Se é verdade a noticia e a data ,recuamos os 50 anos que fala o presidente e aí caímos dentro do Estado novo(1932). A estagnação da região cabe toda nesta auto critica, num acto de confissão e de ignorância .Há também uma soberba interior que não consegue controlar. Esta declaração do ultimo presidente da autarquia do anterior regime, leva-nos à vida miserável que se vivia .Ler os livros e textos da Dr.ª Júlia Barros e outros depoimentos que andam dispersos pelos vários blogs da vila ,confirmam as declarações do homem ,que ao ser saneado da câmara em 74 ,fez uma pequena fortuna com o loteamento do Santo Cristo(principal proprietário).Era o tempo que pela manhã se juntavam na praça homens à procura de emprego e pela tarde passeavam os senhores doutores .É a época da legião e da mocidade portuguesa, do tempo que se tinha que assinar um documento jurando que não era comunista e que fendia Deus e a Pátria. Malditos sejam! M.C.
E ainda houve presidentes piores. Um preocupava-se com os cães que andavam na praça ,outro não autorizou derrubar o muro do quintal ,situado atrás do tribunal ,que unia a rua das Amoreiras à praça. Tinha medo das correntes de ar. Outro ,também presidente da União Nacional ,pavoneava-se na praça fardado da ,nas manifestações de apoio ao regime. Estivemos 9 meses sem luz eléctrica porque rebentou a cambota do motor. Outro propôs derrubar um dos lados da rua das Flores para facilitar o transito. Outro impossibilitou a construção do complexo agro-industrial que terminou sendo construído perto de Mirandela. Mais? Todos temos uma historia que contar.
Dizer que Emílio Andrês fez fortuna com a venda do S. Cristo é pura ignorância ou maldade.Ele vendeu óptimo terreno a preços inferiores aos que então se pagavam por péssimos terrenos agrícolas e a venda dos mesmo foi apenas feita por ele para dar uma bofetada de luva branca a certos senhores que se consideravam bem mais importantes que ele e se recusavam a vender terrenos melhor situados para se construir em Moncorvo. Aliás, se alguém se lembra da última sessão pública feita no cine teatro de Moncorvo antes do 25 de Abril promovida pelo partido único que então existia (alguém se recorda quem era o presidente da comissão política local?!!!), saberá que o presidente da câmara foi ali colocado à margem... Quando se fizer a história política de Moncorvo no Estado Novo, haveremos de contar essas e outras histórias, se Deus nos der vida e saúde... Como Moncorvense de alma e coração que me considero e prezo, senti-me magoado com um tal comentário. Penso que, quando se não tem a certeza das coisas, não deferá ofender-se ninguém e muito em especial a memória de quem já não pode defender-se... Como sempre o fiz, dou a cara, assinando o meu nome: António Júlio Andrade Entretanto quero enviar um abraço de parabéns ao Leonel por ter criado este magnífico espaço de encontro dos Moncorvenses, espaço onde deverá sempre prevalecer a moderaão e a verdade.
Por razões que não vêm ao caso, estive afastada de Moncorvo durante mais de trinta anos: dos princípios dos anos '60 até meados dos anos '90 . Por isso, não posso dar uma opinião concreta sobre o trabalho da Câmara e dos seus governantes. Claro que noto progresso: há escola secundária, há biblioteca e arquivo, há um museu ( pequeno , mas excelente na sua especificidade ) há piscina municipal (creio eu) , há gimno-desportivo, há estádio de futebol, há melhores acessos ... isso vê-se. Mas há menos gente; menos movimento. Se compararmos Moncorvo com Mirandela, com Macedo, com Vila Flor, vemos que Moncorvo ficou para trás. Isso é um facto. Falta a Moncorvo um bom hospital, falta-lhe o caminho de ferro, falta-lhe uma forte industrialização dos seus produtos ... Mas a quem atribuir culpas? Só aos presidentes da Câmara? Onde se meteram os ricos que não investiram na sua terra? A Vilariça já não dá lucro? Pois, senhores, é preciso investir e investir em força e quem o faz, sabe que assim é. Mas quem sou eu para estar aqui a perorar? Do campo, só conheço o duro trabalho dos camponeses. Convivi com eles. Gente paupérrima, mas honrada. Neles eu tenho orgulho.
Que estranho... será normal um Presidente suscitar tanta... raiva? Ou será que muitos destes "posts" revelam que ainda existe mesquinhez, inveja e pequenez por parte de muitos que se sentiram oprimidos culturalmente durante a maior parte das suas vidas?... e que, agora, sem disciplina, desatam a disparar de qualquer maneira e a qualquer preço? Em troca de quê - para se tornarem mais visíveis? Aos olhos de quem? dos seus pares?
De facto, deve ter dado uma trabalheira encontrar um recorte, fora dos contextos, para trazer ao presente assuntos que ainda são actuais...
Coragem teve António Emílio Barreiras Andrês em dizer estas verdades que, mesmo muitos anos depois, ainda estão presentes neste concelho: Falta de saneamento em algumas povoações, falta de turismo, de qualidade, enfim ainda mais atrasado se compararmos com o Moncorvo de há 50 anos, que se encontrava em terceiro concelho do distrito, e hoje? Está em último em praticamente tudo... nem as estradas, barragens, e remodelações patrimoniais lhe valem quando o essencial está por fazer - a mudança de mentalidades - que hoje assenta no mexerico provinciano e mediocridade controlável, em vez de mentalidades multiculturais assentes em tolerância e diversidade cultural.
Enfim, é um endemismo que só será ultrapassado ao fim de algumas gerações que ganhem referências no exterior para então dar valor à sua terra transmontana. Quando a cultura, o desporto e o turismo trabalharem juntos, sem a visão redutora do compartimento estanque para cada um deles, aí teremos avanços. Quando a expressão cultural se elevar acima do betão, teremos avanços.
Há 50 anos muitos preservavam em silêncio as suas opiniões, não fosse a velha senhora aparecer atrás de cada esquina a bufar... mas António Emílio Barreiras Andrês teve a coragem de expor de forma tranquila as suas opiniões e esteve sempre receptivo a solicitações para partilhar opiniões e pontos de vista, por muito que isso ferisse a "desfocagem" provinciana de então, que parece ser a mesma de agora. Também, e para quem não sabe, safou muitos actuais bloguistas, jornalistas e outros da mão da PIDE, informada por bufos locais que ainda hoje são os mesmos alérgicos à diversidade cultural e de opinião.
António Emilio Barreiras Andrês não se limitou a falar do que muitos não queriam ouvir, também agiu, abdicou, por valor simbólico, de património do Olival do Santo Cristo, a favor da construção de fogos para habitação; Por isso teve homenagem póstuma proposta por habitante deste Bairro, mas que de forma envergonhada foi aceite pelo executivo camarário local, foi colocado o seu nome numa rua deste antigo olival. Os mesmos que se envergonham e evitam a presença de fotos dos presidentes de Câmara anteriores a 1974 no "wall of fame" dos Paços do concelho... (continua no Post seguinte)
António Emílio Barreiras Andrês fez muitas viagens a Lisboa a tentar contrariar as mentalidades centralistas dos decisores centrais para a realização de obras importantes, que foram propostas no tempo de seu pai, Porfírio Andrês. Depois de encontrar os cofres de município quase a zero, a insatisfação foi visível mesmo nas entrevistas aos pasquins locais, que também hoje deixam a idoneidade nas piores calçadas. Também estes não mudaram muito desde há 50 anos. Já Eça de Queiroz se queixava!
Hoje, com euros alemães, fez-se muita coisa, mas de que forma? Á maneira romana, pão e circo para todos. O betão predomina, também é essencial para melhorar a condição de vida das populações. Mas não havendo, há 50 anos, euros para grandes obras, porque é que hoje, com tantos recursos, a mentalidade teima em não mudar?
Porque a grande obra continua por fazer - mudança de mentalidades!
Que tal começar por analisar contextos da época a que se referem as notícias antes de se lançarem "eventos históricos" de fontes, fidedignas? Afinal a que jornal se refere a dita notícia e autor? Ai ai, idoneidade jornalistica a quanto obrigas!
Que idoneidade tem um pasquim que se refere a um presidente de Câmara " António Emílio Barreiros", quando o seu nome é, de facto, António Emílio Barreiras Andrês!!?
Afinal qual a motivação para a divulgação de tal recorte? A mesma do pasquim?
Pelo que tenho visto e lido neste blogue,é a diversidade do que é postado que conta,indepententemente de quaisquer interpretações.As pessoas que fazem os comentários é que são responsáveis por aquilo que escrevem.Obrigada, Leonel, pelo excelente trabalho de divulgação e pela coragem de se ver sujeito a más interpretações.
O presidente da cãmara era da oposição?
ResponderEliminarUm curioso
Se é verdade a noticia e a data ,recuamos os 50 anos que fala o presidente e aí caímos dentro do Estado novo(1932). A estagnação da região cabe toda nesta auto critica, num acto de confissão e de ignorância .Há também uma soberba interior que não consegue controlar. Esta declaração do ultimo presidente da autarquia do anterior regime, leva-nos à vida miserável que se vivia .Ler os livros e textos da Dr.ª Júlia Barros e outros depoimentos que andam dispersos pelos vários blogs da vila ,confirmam as declarações do homem ,que ao ser saneado da câmara em 74 ,fez uma pequena fortuna com o loteamento do Santo Cristo(principal proprietário).Era o tempo que pela manhã se juntavam na praça homens à procura de emprego e pela tarde passeavam os senhores doutores .É a época da legião e da mocidade portuguesa, do tempo que se tinha que assinar um documento jurando que não era comunista e que fendia Deus e a Pátria.
ResponderEliminarMalditos sejam!
M.C.
E ainda houve presidentes piores. Um preocupava-se com os cães que andavam na praça ,outro não autorizou derrubar o muro do quintal ,situado atrás do tribunal ,que unia a rua das Amoreiras à praça. Tinha medo das correntes de ar. Outro ,também presidente da União Nacional ,pavoneava-se na praça fardado da ,nas manifestações de apoio ao regime. Estivemos 9 meses sem luz eléctrica porque rebentou a cambota do motor. Outro propôs derrubar um dos lados da rua das Flores para facilitar o transito.
ResponderEliminarOutro impossibilitou a construção do complexo agro-industrial que terminou sendo construído perto de Mirandela. Mais? Todos temos uma historia que contar.
Dizer que Emílio Andrês fez fortuna com a venda do S. Cristo é pura ignorância ou maldade.Ele vendeu óptimo terreno a preços inferiores aos que então se pagavam por péssimos terrenos agrícolas e a venda dos mesmo foi apenas feita por ele para dar uma bofetada de luva branca a certos senhores que se consideravam bem mais importantes que ele e se recusavam a vender terrenos melhor situados para se construir em Moncorvo. Aliás, se alguém se lembra da última sessão pública feita no cine teatro de Moncorvo antes do 25 de Abril promovida pelo partido único que então existia (alguém se recorda quem era o presidente da comissão política local?!!!), saberá que o presidente da câmara foi ali colocado à margem... Quando se fizer a história política de Moncorvo no Estado Novo, haveremos de contar essas e outras histórias, se Deus nos der vida e saúde... Como Moncorvense de alma e coração que me considero e prezo, senti-me magoado com um tal comentário. Penso que, quando se não tem a certeza das coisas, não deferá ofender-se ninguém e muito em especial a memória de quem já não pode defender-se... Como sempre o fiz, dou a cara, assinando o meu nome: António Júlio Andrade
ResponderEliminarEntretanto quero enviar um abraço de parabéns ao Leonel por ter criado este magnífico espaço de encontro dos Moncorvenses, espaço onde deverá sempre prevalecer a moderaão e a verdade.
Por razões que não vêm ao caso, estive afastada de Moncorvo durante mais de trinta anos: dos princípios dos anos '60 até meados dos anos '90 . Por isso, não posso dar uma opinião concreta sobre o trabalho da Câmara e dos seus governantes. Claro que noto progresso: há escola secundária, há biblioteca e arquivo, há um museu ( pequeno , mas excelente na sua especificidade ) há piscina municipal (creio eu) , há gimno-desportivo, há estádio de futebol, há melhores acessos ... isso vê-se. Mas há menos gente; menos movimento. Se compararmos Moncorvo com Mirandela, com Macedo, com Vila Flor, vemos que Moncorvo ficou para trás. Isso é um facto. Falta a Moncorvo um bom hospital, falta-lhe o caminho de ferro, falta-lhe uma forte industrialização dos seus produtos ... Mas a quem atribuir culpas? Só aos presidentes da Câmara? Onde se meteram os ricos que não investiram na sua terra? A Vilariça já não dá lucro? Pois, senhores, é preciso investir e investir em força e quem o faz, sabe que assim é.
ResponderEliminarMas quem sou eu para estar aqui a perorar?
Do campo, só conheço o duro trabalho dos camponeses. Convivi com eles. Gente paupérrima, mas honrada. Neles eu tenho orgulho.
Um abraço
Júlia
Que estranho... será normal um Presidente suscitar tanta... raiva? Ou será que muitos destes "posts" revelam que ainda existe mesquinhez, inveja e pequenez por parte de muitos que se sentiram oprimidos culturalmente durante a maior parte das suas vidas?... e que, agora, sem disciplina, desatam a disparar de qualquer maneira e a qualquer preço? Em troca de quê - para se tornarem mais visíveis? Aos olhos de quem? dos seus pares?
ResponderEliminarDe facto, deve ter dado uma trabalheira encontrar um recorte, fora dos contextos, para trazer ao presente assuntos que ainda são actuais...
Coragem teve António Emílio Barreiras Andrês em dizer estas verdades que, mesmo muitos anos depois, ainda estão presentes neste concelho: Falta de saneamento em algumas povoações, falta de turismo, de qualidade, enfim ainda mais atrasado se compararmos com o Moncorvo de há 50 anos, que se encontrava em terceiro concelho do distrito, e hoje? Está em último em praticamente tudo... nem as estradas, barragens, e remodelações patrimoniais lhe valem quando o essencial está por fazer - a mudança de mentalidades - que hoje assenta no mexerico provinciano e mediocridade controlável, em vez de mentalidades multiculturais assentes em tolerância e diversidade cultural.
Enfim, é um endemismo que só será ultrapassado ao fim de algumas gerações que ganhem referências no exterior para então dar valor à sua terra transmontana. Quando a cultura, o desporto e o turismo trabalharem juntos, sem a visão redutora do compartimento estanque para cada um deles, aí teremos avanços. Quando a expressão cultural se elevar acima do betão, teremos avanços.
Há 50 anos muitos preservavam em silêncio as suas opiniões, não fosse a velha senhora aparecer atrás de cada esquina a bufar... mas António Emílio Barreiras Andrês teve a coragem de expor de forma tranquila as suas opiniões e esteve sempre receptivo a solicitações para partilhar opiniões e pontos de vista, por muito que isso ferisse a "desfocagem" provinciana de então, que parece ser a mesma de agora. Também, e para quem não sabe, safou muitos actuais bloguistas, jornalistas e outros da mão da PIDE, informada por bufos locais que ainda hoje são os mesmos alérgicos à diversidade cultural e de opinião.
António Emilio Barreiras Andrês não se limitou a falar do que muitos não queriam ouvir, também agiu, abdicou, por valor simbólico, de património do Olival do Santo Cristo, a favor da construção de fogos para habitação; Por isso teve homenagem póstuma proposta por habitante deste Bairro, mas que de forma envergonhada foi aceite pelo executivo camarário local, foi colocado o seu nome numa rua deste antigo olival. Os mesmos que se envergonham e evitam a presença de fotos dos presidentes de Câmara anteriores a 1974 no "wall of fame" dos Paços do concelho... (continua no Post seguinte)
(Continuação do post anterior)
ResponderEliminar(...)
António Emílio Barreiras Andrês fez muitas viagens a Lisboa a tentar contrariar as mentalidades centralistas dos decisores centrais para a realização de obras importantes, que foram propostas no tempo de seu pai, Porfírio Andrês. Depois de encontrar os cofres de município quase a zero, a insatisfação foi visível mesmo nas entrevistas aos pasquins locais, que também hoje deixam a idoneidade nas piores calçadas. Também estes não mudaram muito desde há 50 anos. Já Eça de Queiroz se queixava!
Hoje, com euros alemães, fez-se muita coisa, mas de que forma? Á maneira romana, pão e circo para todos. O betão predomina, também é essencial para melhorar a condição de vida das populações. Mas não havendo, há 50 anos, euros para grandes obras, porque é que hoje, com tantos recursos, a mentalidade teima em não mudar?
Porque a grande obra continua por fazer - mudança de mentalidades!
Que tal começar por analisar contextos da época a que se referem as notícias antes de se lançarem "eventos históricos" de fontes, fidedignas? Afinal a que jornal se refere a dita notícia e autor? Ai ai, idoneidade jornalistica a quanto obrigas!
Que idoneidade tem um pasquim que se refere a um presidente de Câmara " António Emílio Barreiros", quando o seu nome é, de facto, António Emílio Barreiras Andrês!!?
Afinal qual a motivação para a divulgação de tal recorte? A mesma do pasquim?
Pelo que tenho visto e lido neste blogue,é a diversidade do que é postado que conta,indepententemente de quaisquer interpretações.As pessoas que fazem os comentários é que são responsáveis por aquilo que escrevem.Obrigada, Leonel, pelo excelente trabalho de divulgação e pela coragem de se ver sujeito a más interpretações.
ResponderEliminarUma moncorvense