A anunciada retoma da exploração mineira em Torre de
Moncorvo é vista como a principal esperança de emprego pelos atuais 12 alunos
do curso de Prospeção Mineral e Geotécnica do Instituto Politécnico de Bragança
(IPB).
"Ainda temo que o projeto da prospeção mineira possa
não ser viável. Mas, se o contrário acontecer, é muito bom para um território
que não tem oferta de emprego", frisou Ângela Ferreira, uma das alunas
daquele curso, em declarações à Lusa.
A aluna residente na aldeia do Carvalhal, precisamente o
território onde se encontram as jazidas de minério, disse que já há muito que
se fala no arranque da exploração, mas assinalou também a circunstância de não
se apontarem datas concretas.
Teresa Fernandes, igualmente aluna do curso do Politécnico
transmontano, contou que já tinha frequentado, sem o completar, um curso de
geologia na Universidade de Coimbra, pelo que, conforme sublinhou, "fazia
todo sentido ingressar" no curso de Prospeção Mineral e Geotécnica para
entrar no mercado de trabalho se e quando a exploração mineira arrancar em
Moncorvo.
"Com a perspetiva da abertura das minas torna-se um
curso interessante e um ponto de partida para entrar no mercado de trabalho, já
que trata de um curso único no seu género", indicou a aluna do IPB.
O curso é ministrado pelo Instituto Politécnico de Bragança
(IPB), em parceria com o município de Torre de Moncorvo e tem uma duração de
dois anos.
Carlos Balsa, o diretor do curso, indicou que trata do um
curso superior técnico profissional e declarou-se convicto de que os alunos não
terão problema em arranjar emprego.
"A ideia passa por formar técnicos de prospeção que
colaboram com as empresas do setor mineiro e rochas ornamentais. Temos
protocolos com todas empresas que fazem prospeção mineral no país, o que dá
segurança de emprego", explicou o docente do IPB.
Com esta formação pretende-se dotar os alunos de
conhecimentos técnicos para o exercício do planeamento, coordenação e execução
das várias atividades envolvidas na prospeção de massas e depósitos minerais,
de solos e de substratos de locais com interesse para a engenharia.
Outro dos objetivos é fixação de jovens no concelho,
proporcionando-lhe a possibilidade de frequentarem um curso técnico superior
que lhes permita ter um emprego após a reabertura das minas.
As minas de ferro de Torre de Moncorvo, no distrito de
Bragança, foram a maior empregadora da região, na década de 1950, chegando a
recrutar 1.500 mineiros.
A exploração de minério foi suspensa em 1983, com a falência
da Ferrominas. Já em 2008, a MTI - Ferro de Torre de Moncorvo, SA, uma empresa
de capitais nacionais e estrangeiros, ganhou os direitos de prospeção e
pesquisa e, em 2011, foi-lhe atribuída pelo Governo a concessão de exploração
durante 60 anos, até 2070.
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/economia/601128/exploracao-mineira-em-moncorvo-cativa-jovens-para-formacao-na-area
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