As máscaras tradicionais de lata e madeira,
obrigatórias nos disfarces das tradições transmontanas, estarão em destaque na
Festa da Cabra e do Canhoto de Cidões, que decorre na noite de 01 de novembro
em Vinhais, divulgaram hoje os promotores.
A pequena aldeia do concelho de Vinhais, no
distrito de Bragança, tornou-se local de romaria para a festa que pretende
marcar a "noite das bruxas", mas com rituais e disfarces bem
diferentes do 'Halloween' americano.
No evento que reclama reatar tradicionais ancestrais,
este ano estão em destaque as típicas máscaras de madeira e lata, emblemas
sobretudo dos conhecidos "Caretos", os mascarados que animam as
festas de inverno no Nordeste Transmontano.
A Câmara Municipal de Vinhais associou-se à
iniciativa e durante três dias, entre 31 de outubro e 02 de novembro, organiza
o 1.º Simpósio Internacional de Máscaras Artesanais, no Centro Cultural da
vila, onde estará também patente uma exposição de pintura da autoria de Balbina
Mendes, intitulada "Máscaras Rituais do Douro e Trás-os-Montes".
Na noite do dia 31 de outubro, ainda no Centro
Cultural de Vinhais, há música com um concerto de Las Çarandas. E na noite de
02 de novembro, a ESTE -- Estação Teatral, leva ao palco a peça "Eles
tapam a cara com máscaras de lata e de madeira".
O programa da Festa da Cabra e do Canhoto de
Cidões foi hoje apresentado, em Vinhais, e, como indicou Luís Castanheira, um
dos promotores, mais uma vez se assinalará "o fecho da estação clara e a
entrada na estação escura" com uma tradição ancestral de origem celta.
A organização do evento está a cargo de
pessoas com raízes na aldeia de Cidões, mas a maior parte a residir fora,
nomeadamente nos centros urbanos mais próximos como Bragança.
"Quem da cabra comer e ao canho se
aquecer, um ano de sorte vai ter" - esta continua a ser a crença que
sustenta a fé e a dedicação com que, ano após ano, se repete esta festa num
"cenário místico e até, em alguns momentos, terrorífico".
A aldeia vai estar toda iluminada com tochas e
decorada.
A organização veste indumentária própria,
representando druidas, deusas, plebeus, bailarinas, o diabo, e outras figuras
que contribuem para animar a noite.
A fogueira fica acesa para, no final da noite,
queimar o Cabrão ou Bode, construído por alunos e professores da Escola Secundária
de Vinhais.
Manda a tradição que os rapazes da localidade
roubem a lenha pelas serras e a carreguem num carro de bois até ao centro da
aldeia para a fogueira gigantesca, onde se coloca um enorme canhoto (tronco de
madeira), que simboliza o diabo.
"Toda a gente deve dar duas voltas à
fogueira para afastar os azares e a má sorte", explicou aquele elemento.
Fonte: http://www.noticiasaominuto.com/cultura/295873/mascaras-tradicionais-num-halloween-transmontano
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