O ministro
da Cultura, Castro Mendes, disse hoje em Vila Nova de Foz Côa que o Governo vai
manter o modelo de fundação para a gestão do Parque Arqueológico e do Museu e
do Côa.
O atual Governo acredita que "o mais viável é a
continuação do modelo de fundação", embora sujeito a "profunda
restruturação", disse o governante à agência Lusa.
Afirmando ser "essencial" que a revitalização da
Fundação Côa Parque seja feita em diálogo com os trabalhadores", com quem
se reuniu, o ministro disse ter ouvido da parte deles menção às "faltas e
carências que têm sentido nos últimos anos" e, principalmente", às
"dúvidas sobre os sucessivos modelos [de gestão] que tem sido apresentados
para o Vale Côa".
"Asseguráramos o respeito pelos postos de trabalho
existentes", afirmou Luís Castro Mendes, deixando a garantia de que não
haverá despedimentos de qualquer funcionário da Fundação.
Por sua vez, José Pedro Branquinho, representantes dos
trabalhadores do Parque Arqueológico e Museu do Côa, disse que a expectativa
dos trabalhadores era outra: que o Estado tutelasse "novamente" o
Parque Arqueológico e O Museu do Côa.
"O modelo de fundação é considerado pelo Governo a
melhor solução. No entanto, estes cerca de cinco anos em que estivemos sob o
modelo da Fundação foram maus de mais. A falta de financiamento levou a que se
cometessem muitos erros, alguns deles graves, tais como a falta de dinheiro
para o pagamento de salários dos trabalhadores" enfatizou o também
sindicalista.
Em março, a Comissão de Trabalhadores do Museu e do Parque
Arqueológico do Côa declarou-se preocupada com a "insustentável"
degradação financeira da Fundação.
Em declarações à agência Lusa, na altura, o representante da
Comissão de Trabalhadores, José Branquinho, disse que o anterior Governo nunca
entendeu financiar a Fundação Côa Parque e que, por isso, se foram acumulando
dívidas a diversas entidades públicas.
A mesma fonte confirmou que a fundação já teve de recorrer a
empréstimos para pagar vencimentos aos 34 trabalhadores da instituição e que a
loja da fundação, que está instalada no Museu do Côa, foi penhorada pelas
Finanças.
O capital social da Fundação está distribuído da seguinte
forma: 275 mil euros, da Direção-Geral do Património Cultural, cem mil euros da
Agência Portuguesa do Ambiente e do Turismo Porto e Norte, 20 mil euros da
Câmara de Vila Nova de Foz Coa e cinco mil euros da Associação dos Municípios
do Vale do Côa.
A situação financeira da Fundação Côa Parque esteve para ser
abordada a 19 de abril, numa audição parlamentar do anterior ministro da
Cultura, João Soares, que entretanto se demitiu.
O atual ministro teve em 17 de maio a primeira audição em
comissão parlamentar e, nessa altura, nada adiantou sobre o futuro da Fundação
Côa Parque, mas já garantiu a salvaguarda dos postos de trabalho.
Lusa/Fim
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