Os responsáveis pelo Museu da Seda e do Território, hoje inaugurado em Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, desafiaram a nova geração de criadores de moda a utilizarem a seda como matéria-prima nas suas produções.
A nova unidade cultural e etnográfica integra uma rede de polos museológicos ligados ao Museu do Douro (MD) dedicada ao ciclo da seda e aos objetos produzidos com esta matéria-prima de "excelência".
Segundo disse à agência Lusa, o diretor do MD, Fernando Seara, é preciso dar oportunidades às pessoas ligadas ao 'design' têxtil ou de moda que pudessem empregar a seda nas suas criações.
"Seria importante que estes profissionais trabalhassem em parceria com as artesãs residentes de forma a criar peças de vestuários ou outras que as pessoas possam utilizar no seu dia-a-dia", frisou.
O responsável apontou o dedo para as peças de seda expostas no museu e não hesitou em classifica-las como "obras de arte".
"São peças únicas que são adquiridas, pelos apreciadores, mas depois são guardadas em baús e utilizadas apenas em algumas ocasiões", enfatizou.
O Museu da Seda e do Território está agora apostado em devolver a vitalidade que o ciclo da seda teve no concelho de Freixo de Espada à Cinta.
Na criação deste museu foram investidos cerca de 600 mil euros e, segundo Maria do Céu Quintas, é precisão dinamizar o espaço cultural.
O espaço onde está instalado o Museu da Seda, está aberto ao público e aos criadores de moda. Fica situado em pleno centro histórico manuelino e promete ser um agente divulgador da arte de tecer a seda "como só em Freixo de Espada à Cinta se fazia".
Por seu lado, a presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, Maria do Céu Quintas, disse que a seda é um produto que ao longo dos anos teve uma grande importância económica no município, já que dele saíram peças de seda artesanal que se encontram em vários pontos do mundo.
"Esta nova unidade museológica é um espaço vivo, onde as pessoas poderão ficar a saber todo o processo ligado à produção da seda e que poderá trazer valor económico ao concelho", defendeu a autarca.
No novo museu, os visitantes vão poder ver os artesãos a produzir objetos em seda e ao mesmo tempo, através da utilização de painéis multimédia, é possível acompanhar todo o ciclo da seda, desde o casulo às peças finais.
Uma colcha de seda produzida pelo método utilizado em Freixo de Espada à Cinta poderá chegar aos 10 mil euros, enquanto um conjunto de panos de mesa andará pelos 650 euros. As peças mais em conta são as toalhas de batismo, que andam na casa dos 160 euros e que são muito procuradas.
Apesar dos preços, há quem tenha de esperar por uma colcha cerca de um ano e encomendas não faltam.
"Agora o que está em falta é uma unidade produtiva que terá de ser equacionada através da criação de uma associação de artesãos", defendeu Maria do Céu Quintas.
O Museu da Seda e do Território de Freixo de Espada à Cinta conta, a título de exemplo, com uma peça única, ou seja, uma colcha feita em seda que data dos finais do século XIX, de valor "incalculável".
Fonte: http://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/436644/freixo-de-espada-a-cinta-desafia-criadores-de-moda-a-usar-seda-local
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