Sob a égide da Lema d’Origem, a Linha do Vale do Sabor é reposta na agenda de uns tantos que se interessam pelas nossas coisas. Os comboios voltaram a circular permanentemente e sem interrupção, pelo menos por Carviçais, durante um momentoso fim-de-semana de Julho de 2015.
Se foi no dia 5 de Janeiro de 1989 que “uma locomotiva a vapor saiu de Duas Igrejas em direcção ao Pocinho e recolheu todo o espólio que poderia ser reutilizado”; se há “um certo engano” associado à “alta velocidade”; se o espírito colectivo é assunto comummente reservado a festa, protesto, ou então mediania; se, enfim, há muito do que é importante que não cabe nas estatísticas, então podemos, a partir dos conceitos de perda e equívoco “restaurar as vias que nos unem e nos definem”.
O Caminho-de-Ferro será sempre “obra de muitos e de sucessivas gerações”. Transporte terrestre em rede, “destrona a diligência” e outros veículos. É tema a partir de 1840. Desde o início que lhe foram colocadas reservas, mas atenção, do que se tratava era de levantar a preocupação de não deixar morrer isto ou aquilo por força da novidade, significando possivelmente não mais do que o estremeção que dá, mais tarde ou mais cedo, o sinal da partida.
A via larga. A via estreita. Toda a gente deseja que a “sua via” seja larga. É o senso comum a trabalhar. Por vezes, porém, há vantagem na via estreita. Fazem-se curvas mais apertadas quando tem de ser. E há menos peso de tara circulante.
Estará a Linha do Vale do Sabor no caminho da salvação de boa parte do nordeste transmontano? É uma saída positiva para o estado em que a região se encontra?
Subindo do Pocinho a Moncorvo, prosseguindo mais suavemente até Miranda e, nesse espaço de raia, prolongando-se até Zamora, permite o bom regresso?
Este livro pretende dar respostas a esta problemática.
Carlos Sambade
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