sábado, 31 de março de 2012

TORRE DE MONCORVO - HINO

Zulmira morreu -Crónicas da sobrevivência e da morte V,por Virgínia do Carmo


 Os olhos de José

 Talvez um dia o pequeno José venha a descobrir a temperatura precisa de cada cor e possa assim pressentir com a ponta dos dedos os contornos das coisas para além dos declives e saliências das formas. Zulmira nunca se cansava de dizer-lhe como eram belos os seus dedos. Transparentes a todas as verdades. Permeáveis à honestidade do seu rosto. Muito mais puros que os outros olhos. Os que todos temos. Zulmira encontrava em José a paz de chorar e sorrir com uma sinceridade que não se mostra aos olhos de ninguém. Mas que somos capazes de contar aos dedos do nosso pequeno filho. Com a voz despida de ciscos. Com os lábios abertos às lágrimas.
Zulmira sabia que talvez os nove anos de José não fossem divisíveis em dias, mas em plúmbeas e arrastadas sequências temporais múltiplas desses dias. Dos dias dos outros. Uma medida a que ainda ninguém conseguiu dar nome. A compreensão de tudo era para si um esforço para além do que devia exigir-se a um menino de nove anos. Por isso Zulmira sabia que os nove anos de José talvez não fossem, afinal, nove anos, mas nove vezes o tempo em que se propagava o seu esforço. Isso descansava um pouco Zulmira, que olhava para o seu filho e imaginava um verdadeiro homenzinho. Capaz de ver o que os seus outros filhos nunca haveriam de ver. Mas os seus pés ainda não caminhavam sozinhos. E havia passos que à data da morte de Zulmira o pequeno José não sabia dar por si. Também o pequeno José procurava e precisava da mão da sua mãe. Para fazer melhor tudo o que já fazia. Para aprender o que não aprendera ainda. Para descobrir todos os obstáculos por vir. Para ir à rua e memorizar todos os caminhos possíveis.
Desde a morte de Zulmira José não voltou à escola por muito tempo. José esperava que um dia alguém se lembrasse que tinha dedos. E que com eles poderia guardar no pensamento o mundo e todas as coisas que existem. Como a sua mãe lhe ensinara. “Meu pequeno José, os teus dedos são um milagre de Deus!”, dizia-lhe.
E por isso José, que é cego, que não conhece as cores, mas que conhecia a temperatura precisa da mão da sua mãe, sabe que tem dedos. E na ponta dos seus dedos é tão maior e mais depurada a saudade do rosto de Zulmira.
E talvez um dia o pequeno José venha a descobrir como colorir o chão monocromático da ausência doída da sua mãe. Mas há uma cor irrepetível. Que se foi para sempre.
Virgínia do Carmo

sexta-feira, 30 de março de 2012

Roubo de torneiras no Vale da Vilariça agrava situação de seca

Há mais de uma semana que não está a funcionar o regadio do Vale da Vilariça, em Trás-os-Montes, o que agrava o problema da seca. A situação resulta do roubo de dezenas de torneiras e dos estragos de diverso material dos agricultores, casos já a ser investigados pela GNR.

Ver:

Roubo de torneiras no Vale da Vilariça agrava situação de seca - País - Notícias - RTP

Da Malcata ao Reboredo -Férias













Foz Côa e a praia fluvial da Congida  ,Freixo de Espada à Cinta.
Fotos enviadas por R.C.

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Moncorvo - Plano Director Municipal

Está em discussão pública até 25 de Maio o Plano Director Municipal de Torre de Moncorvo. Os interessados poderão analisar os documentos na Biblioteca Municipal e na página da internet do Município. Para consulta estão os seguintes documentos: Avaliação Ambiental, Inventário do Património Arqueológico e Arquitectónico, Plano de Ordenamento e Condicionantes, Rede Natura, Mapa de Ruído, Carta Educativa, Estudo de Caracterização, Proposta de Regulamento, Proposta do Plano e Parecer Final do Processo de Revisão.
LER MAIS:
http://www.torredemoncorvo.pt/index.php?option=com_acymailing&ctrl=archive&task=view&mailid=25&key=cdece4e5dae45d6604de8518b7a90ba3&subid=133-77c1ef234bf35ace2a34c7671bf5ab94




quinta-feira, 29 de março de 2012

Casa em Urros

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TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (29/03)

29.03.1912 - A Junta de Paróquia de Maçores, como administradora dos bens das Confrarias da aldeia faz entrega de 850.000 réis na Repartição de Finanças.
António Júlio Andrade

MACEDO DE CAVALEIROS - CONVITE

Nota sobre o autor:
Armando Sena nasceu em Pedome, pequena aldeia de Trás-os-Montes, em 1968.
 Engenheiro electrotécnico de formação, tem na escrita e na fotografia, mais que passatempos, duas paixões e pontos de referência, partilha e vivência social.

Torre de Moncorvo assinalou Dia Mundial da Árvore

A Praça Francisco Meireles, em Torre de Moncorvo, recebeu dia 22 de Março, durante a tarde, a comemoração do Dia Mundial da Árvore com diversas actividades desenvolvidas pelos alunos do ensino básico do concelho.
No total cerca de 182 alunos participaram na acção e em grupos pintaram com tintas coloridas alguns painéis alusivos ao dia da árvore, onde se destacam as flores, as árvores, os frutos, a natureza, tendo alguns deles dado um toque mais pessoal aos seus desenhos. Todas as crianças assinaram ainda o respectivo nome numa fita que colocaram numa árvore que ficará em exposição na Biblioteca Municipal.
Durante a tarde esteve também patente na Praça Francisco Meireles uma exposição com desenhos elaborados, anteriormente, pelos mesmos alunos, também relacionados com a temática do dia da árvore e com a floresta.
No final, a vereadora responsável pelos espaços verdes do Município, Alexandra Sá, ofereceu a cada escola uma árvore para posteriormente ser plantada.

terça-feira, 27 de março de 2012

Moncorvo - Travessa das Amoreiras (1977/2012)













A fotografia a preto e branco foi enviada pelo dr.Fernando Garcia.

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Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo recebem donativo de Associação “O Leme”

segunda-feira, 26 de março de 2012

ADEGANHA - IGREJA







Fotos A.F.M.

“Ao entrar em Adeganha, o viajante pasma diante da grande e única laje granítica que faz de praça, eira e cama de luar no meio da povoação”
“…a igreja é esta. Não caiu em exagero quem a gabou.
A igreja da Adeganha é coisa para se ter no coração”

José Saramago, Viagem a Portugal
Ver:
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2010/09/torre-de-moncorvo-adeganha.html

Moncorvo - Mudam-se os tempos ...






Fotos A.F.M.

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domingo, 25 de março de 2012

DOURO - Apoios ao Investimento no Turismo

Reunião de Trabalho sobre Apoios ao Investimento no Turismo – uma acção útil
A Reunião de Trabalho, sob o tema “Apoios ao Investimento na área do Turismo”, organizada pelo Gabinete de Turismo da Associação de Municípios Douro Alliance – Eixo Urbano do Douro, realizada  dia 20 de Março, superou as expectativas da organização em termos de adesão. Na sala do Wine Bar do Museu do Douro estiveram presentes cerca de três dezenas de participantes oriundos de diversas áreas de negócio: empresários e quadros superiores da restauração, de empreendimentos turísticos e da animação turística assim como potenciais investidores. O orador, Dr. Miguel Mendes do Departamento de Informação/Apoio ao Empresário do Turismo de Portugal, captou a atenção dos presentes abordando e explicando temas tão úteis e actuais como as condições de acesso aos novos Avisos SI Inovação, SI Qualificação e Internacionalização PME e respectivo processo de candidatura, as tipologias de investimentos elegíveis no âmbito do Pólo de Competitividade e Tecnologia Turismo 2015, a nova linha “Crédito ao Investimento no Turismo - Protocolo Bancário” entre o Turismo de Portugal, I.P e as instituições de crédito e as linhas de Crédito PME Investe e PME Crescimento. As opiniões recolhidas no final da sessão revelaram uma audiência satisfeita e esclarecida que considerou o tema proposto como sendo útil e importante na actual conjuntura económica e social. O sucesso desta acção e o interesse manifestado pelos participantes justificam a necessidade de manter a aposta do Gabinete de Turismo da Associação Douro Alliance em apoiar directamente os agentes locais no desenvolvimento e crescimento da sua actividade turística.
Fonte:
http://www.tribunadouro.com/artigo/1946
Fotos de responsabilidade do editor.A.F.M.

Moncorvo - Páscoa (2010)























Fotos A.F.M.

PRIMEIRA REPÚBLICA -UM MINISTRO DA FOZ


Francisco António Correia nasceu em Moncorvo(Foz do Sabor),a 9 de Novembro de 1877, e veio a falecer em Lisboa, a 8 de Fevereiro de 1938.Era filho de Francisco Correia Ralha e de mariados Prazeres Morais de Sampaio e Melo. Havendo concluído o curso de comércio pelo Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, virá adirigir essa instituição entre 1917 e 1928 e a exercer aí a docência até 1938.Prosseguirá, em paralelo, uma carreira no âmbito da diplomacia e das relações externas, ao longo da qual desempenhou diversos cargos e funções, como, por exemplo, membro da missão intelectual que acompanhou o Presidente da República ao Brasil (1922), responsável pelas negociações para a concretização de um modus vivendi com a França (1923), representante de Portugal na Conferência Económica Internacional na Sociedade das Nações (1927), director-geral dos Negócios Comerciais e Consulares (1929), lugar que ocupou quando ascendeu a ministro plenipotenciário de 1.3 classe, e presidente da Comissão de Propaganda e Turismo de Portugal no Estrangeiro, alcançando o ponto mais alto como titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, entre 26 de Junho e 19 de Julho de 1920. Voltaria, por uma última vez, ao Executivo, no papel de ministro das Finanças, entre 19 de Outubro e 5 de Novembro de 1921. Além dos referidos cargos, integrou, logo a seguir à sua formatura, os Serviços das Alfândegas (de que seria mais tarde chefe), foi vogal do Conselho Superior de Comércio e Indústria e desempenhou o lugar de vice-reitor da Universidade Técnica, entre 1936 e 1938. Sem filiação partidária e gozando de independência política, aderiria à Ditadura Militar, como, anos antes, fizera parte do primeiro corpo directivo da Seara Nova, revista de inspiração liberal. Foi sócio da Academia das Ciências e do Instituto de Coimbra, havendo publicado diversos títulos de índole económico-financeira, como Elementos de Direito Fiscal, História Económica de Portugal e Consequências Económicas dos Descobrimentos.
Do livro"Ministros e Secretários de Estado das Finanças"
Publicado no blogue em 27/07/2010

Vila Real - Exposição de fotografia & poesia

“No Feminino –porque eu sou muitas” de autoria de Bárbara Matias (poemas) e Bruna Vinhas(fotografias)
 As autoras, Bárbara Matias e Bruna Vinhas, e a livraria Traga Mundos convidam-no para esta exposição de fotografia & poesia que decorrerá do dia 28 de Março ao dia 21de Abril. A inauguração da exposição será no dia 28 de Março às 18 horas, com apresença das autoras, alunas da licenciatura em Ciências da Comunicação (UTAD).
 Esta exposição associa a fotografia à poesia, fruto dos gostos pessoais das duas estudantes decomunicação. Os poemas são da autoria de Bárbara Matias e foram extraídos do seu blogue pessoal (http://porqueusoumuitas.blogspot.pt/).As fotografias ficaram a cargo de Bruna Vinhas, que nutre desde cedo paixão por aquela arte. O texto alia-se à imagem e os amores e desamores no feminino ganham um rosto.
De 28 de Março a 21 de Abril de 2012
local: Traga-Mundos– livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua MiguelBombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª,Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00

sábado, 24 de março de 2012

Coisas de Moncorvo! por António Júlio Andrade

                                            HISTÓRIAS POLÍTICAS

Na segunda metade do século XIX e, durante cerca de 20 anos, o dr. António Joaquim Ferreira Pontes e António Caetano de Oliveira foram dois grandes vultos políticos da região de Torre de Moncorvo. Eram duas personagens completamente diferentes, com uma formação cultural, cívica e política diametralmente opostas.
Ferreira Pontes era filho de um homem público, um liberal das primeiras horas, que esteve preso nas cadeias Miguelistas. Caetano de Oliveira era filho de um mestre oficial de Foz Côa que veio para Moncorvo como capataz de uma fábrica de sabão.
Moncorvo em 1894,Foto Adriano Guerra.A.N.M.F.D.S.
Ferreira Pontes pertencia a uma família de tradições aristocráticas e na política gastava a legítima paterna. Caetano de Oliveira “veio do nada” e construiu um imenso império comercial e financeiro espreitando oportunidades políticas.
Ferreira Pontes tinha formação universitária e, como deputado, sentava-se no parlamento ao lado do grande tribuno, seu amigo e companheiro nas lutas e no exílio, José Estêvão de Magalhães. Caetano de Oliveira aprendera apenas escrituração comercial, mostrara grande jeito para contas e um incrível “faro” para os negócios.

Torre de Moncorvo - Menina Lucília


Cega, também de seu nome Borges, como o seu primo - segundo
consta-Jorge Luís Borges, a velha que ficou sempre menina, Lucília,
transportava por todas as casas da Vila, a Sagrada Família. Canta
desafinada, mas tem a delicadeza de dizer aos anfitriões para não se
incomodarem, mas aceita sempre um copinho de vinho fino que bebe
acompanhado de uma súplica.RR

TORRE DE MONCORVO - JARDIM










Fotos do arquivo do professor Arnaldo Silva.
Publicado em Outubro de 2010.

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NORDESTE - SOLIDÃO

O distrito de Bragança é o que maior número de idosos tem no país a residirem sós ou isolados. Na Operação Censos Sénior 2012, foram contabilizados 2.442, mais quase 900 do que em 2011.
"Não há nenhum outro indicador que justifique este aumento, nem a crise, nem a emigração", garantiu à Lusa o major Rui Pousa, das Relações Públicas do Comando Distrital de Bragança da GNR.
O censos foi realizado por esta força de segurança, que tinha elaborado um trabalho idêntico já no ano passado.
Rui Pousa entende que "este ano houve mais tempo, já se sabia o que se pretendia, fez-se um trabalho mais aprofundado".
De acordo com a GNR de Bragança, dos 2.442 idosos registados no Nordeste Transmontano, 2.402, a quase totalidade, vivem sozinhos.
lusa
Foto A.F.M.

Açoreira - Santa Marinha (2010)
















Fotos FA.F.M.
Ver:
http://www.youtube.com/watch?v=QrpPythwVpY



sexta-feira, 23 de março de 2012

VALE DO CÔA

Apresentação da marca/logótipo:
http://www.facebook.com/valedocoa#!/photo.php?v=116810095116741&set=vb.100003632536962&type=2&theater

Quadros da Transmontaneidade!


Ver mais em:http://antoniosague.blogspot.pt/

MÓS - ANTIGA VILA MEDIEVAL (2009)


 

Padre Victor - Acredita em ti

MACEDO DE CAVALEIROS - SARAU DE POESIA


HOJE,SEXTA, PELAS 21h00, NA POÉTICA
SARAU DE POESIA

Para celebrar o Dia Mundial da Poesia, assinalado no dia 21 de Março, a Poética propõe que cada um traga um poema para dizer, sentir e partilhar.
Mas serão bem-vindos os que vierem apenas para escutar.
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"Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser."
           
                                  Herberto Helder

Poética - Livros, arte e eventos
De: Virgínia do Carmo Gabriel Camelo
Rua Pereira Charula, nº 19
5340-278 Macedo de Cavaleiros
919904257/ 960039138
http://poetica-livrosarteeeventos.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de março de 2012

Moncorvo, Escola Industrial - Passeio a Viana











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DOURO - Reservas estratégicas















O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo defendeu hoje a necessidade de criar reservas estratégicas de água nos afluentes do Douro, de forma a colmatar situações de seca e repor os níveis do caudal do rio.Aires Ferreira reagia assim a notícia avançada pela Lusa de que Espanha vai aplicar no Douro o regime de exceção previsto no Convénio de Albufeira, que gere os rios ibéricos e que levará a que o caudal do rio desça abaixo dos mínimos."Enquanto Espanha tem mais de 20 barragens na bacia hidrográfica do Douro, em Portugal não há uma única para acorrer a situações de seca como a que estamos a atravessar", justificou autarca.
Lusa
Fotos de A.M.T.(2005)
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Torre de Moncorvo - Casa da Família Félix













Fotos A.F.M.

Arquitectura residencial, oitocentista e revivalista. Casa abastada de planta rectangular, com as fachadas de dois pisos, de cunhais apilastrados, terminadas em cornija e rasgados por janelas rectilíneas. Fachada principal rasgada no primeiro piso por portal de verga recta ladeado por duas janelas jacentes encimadas no segundo por janelas de peitoril, formando falsos brincos rectangulares. Fachada lateral esquerda de três panos, o central rasgado por duas janelas de sacada comum, de verga abatida e os restantes com janelas de peitoril. Interior com salas do andar nobre, acedidas a partir de corredor, decoradas com trabalhos de estuque revivalistas e neobarroco.

Nordeste Transmontano - Páscoa (2010)













Fotos A.F.M.

A paz da minha Páscoa! ,por Tininha de Urros

Tocam os sinos na luz quente e doirada da minha aldeia, a demorar-se nas paredes velhinhas da minha rua , de pedras sobrepostas, de sonhos perdidos !
Um carro de bois, ali parado, à beira de um caminho, evoca o entusiasmo das sementeiras e a esperança de colheitas abundantes.
Tocam os sinos na luz doirada e suave da minha aldeia; homens e mulheres, silenciosamente, dirigem-se para a igreja, vestidos a preceito, e de acordo com os tempos, ainda que o preto seja a cor dominante, sinal de respeito, ou de obediência a velhas tradições.
Tocam os sinos na minha aldeia; pequenos magotes de gente, vão-se dispersando, devagarinho, enquanto o tempo lhes traz outras lembranças,
Antigamente…! era uma alegria! Sempre dois ou três pregadores! andavam assim vestidos, com aquelas batinas pretas, a arrastar pela igreja acima; havia confissões de manhã até à noite! era muito bonito! E os sermões…? Aquilo é que eram sermões, de fazer chorar a gente! até o coração se comovia! e os cânticos?.... Aqueles cânticos em latim! Era tão bonito! E havia cá uma mulher, oh! que voz ela tinha! Aquilo era o paraíso a juntar-se à terra! e aquelas procissões das velas, à noite!! Havia muita gente!
Tocam os sinos, na tarde calma! É a hora do enterro do Senhor!
Ai que dor, meu Deus, quanta emoção! ali mesmo à casa da tia Carolina, Nossa Senhora, recebe o seu amado Filho, e, em pano alvo de linho, ai Jesus, que dor! limpa as chagas de tanta dor,e com tanto Amor!
E lenços brancos da mais fina e pura cambraia, bordada em ponto matiz, de amor e ternura, pálida doçura, pétalas de flor, simples e singela, se espalham pelos montes, de verdes mantos vestidos em vermelho escuro, ensanguentado, na flor da esteva está gravado o sofrimento de Jesus!
Em redor, pelos campos vizinhos, a beleza da natureza, partilha este silêncio litúrgico; a alfazema, em amargas lágrimas vai derramando a sua dor e o roxo, pesado e triste , cobriu-as de grande luto e pesar!
Nos balcões das casas, e nos telhados vizinhos, a luz quente e suave vai-se derramando em ténues fios, cintilantes , insinuando-se nos vidros das janelas, para resgatar memórias de tempos distantes!
Tocam os sinos, na tarde calma!

TININHA, DE URROS.
Texto publicado em Abril de 2011

quarta-feira, 21 de março de 2012

Parque natural Sabor/Tua

Alfândega da Fé,  (Lusa) -- A EDP propôs hoje a criação de uma das maiores áreas protegidas do país em torno das barragens do Sabor e do Tua o que desagrada a alguns autarcas locais pelo papel que o ICNB possa vir a assumir no projeto.
Esse parque natural Sabor/Tua seria, segundo o administrador da EDP António Ferreira da Costa, "possivelmente o segundo ou terceiro maior do país" e "autossustentável" com uma verba anual garantida entre 800 mil a um milhão de euros.
Este valor é a soma dos fundos financeiros ambientais garantidos para as zonas envolventes dos dois empreendimentos correspondentes a três por cento da receita líquida anual de produção de energia de cada barragem.
Foto A.F.M.

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TORRE DE MONCORVO - LONDRES,1989


Moncorvo em Londres!!Descoberta feita pelo meu amigo Abílio Dengucho,na foto com a esposa,Olema.

Fotos enviadas pelo meu amigo Abílio Dengucho
Publicado em Novembro de 2010

NOTAS BIOGRÁFICAS DE JOÃO DE BARROS

  João Bernardo Sárrea de Barros nasceu em  Vila Praia de Âncora em 12 de Agosto de 1902 e faleceu em Mogadouro em 28 de Março de 1994.
Escolaridade: 2º Grau do Ensino Primário.
 Outras habilitações: 2º Ano do Curso de Pilotagem, obtendo a Carta de Piloto da frota bacalhoeira de Viana do Castelo em 1922. Após 3 anos de pilotagem demandando a Terra Nova, decidiu ficar em terra e enveredar pela  “arte dentária”.  Teve como orientador o competente cirurgião  dentista António Ramos. Em 1928 fixou-se em Torre de Moncorvo  e foi o então Administrador do Concelho, Dr. Ramiro Guerra, médico, quem lhe mandou passar alvará para ali exercer a profissão de dentista. Nesta vila transmontana trabalhou 43 anos. Por razões familiares , em 1971 mudou-se para Mogadouro, onde viveu e trabalhou mais 23 anos, o que perfaz uma carreira profissional  de cerca de 66 anos, com raríssimas férias e feriados  e total dedicação aos seus pacientes.
Obras publicadas: 
-- O opúsculo “Porquê?” com  objectivo didáctico, sobre higiene oral, ed. de autor, s/d  ;          
-- O livro  Domínio da cárie e da piorreira”,  de cariz científico, ed. de autor, s/data.  Este livro foi prefaciado pelo Professor Doutor Oliveira Torres, da Faculdade de Medicina Dentária do Porto, que se referiu ao autor nos seguintes termos: “O seu entusiasmo e o seu intelecto são superiores ao simplesmente ver passar os  dias [...] É , sem dúvida uma personalidade culta, hábil e inteligente”.
--  Escreveu ainda inúmeros artigos sobre problemas locais, regionais e nacionais ( a supressão das linhas de caminho de ferro do Sabor e  do Tua ; as minas de ferro de Moncorvo ; a navegabilidade do rio Douro;  versou ainda temas da História de Portugal,  de política, etc.  )  publicados em vários jornais,  entre os quais se destacam:  “A Voz de Mogadouro”,  "Noticias de Trás-os-Montes”, “O Zé”, jornal de Rio Maior, “O Comércio do Porto”,  “A Tarde “,  “ O Dia” , “A Ordem”,  entre outros.
 -- No âmbito profissional foi distinguido em 1984 pelos seus pares,  e por unanimidade,  com o Colar   de   Santa Apolónia, padroeira dos dentistas, “distinção atribuída ao melhor dentista do ano em curso”.
--  No ano de 1986 o Sindicato Nacional dos Odontologistas distinguiu-o com a Medalha de Mérito.
Estudioso, senhor de sólidos conhecimentos  científicos e técnicos  e de vastíssima cultura, João de Barros  foi um verdadeiro autodidacta.  
Políticamente era um homem  conservador, católico, monárquico e estruturalmente honesto.             
Foi biografado pelo Dr. António Pimenta de Castro.
Título do livro : “Lembrando o Senhor Barros Dentista” ,  nº 1 da Colecção ‘Mogadourenses Ilustres’ ,  Mogadouro,2008 .   
Ver:
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

Lançamento da marca “VALE DO CÔA”

Lançamento da marca “VALE DO CÔA” e Identidade Territorial e Desenvolvimento Regional em debate em Figueira de Castelo Rodrigo

No próximo dia 21 de Março, quarta-feira, decorrerá em Figueira de Castelo Rodrigo uma sessão de trabalho ao abrigo da Estratégia de Eficiência Colectiva PROVERE Turismo e Património no Vale do Côa. Para além de pretender reunir o Consórcio afecto a esta estratégia, a Territórios do Côa, sediada no Ninho de Empresas de Figueira de Castelo Rodrigo e entidade líder e responsável pela gestão e coordenação desta EEC, pretende fomentar o debate e o envolvimento das pessoas em torno da importância da identidade territorial como factor incrementador do desenvolvimento regional em territórios de baixa densidade, bem como discutir estratégias conjuntas para a promoção e dinamização do Vale do Côa.