sábado, 25 de outubro de 2014
TORRE DE MONCORVO - LEVA-LEVA E MANEL DA MALA
Chegaram a Moncorvo, no tempo febril da miséria e dos mineiros. Poucos ou mesmo ninguém se lembra de como chegaram, e de quando chegaram. Fizeram de tudo e por aqui ficaram até que a morte os levou. Fazem parte do nosso imaginário e mal se imagina Moncorvo sem a sua lembrança. Afáveis e honestos, homens de muitos e variados ofícios, da agricultura ao transporte de malas da antiga CP, não havia ninguém na Vila que os não conhecesse.
Tiveram sempre quem os abrigasse e lhes desse trabalho. Contam-se histórias das suas vidas em que a desgraça assume papel maior. Mas nada ao certo. Teriam sido, porventura, felizes? Que histórias de infância e juventude não partilharam connosco?
In "TORRE DE MONCORVO
Março de 1974 a 2009"
De Fernando Assis Pacheco ,Leonel Brito, Rogério Rodrigues
Edição da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo
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Inteligente, com estudos, boémio, perdido da vida, chegou a Moncorvo e ai ficou para sempre. Beberrão e comilão, mas com grandes conhecimentos agrícolas, um hortelão de primeira. Um quintal amanhado por ele era um primor. E tinha sentido de humor.
ResponderEliminarQuando ia com o burro para a Quinta da Água, levava sempre no bolso um bilhete de cinema do cine-teatro, não fosse o cantoneiro pedir-lhe a licença camarária do burro.
É que a maioria dos cantoneiros não sabia ler, mas reconheciam o carimbo da câmara. E lá se safava.
O Leva-leva foi um dos meus heróis de menino.
A expressão facial do Manel da Mala, faz lembrar o Robert De Niro...
ResponderEliminarUm abraço
Adelino escreveu:
ResponderEliminar"Nostálgico..."
lembro-me bem destes dois pesonagens . eram de facto dois ícones de moncorvo -
ResponderEliminarJoaquim escreveu:
ResponderEliminar"conheci muito bem estes dois personagens -- eram de facto boa gente . onde quer que eles estejam éstarão bem concerteza pois não faziam mal a ninguém -- o contrário já não é tão verdade assim"
O Manuel ainda está vivo. O ano passado estava eu no bar da central de camionagem doe fõz-côa,quando,para espanto meu, entrou o manuel, que eu pensava já não fazer parte deste mundo. Na conversa que encetámos, fiquei a saber que estava instalado no lar da terceira idade em frente á dita estação.
ResponderEliminarO Manuel trabalhou duro! Recordo que carregava e descarregava sacos de 10 alqueires no celeiro, fez o mesmo no Baptista com sacos de cimento de 50k, duma só vez vi eu! Carregou 4 sacos aos ombros, ou seja 200kg. Também trabalhou na padaria Paiva, descarregando vagões de farinha, nas horas vagas era moço de recados. Trabalhou no Girão a carregar camionetas de areia á pá. Mas o que ele gostava mesmo era da banda filarmónica, acompanhava-a para todo o lado, ajudando a transportar o material e a mala das pautas, por certo daí lhe veio a alcunha Manuel da Mala, ele assistia das escadas dos anexos da capela da Misericórdia aos ensaios e os músicos para o verem «afinar» enxotavam-no ao que ele respondia invariavelmente «Viva a banda do Felgar!!!!!». Estava ele na quinta do Campo quando num programa da Fátima Lopes apareceu uma filha sua com uma fotografia dele, procurando se alguém sabia do seu paradeiro, tinha então ele dado uma queda e partido a bacia, encontrava-se hospitalizado no hospital da Guarda. Nos vários encontros que tive com ele no Pocinho, para além de me «cravar» amistosamente o habitual cigarrito, perguntava sempre pela malta de Moncorvo, recordo que perguntava sempre pelo Adelino barbeiro. Já no lar de Foz côa encontrei-0 disse-me que era bem tratado e para além do habitual cigarro pediu um relógio, quiçá o tempo começou a preocupá-lo…premonições!
ResponderEliminarNao tem acesso ao tal video do programa da Fatimas Lopes onde a filha do manel o procurou? Será uma grande ajuda para contribuir para este encontro... pois sabemos do paradeiro do manel...
EliminarA filha chegou a estar com ele?
ResponderEliminarConceição Vilela Que saudades tenho eu deste homem, nos meus tempos de menina na Quinta da Laranjeira, homens como este nunca mais ... sério a 1000%, já dizia o meu avó que podia dar-lhe a maior fortuna do mundo para ele guardar que nem um centavo ele tocava.
ResponderEliminarMaria Odete Coelho disse:Lembro-me do nome...Manel da mala!!!!!!
ResponderEliminarMaria Castilho disse:Eu lembro-me dele em casa dos teus pais ao lado da Igreja .bj Mitó
ResponderEliminarVive a minha infância no Pocinho e o Manel da mala é uma recordação que vai perdurar para sempre.........Estou encantado com as situações aqui descritas ......fantasticas.......PARABENS.
ResponderEliminarps.Neste pais ainda hà pessoas com memoria.
Armando Jorge Pinto
Sim o manél da mala ainda é vivo esta no lar de terceira ida de foz coa sim.
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