito se encontravam separados pela linha de fronteira, linha que as ditaduras reforçaram e só agora se começa a esbater, através deste e de outros gestos que felizmente vão acontecendo.
Que esta(s) actividade(s) venha(m) a ter como corolário a geminação entre estes dois povos.
O presidente da Junta de Freguesia de Maçores, na despedida, prometeu que para a próxima, as actividades seriam ainda melhor planeadas e a festa melhor organizada -preocupação que se compreende pois a aldeia não estava habituada a receber tanta e tão distinta gente- e que para o ano que vem, seriam os maçoranos a deslocarem-se de autocarro a Morille.

Sítios recomendados (portal do Ayuntamiento de Morille e reportagem da RTVE):
Carlos d’Abreu

Moncorvo - Brinde (anos 60)



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CUMBITE - Ls Quatro Eibangeilhos

"Cun esta traduçon cuido que la lhéngua mirandesa queda mais rica, la bibliografie de la Bíblia ye acrecentada cun mais ua lhéngua i la cultura pertuesa tamien ganha algo na sue riqueza i diversidade."

"Com esta tradução, penso que a língua mirandesa fica mais rica, a bibliografia da Bíblia é acrescentada com mais uma língua e a cultura portuguesa também ganha algo na sua riqueza e diversidade."

Fermento de Liberdade, de ANTÓNIO SÁ GUÉ













FEIRA DO LIVRO TEMÁTICA: O PORTO E A SUA HISTÓRIA

O Museu Militar do Porto, ciente da sua missão, com especial incidência na preservação e divulgação da história e cultura militar, e em particular na cidade onde está inserido, vai levar a efeito uma feira temática intitulada: o Porto e a sua História.
Integrada no evento estão previstos o lançamento de livros e um ciclo de conferências que abordará aspectos específicos da cidade:
Dia 22 de Novembro de 2011, pelas 18 Horas
Lançamento da obra Fermento de Liberdade de ANTÓNIO SÁ GUÉ, apresentada
por JOEL CLETO;
Lançamento da obra Lendas do Porto, de JOEL CLETO, obra apresentada por
LUÍS COSTA.
Dia 29 de Novembro de 2011, pelas 17:30 Horas
Memória Industrial do Porto, conferência proferida por CÉSAR SANTOS SILVA
O Porto Rebelde, conferência proferida por JOEL CLETO;
A feira estará patente ao público no espaço expositivo do museu (Pavilhão de
Armas), desde 22 de Novembro a 4 de Dezembro de 2011, com o seguinte horário:
De Segunda a Sexta-feira: das 10H00 às 19H00 Aos fins-de-semana: das 14H00 às 19H00
VER:
http://lelodemoncorvo.blogspot.com/2010/12/ultreia-caminho-sem-bermasde-antonio-sa.html

MONCORVO - Bom Apetite

terça-feira, 15 de novembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MONCORVO - BANCO DE MEMÓRIA II

A Terra do Chiculate I


Clique nas imagens para ampliar.

A Terra do Chiculate II

 
 Clique nas imagens para ampliar. 

A Terra do Chiculate III

  Mais informação nos links abaixo:

http://lelodemoncorvo.blogspot.com/2011/05/emigracao-escaparate-xxv.html



http://www.torredemoncorvo.pt/apresentac-o-do-livro-a-terra-do-chiculate-e-inaugurac-o-da-exposic-o-a-aldeia


http://noticiasdonordesteultimas.blogspot.com/2011/08/terra-do-chiculate-relatos-da-emigracao.html


http://www.tribunadouro.com/artigo/1385


http://4.bp.blogspot.com/eHVGIJMNMzs/TlKec3bltcI/AAAAAAAAC%20mw/ve-W0PbpdLc/s1600/convite+%2528imagem%2529.jpg


http://lelodemoncorvo.blogspot.com/2011/07/fafe-terra-do-chiculate-de-isabel.html


http://lelodemoncorvo.blogspot.com/2011/07/o-trigo-dos-pardais-escaparate-xxxiii.html


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sábado, 12 de novembro de 2011

MONCORVO - MINAS DE FERRO

Moncorvo - Minas de Ferro ( Ferrominas )

Uma estória do coração, por Júlia Guarda Ribeiro

Volta e meia, é noticiado nas TVs , nas rádios e nos jornais europeus – Portugal incluído – que as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade e morbilidade na Europa. Estudos de 2003, 2005 e 2008 referem que, se em 2003 este tipo de doença foi responsável por 2 milhões de mortes nos então 25 países da União Europeia, em 2008 esse número mais que duplicou. Os custos com as doenças cardiovasculares dispararam de 169 mil milhões de euros em 2003 para mais de 300 mil milhões em 2008. E estes números tendem a aumentar assustadoramente.
Pressinto que terei deixado os leitores assaz apreensivos com estes números consternantes.
Por isso, para descontrair, aqui vai uma estória verídica passada com um doente do foro cardíaco internado num hospital no norte do país.
Uma manhã, a cardiologista que estava a dar consulta, foi surpreendida pelo pedido urgentíssimo de uma jovem que, lavada em lágrimas, lhe dizia:
“ Sra. Dra., venha lá cima, por favor. Venha ver o meu pai. Ele quer tirar o soro e arrancar os tubos. Quer ir embora já ” .
“ Disparate. Qual ir embora já, qual carapuça. No fim da consulta lá irei. Vá, vá lá e diga ao seu pai que esteja sossegadinho”.
“Já lhe disse isso mesmo. Mas quem o convence? Até parece que não está bom da cabeça. Quer saber, Sra. Dra? Ele contou-me uma estória incrível, e disse que, se ficar cá, esta noite alguém o vai matar”.
“Que tolice é essa agora?”
“Oh, Sra. Dra., venha depressa, que ninguém o segura”.
A médica interrompeu as consultas e lá foi ver o que se passava. O doente, homem dos seus 45 anos, estava devidamente medicado e até apresentava um aspecto saudável. Ocupava a segunda das três camas da pequena enfermaria. Na terceira cama estava um paciente idoso, de olhos esbugalhados de terror provocado pela estória que o Sr. António contava. A primeira cama estava vaga. “Então, Sr. António, que se passa?”
“Quero ir-me embora. Tirem-me daqui. Pelas alminhas, tire-me daqui, Sra. Dra.”.
“Mas porquê, Sr. António?”
“Se fico cá, eles vêm matar-me esta noite”.
“Eles? Eles, quem?”
“Os três mascarados que, na noite passada, mataram o homem que estava nessa cama aí, ao pé da porta” . E, baixando a voz, contou em segredo: “ Eles vieram, pela calada da noite, pé ante pé, e deram uma carga de porrada ao pobre homem. Os três aos murros ao desgraçado. Deram-lhe tantos socos que o mataram. Só descansaram quando o viram morto. Depois levaram-no. Saíram a correr, para ninguém dar por nada. Aqui o coitado do velhote já quase que não vê nem ouve. Mas eu vi e ouvi tudo. Se fosse eu que estivesse nessa cama, a esta hora o morto era eu. Eu bem sei que eles voltam cá esta noite e matam-me a mim. Quero ir-me embora…”
A médica a custo continha o riso. Explicou então ao doente , à filha e ao velhinho aterrorizado que “eles” eram um médico e dois enfermeiros que, na noite anterior, tiveram de prestar cuidados de reanimação ao paciente da cama ao pé da porta e isso incluiu uns socos valentes no peito do doente . Depois, naturalmente, levaram-no numa maca o mais depressa possível para os cuidados intensivos, onde ainda se encontrava.
Porém, para o Sr. António que, na cama ao lado, em pânico, caladinho que nem um rato, assistira à cena de pancadaria, haviam sido “três mascarados que, pela calada da noite”, tinham vindo dar uma sova de morte ao desgraçado que teve o azar de estar na cama ao pé da porta. Só não lhe calhara a ele, porque a sua cama era a do meio. Portanto, pelo sim e pelo não, o melhor era pôr-se ao fresco.
Custou a convencer o Sr. António!

Leiria, 4 de Novº de 2011
Júlia Guarda Ribeiro

FELGAR -VELHAS PROFISSÕES (1975)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

LEVA LEVA E MANEL DA MALA

O texto é do Rogério Rodrigues

Moncorvo - Outono

Dia Europeu do Enoturismo


O  Porto da região de Moncorvo
Várias entidades do Douro convidam todos os portugueses a um brinde com vinho do Porto, no domingo, Dia Europeu do Enoturismo, uma iniciativa que marca o arranque das comemorações do décimo aniversário da classificação da região como Património Mundial.
A UNESCO classificou o Alto Douro Vinhateiro (ADV) a 14 de dezembro de 2001. No âmbito das comemorações dos 10 anos após a distinção como Paisagem Cultural, Evolutiva e Viva, o Douro apela e convida para um "Brinde a Portugal e aos Portugueses", no domingo, data em que se celebra o Dia Europeu do Enoturismo.
A proposta é para que o brinde seja proporcionado, às 13:00 em ponto e em todo o país, pelo maior número de restaurantes, bares, lojas e locais. A intenção do "Brinde a Portugal e aos Portugueses" é a de que os portugueses promovam também, em suas casas, às 20:00, um brinde à família, aos vizinhos e aos amigos.
(Lusa)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

FOGUETEIROS, LOUCEIROS, TECEDEIRAS (1974)

O Felgar estava na minha agenda por várias razões, uma delas pessoal: é de lá, e lá tem a mãe, o meu camarada de redacção Afonso Praça. Como primeiro contacto que este havia-me indicado o chefe da estação dos correios, um homem amável e bem-disposto, excelente cicerone – o sr. Guimarães. Quando o procurei, entretinha-se a colar selos numa série de cartas de gente da aldeia para a parentela emigrada.
Do sr. Guimarães vieram-me indicações concretas sobre a terra e os habitantes. O Felgar, uma das aldeias mais importantes do concelho, está em mutação como praticamente todas elas: a variante chama-se «emigração». Constroem-se casas, recebe-se dinheiro, aplica-se este num sem-número de investimentos (não apenas as casas). Velhos ofícios vão morrendo: se passou a era dos ferreiros, famosos muito quilómetro em redor, o mesmo destino parece vir a ser o dos louceiros e das tecedeiras. Porque já não há quem queira agenciar a vida sentada ao tear ou diante da roda, na perspectiva de ocupações mais pingues. Tecedeiras são actualmente três ou quatro, e nenhuma jovem. Louceiro resta um.
Até os fogueteiros lançam mão de outros trabalhos. O mais conhecido criou de raiz uma fábrica de pimentite (colorau) …
O Felgar, onde existem dois cafés, está a mudar. Para melhor? É essa a opinião de residentes, diferente a de moncorvenses cépticos. Rica do ponto de vista agrícola, a aldeia tem neste momento, uma fonte de rendimento mais notória: as remessas da emigração. Se um dia as minas de hematite rearrancarem no Carvalhal, a dois ou três quilómetros do Felgar, o ritmo de vida dos felgarenses poderá vir a ser diverso.

In TORRE DE MONCORVO , Março de 1974 a 2009. De Fernando Assis Pacheco ,Leonel Brito, Rogério Rodrigues. Edição da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo

Torre de Moncorvo - Outono

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cordeiros Galeria - O Mito de Prometeo












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"A Cordeiros Galeria nascia em 1994, como uma aposta firme na Arte, sem excepção, destacando as obras que encerram em si a emoção e o mistério que a verdadeira Arte sempre suscita no espectador. A obra de arte é concebida pelo Homem, com uma postura determinante, mas dirigida ao Homem, um ser vivo e sensível, que, com a sua reacção à mesma, a completa, lhe dá sentido e a enriquece.

Muitos artistas, poetas, criadores, têm repetido ao longo da História que a Arte não significa nada, mas tem que fazer sentido. O mestre Julio Augusto Zachrisson, um panamiano que reside em Espanha há quase meio século, costuma dizer, com a fina ironia que o caracteriza, que «a Arte não serve para nada, mas é absolutamente necessária».
A Arte é constantemente tocada pelas antenas magnetizadas da poesia, do prodígio; caso contrário, é outra coisa. A realidade da procura, e não a representação; a presença, a dimensão que nos obriga a questionarmo-nos, a iniciar outros caminhos. Yves Bonnefoy, poeta e ensaísta de Arte, contemplador de olhar anelante, do lugar onde floresce a neve e emerge a luz, explica: «uma grande obra não é tanto o êxito de uma pessoa, mas a oportunidade que dá a outras para relançarem a procura». Que seria do pintor, do escultor, do fotógrafo, do poeta, sem leitores, sem coleccionadores, sem essas pessoas apaixonadas que, com a sua resposta, física ou espiritual, dão sentido às suas obras e permitem o seu desenvolvimento?..."
Tomás Paredes

Presidente da Associação de Críticos de Arte de Madrid
Ver: http://www.cordeirosgaleria.com/galeria.html
Nota: A Cordeiros Galeria é propriedade do moncorvense Agostinho Cordeiro.

domingo, 6 de novembro de 2011

Cinco marmanjos e três donzelas, por Júlia Ribeiro


Mais uma do Camané:
 Nas férias de Verão, os estudantes que não tinham mesadas dos pais e que, diga-se em abono da verdade, nem tinham nada que fazer, aproveitavam esses quase 3 meses de costa ao alto, para arranjar trabalho e ganharem uns cobres .
O Camané conta a sua experiência no verão de 1977 :
- Tinha aí os meus 15 anos e andava por ali aos caídos. Numa tarde, estava eu a dar lustro às calças nos bancos da Praça Francisco Meireles, quando um amigo veio sentar-se junto de mim e disse :

Lamelas
 - Eh, pá, acorda. Amanhã vou trabalhar para Lamelas. 
- Onde é isso?
- Não sei bem; parece que é prós lados do Carvalhal.
- E vais fazer o quê?
- Não sei. Vão mais colegas nossos. Rapazes e raparigas também. Não queres ir? Nem chega aos cem paus, mas dão jeito.
- Quero. Quem é o patrão?
- A Câmara de Moncorvo.
E o nosso amigo Camané foi ganhar , tal como os outros, oitenta mil reis por dia.
- Oitenta marrecos, não era muito, mas evitava a vergonha de ter de pedir à mãe cinco escudos para uma cerveja.
Éramos cinco rapazes : eu, o meu irmão Luis Ricardo, o José Marrana, o Acácio Queija e o Vítor Moreira e três raparigas. Não me lembro dos nomes delas , mas lembro-me que eram bonitas nas suas T-shirts justinhas e nos calções de ganga bem curtos. Os olhos ficavam-nos presos nas coxas das cachopas e o seu riso claro era música que nos atordoava. Andávamos todos pelos 15, 16 anos. E, se em vez de oitenta, me pagassem quarenta, também aceitava.
O nosso trabalho não era leve: juntar pedra e carregá-la para o valado donde partiam as condutas da água para Moncorvo. Enquanto juntávamos e carregávamos a pedra, procurávamos estar sempre perto das miúdas e lá vinha uma conversa mais ou menos inocente e algumas gargalhadas .
- Ó rapazinho, não te pagam para conversas e risotas. Toca a trabalhar. – Era o chato do capataz.
- Ó rapazinho, onde é a ida? – Outra vez o fona do capataz.
- Vou atrás daquela fraga, ou não posso?
- Sei bem o que vais fazer. Olhaste demais prás nalgas das raparigas. Estás de volta daqui a 3 minutos, ouviste?
Rezina do homem. Até nos fazia corar.
O Camané continua o relato da sua rotina naquele longínquo verão de 1977:
- Às 8 horas da manhã apresentávamo-nos no Depósito da Câmara Municipal de Moncorvo. Era nos baixos do Tribunal. (Este local servia também para albergar um macho que recolhia o lixo da vila).
O camião da Câmara, conduzido pelo fiscal Emilio, estava à nossa espera todos os dias para levar o pessoal ao local de trabalho.
- Ó Sr. Emílio, tem de mandar substituir o Volvo.
- Bem preciso era. Se eu mandasse...
O fiscal Emílio lá levava as 37 pessoas para Lamelas..
- Mas o fiscal Emilio não nos ia buscar. Tínhamos que nos arranjar como pudéssemos. Depois do trabalho, às 3 h da tarde, o capataz dava o sinal para arrumar a ferramenta e então era ver 37 pessoas a correr para a berma da estrada para apanhar boleia de Lamelas para Moncorvo . Nessa altura era uma estrada do ‘lá vai um’.
O capataz, não me recordo do nome - para nós era sempre o avô da Cristina - às 3 horas da tarde, era o primeiro a ir para a estrada e o primeiro a apanhar boleia. E ponto final.
Um dia a boleia dele surgiu pelas duas e meia da tarde. O carro apitou e ele não sabia o que fazer: era muito cedo para largar o trabalho, mas tinha que aproveitar o momento. Colocou o saco da merenda no carro e, depois de entrar, pôs o braço fora da janela e deu o sinal de arrumar a ferramenta.
Foi uma correria para a estrada. E foi um dia de sorte a dobrar porque, pouco depois , apareceu uma camioneta de caixa aberta que parou e lá nos arrumámos os 34 marmanjos, mais as 3 donzelas.
Fonte de Lamelas
Às 4 horas da tarde, já todos , lavados e frescos, estávamos plantados na Praça Francisco Meireles, para espanto dos residentes dos bancos, dos passeantes da dita praça , dos funcionários da Câmara e do próprio Presidente, que era o S. Marrana.
Só falta dizer que os homens ganhavam 120$00 ( pá e pica) e as raparigas 70$00. Mereciam ganhar, pelo menos, o mesmo que nós, os rapazes, pois trabalhavam mais.
E o Camané concluiu:
Tempos duros: levávamos um farnel e no dia seguinte e no outro e no outro, às 8 h da manhã, lá estávamos nos baixos do tribunal, onde pernoitava o macho que fazia a recolha do lixo da vila ...
O Camané contou; Júlia Ribeiro escreveu.
Leiria 3 de Nov.º de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

BRAGANÇA (Distrito) - "RANKING" ESCOLAS

                                                               Ensino Secundário
                                                                Ensino Básico
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