Torre de Moncorvo, 27 out (Lusa) - Os lugares
mais recônditos do Interior do país, no Norte e Centro, fazem nos últimos seis
anos o roteiro do teatro amador "Alma de Ferro", uma pequena
companhia com sede em Torre de Moncorvo.
Fotos do arquivo do GTAF |
Após duas ações de formação, a pequena
companhia depressa se "emancipou" criando a partir do núcleo inicial
um grupo que tanto representa peças de autor integradas no Plano Nacional de
Leitura como produções próprias ou figurações em diversas iniciativas na sua
região de influência.
"Estes últimos anos têm ditado muita
aprendizagem, mas continuamos a frequentar todos fóruns de teatro, por norma
duas vezes por ano, os que nos tem permitido abraçar projetos teatrais mais
globais e complexos", explicou à agência Lusa Américo Monteiro, diretor da
companhia de teatro.
Nascida num antigo celeiro, situado na antiga
estação de caminho-de-ferro local, a companhia começou depois a pisar o palco
do Teatro Municipal de Torre de Moncorvo, um casa com mais de meia década
historia, agora recuperada pela autarquia.
"Falar Verdade a Mentir, de Almeida
Garrett, ou o Morgado de Fafe Amoroso, de Camilo Castelo Branco, têm sido
trabalhos levados às escolas e que nos têm permitido percorrer outros caminhos
com algumas inovações, quer ao nível da encenação ou direção de atores",
acrescentou Américo Monteiro.
Fotos do arquivo do GTAF |
A Associação GAFT - Alma de Ferro, nasceu de
uma ideia de criar uma grupo teatral dinâmico que soubesse levar a arte teatral
um pouco para todo o Interior e mostra as artes cénicas a um público que está
privado de produções teatrais mais elaboradas.
O nome da companhia tem a ver com hematite
(oxido de ferro) que é extraída na serra do Reboredo, sobranceira à vila de
Torre de Moncorvo, e que serviu de inspiração para demonstrar a vontade dos 13
elementos do grupo em fazer teatro amador.
A companhia, dizem os seus responsáveis,
"sabe bem o lugar que ocupa" numa num distrito como o de Bragança,
onde os grupos de teatro não abundam, estando inscrita na Federação Portuguesa
de Teatro Amador, para assim ter outra "visibilidade".
Para além da representação, os elementos da
companhia têm ainda a seu cargo a criação e construção de cenários de "fio
a pavio", a costura e confeção do guarda-roupa, a iluminação do palco e a
sonorização, enfim, todo o trabalho das suas produções e representação, o que
faz com que os membros da companhia sejam uma espécie de homens e mulheres de
sete ofícios.
Do elenco do grupo fazem parte membros de
diversas profissões, com idades entre os 16 e os 57 anos.
"Esta a aprendizagem e gosto pelo teatro
tem vindo a evoluir ao longo dos anos, onde fui aprendendo diversas
técnicas", disse Esperança Moreno, um dos elementos mais antigos do grupo.
Também a atriz Daniela Serra declarou que há
uma "descoberta constante e permanente" de detalhes da arte teatral.
"A minha veia teatral já estava a latejar
e explodiu desde que entrei para o grupo. Vim um pouco há descoberta e já há
três anos que estou com o Alma de Ferro", acrescentou a atriz.
João Almeida, hoje com 16 anos é o elemento
mais novo do grupo, afirmando que começou há cinco com figurante e, sublinha
orgulhoso, hoje já integra o naipe de atores nas peças mais elaboradas.
FYP // JGJ
Lusa/fim
Parabens ao grupo de teatro alma de ferro
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