Partiu Bento da Cruz, médico, cidadão exemplar, e escritor de excelência do qual temos o privilégio de ser seus editores.
Distinguido com vários prémios literários, a qualidade do seu trabalho e a importância atribuída à reunião de toda a sua obra, determinaram a criação de uma colecção denominada “Obras de Bento da Cruz” onde estão publicados títulos como: A Fárria; Contos de Gostofrio (Prémio Fialho de Almeida da Sociedade Portuguesa de Escritores Médicos); Camilo Castelo Branco – Por Terras de Barroso e outros Lugares; O Lobo Guerrilheiro (Prémio Literário Diário de Notícias); Prolegómenos, Volumes I, II e III; O Retábulo das Virgens Loucas (Prémio Literário (Ficção) da C. M. de Montalegre); Histórias de Lana-Caprina; entre outros.
António Baptista Lopes, editor e amigo, aquando da comemoração dos 50 anos de vida literária do escritor, em 2009, diz-nos que «[…] Bento da Cruz faz parte, por direito próprio, da galeria dos melhores autores portugueses contemporâneos, assumindo a sua obra uma riqueza linguística e estilística dificilmente igualável. Os seus livros são um legado aos seus leitores actuais e futuros de uma obra que não reflecte apenas o ambiente barrosão, que é agora e sempre o seu “terreno favorito”, mas projectando-se num quadro e num registo de sentimentos, perfis com uma densidade humana e psicológica que só os autores de eleição logram alcançar. […]»
Nas palavras de António Chaves «Bento da Cruz criou uma marca própria, uma forma de comunicar inimitável, enfim digamos, um estilo, que é, ao fim e ao cabo, aquilo que distingue os artistas de eleição. Como referiu João de Deus, a “palavra falada é encanto de mães e filhos; a verdadeira palavra do homem é a escrita, porque só ela é imortal”. Esta foi a fórmula encontrada pelo escritor para imortalizar e dar voz à gente de Barroso, cheia de saberes antigos mas condenada à solidão e ao esquecimento. Com Bento da Cruz, a geração que nos deu vida vai continuar a existir para além do seu ciclo biológico, na voz, nas imagens e na pena deste escritor de eleição.».
Âncora Editora
26-08-2015
O escritor Bento da Cruz, de 90 anos, autor, entre outras obras, de “O lobo guerrilheiro”, morreu hoje, no Porto, onde residia desde 1971, disse à Lusa fonte editorial.
Segundo a mesma fonte, as cerimónias fúnebres iniciam-se hoje, pelas 17:00, na Igreja das Antas, no Porto, de onde a urna sairá na quinta-feira, pelas 11:00, para a aldeia natal do escritor, Peirezes, no concelho de Montalegre, onde, a partir das 13:00, será velada até às 17:00, quando se realiza o funeral.
Bento da Cruz, licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, era referenciado como o “príncipe do planalto barrosão”.
No início da carreira, em 1955, estabeleceu consultório médico em Souselas, na Beira Litoral, e, a partir de 1956, na aldeia de Pisões, no concelho transmontano de Montalegre, onde providenciou assistência médica gratuita a muitos conterrâneos.
Antes da faculdade, Bento Gonçalves da Cruz ingressou na Escola Claustral de Singeverga, dirigida por monges beneditinos, com o fito de seguir a vida religiosa.
Concluiu com distinção o antigo Curso dos Seminários e foi diretor literário das revistas estudantis O Colégio e Claustrália. Em 1945 entrou no noviciado e, no ano seguinte, abandonou a vida consagrada.
Literariamente estreou-se em 1959 com a obra "Hemoptise", assinada sob o o pseudónimo de Sabiel Truta. Ao longo de 50 anos de carreira literária publicou cerca de 25 títulos, entre contos, romances, biografia e crónicas, que compilou em três volumes sob o título "Prolegómenos", o mesmo da coluna que regularmente assinava no jornal Correio do Planalto, por si fundado depois do 25 de Abril de 1974.
"Histórias da vermelhinha", "Planalto de gostofrio", "Histórias de lana-caprina", "O tetábulo das virgens loucas", "Victor Branco: Escritor barrosão, vida e obra", "Camilo Castelo Branco: Por terras de Barroso e outros lugares" e "A Fárria", com que celebrou, em 2010, cinquenta anos de carreira literária, são alguns dos seus títulos.
O autor recebeu o Prémio Fialho de Almeida, da Sociedade Portuguesa de Escritores Médicos, em 1973, por "Contos de Gostofrio e Lamalonga", o Prémio Literário Diário de Notícias e de Ficção da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos, em 1991, por "O lobo guerrilheiro", e ainda o Prémio Literário de Investigação da Câmara Municipal de Montalegre (CMM), por "Victor Branco, escritor barrosão – vida e obra", em 1995, assim como os prémios literários de ficção, da CMM, por "O retábulo das virgens loucas", em 1996, e o do Eixo Atlântico de Narrativa Galega e Portuguesa, por "A loba", em 1999.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/morte/morreu-o-escritor-bento-da-cruz
O escritor Bento da Cruz, de 90 anos, autor, entre outras obras, de “O lobo guerrilheiro”, morreu hoje, no Porto, onde residia desde 1971, disse à Lusa fonte editorial.
Segundo a mesma fonte, as cerimónias fúnebres iniciam-se hoje, pelas 17:00, na Igreja das Antas, no Porto, de onde a urna sairá na quinta-feira, pelas 11:00, para a aldeia natal do escritor, Peirezes, no concelho de Montalegre, onde, a partir das 13:00, será velada até às 17:00, quando se realiza o funeral.
Bento da Cruz, licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, era referenciado como o “príncipe do planalto barrosão”.
No início da carreira, em 1955, estabeleceu consultório médico em Souselas, na Beira Litoral, e, a partir de 1956, na aldeia de Pisões, no concelho transmontano de Montalegre, onde providenciou assistência médica gratuita a muitos conterrâneos.
Antes da faculdade, Bento Gonçalves da Cruz ingressou na Escola Claustral de Singeverga, dirigida por monges beneditinos, com o fito de seguir a vida religiosa.
Concluiu com distinção o antigo Curso dos Seminários e foi diretor literário das revistas estudantis O Colégio e Claustrália. Em 1945 entrou no noviciado e, no ano seguinte, abandonou a vida consagrada.
Literariamente estreou-se em 1959 com a obra "Hemoptise", assinada sob o o pseudónimo de Sabiel Truta. Ao longo de 50 anos de carreira literária publicou cerca de 25 títulos, entre contos, romances, biografia e crónicas, que compilou em três volumes sob o título "Prolegómenos", o mesmo da coluna que regularmente assinava no jornal Correio do Planalto, por si fundado depois do 25 de Abril de 1974.
"Histórias da vermelhinha", "Planalto de gostofrio", "Histórias de lana-caprina", "O tetábulo das virgens loucas", "Victor Branco: Escritor barrosão, vida e obra", "Camilo Castelo Branco: Por terras de Barroso e outros lugares" e "A Fárria", com que celebrou, em 2010, cinquenta anos de carreira literária, são alguns dos seus títulos.
O autor recebeu o Prémio Fialho de Almeida, da Sociedade Portuguesa de Escritores Médicos, em 1973, por "Contos de Gostofrio e Lamalonga", o Prémio Literário Diário de Notícias e de Ficção da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos, em 1991, por "O lobo guerrilheiro", e ainda o Prémio Literário de Investigação da Câmara Municipal de Montalegre (CMM), por "Victor Branco, escritor barrosão – vida e obra", em 1995, assim como os prémios literários de ficção, da CMM, por "O retábulo das virgens loucas", em 1996, e o do Eixo Atlântico de Narrativa Galega e Portuguesa, por "A loba", em 1999.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/morte/morreu-o-escritor-bento-da-cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.