segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O pastel de castanha adoça Trancoso

Há um ano que o campeonato do pastel de nata tem um novo jogador: o pastel de nata de castanha de Trancoso nasceu há um ano e continua a dar que falar.
O ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira viu nele um exemplo do que pode ser feito para internacionalizar a economia portuguesa. O pastel de nata é cobiçado e variado: já conhecemos o pastel de nata clássico, o de cereja do Fundão, o de maçã de Mangualde e no último ano nasceu o de castanha, em regiões do interior, como Trancoso (Guarda) e Vinhais (Bragança).
Trancoso é um dos maiores produtores de castanha do país. Faz parte da região dos Soutos da Lapa, com 2.745 produtores, responsáveis por 1.860 toneladas de castanha todos os anos.
Há um ano, na Feira da Castanha e Paladares de Outono, nasceu o pastel: mais escuro e de sabor forte. Coube à Pastelaria Trovador, em Trancoso, a invenção da iguaria, que estará de novo em destaque na próxima edição da feira, de 7 a 9 de Novembro.
Ana Sobral, proprietária da Trovador, quis tirar maior rendimento das castanhas. A Renascença não conseguiu encontrá-la na pastelaria (andava a… apanhar castanhas). Por trás do balcão, Olga Nascimento garante que este produto sazonal é um sucesso.
"[Os clientes] Acharam que era muito bom e teve muita saída. Houve pessoas que gostaram mais deste [do que clássico pastel de nata]."
Dos computadores para o campo
A região dos Soutos da Lapa tornou-se um território atraente para os jovens agricultores.
Alfeu Magalhães, engenheiro informático de 29 anos, é um deles: deu conta que os computadores não lhe enchiam a barriga. E decidiu pegar numa herança de família: 14 hectares.
"Vi que a engenharia informática no interior é muito complicada", confessa. "Não queria deixar as raízes do interior, por causa da paixão: eu cresci aqui, vinha aqui com os meus pais apanhar castanhas desde miúdo."

Como onde há castanheiros há cogumelos, Alfeu Magalhães aliou o útil ao agradável para fugir às quebras de produção e agora vive da agricultura. "Os cogumelos silvestres que nascem nos soitos são muito apreciados na alta cozinha."

Fonte: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=166322

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