Os próximos dias são de festa e das cerejas, em Alfândega da
Fé, concelho do Nordeste Transmontano que vai dar a provar as primeiras da
época, num dos piores anos, com quebras quase totais nas variedades precoces.
Há 30 anos que o município do distrito de Bragança fez da
cereja um símbolo e organiza, em junho, a Festa da Cereja, um dos mais antigos
eventos temáticos da região, que se repete entre quinta-feira e domingo, com
animação e produtos da terra.
Num ano em que as quebras de produção de cereja são significativas
e em que se registou um atraso na maturação a festa de Alfândega da Fé promete
trazer as primeiras cerejas da época, que já são aguardadas com muita vontade,
avançou a autarquia local, promotora da iniciativa junto com a Cooperativa
Agrícola.
O concelho de Alfândega da Fé não é dos maiores produtores
portugueses de cereja, mas tem apostado nesta produção com a plantação de novos
pomares e incentivos aos jovens, sendo que o fruto é mesmo a imagem de marca da
própria autarquia.
A Cooperativa Agrícola é responsável pela maior área de
pomares neste concelho do produtivo Vale da Vilariça, e o presidente, Eduardo
Tavares, indicou à Lusa, em maio, que este ano, nas variedades de cereja
precoces as "há perdas quase totais, a atingir mais de 80 por cento".
O dirigente espera que "as quebras nas variedades de
meia estação e mais tardias não sejam tão acentuadas".
Apesar dos prejuízos, cereja não faltará nos quatro dias da
festa, em Alfândega da Fé, a que se juntam outros atrativos, como tasquinhas,
artesanato, produtos locais, animação e uma programação diversificada.
Todos os anos é apresentada uma novidade à base da rainha da
festa, como já foi uma cerveja, e a reservada para esta edição é "um
vinagre de cereja", que a cooperativa agrícola irá apresentar.
Pelo segundo ano consecutivo, decorre em simultâneo o
Encontro de Pastores, em parceira com associações do setor como a ANCRAS e
ANCOTEQ e que inclui um Concurso de Ovinos e Caprinos e uma Mostra de Cão de
Gado Transmontano.
O propósito é "aproximar a Festa da Cereja do mundo
rural, dando a conhecer atividades e setores que muito contribuem para a
dinamização da economia local", indicou o município.
Grande parte das atividades concentra-se no Parque Municipal
de Exposições, por onde vão passar grupos culturais concelhios, responsáveis
pela maioria, mas também outros artistas como Romana, ou os transmontanos de
música mirandesa Galandum Galundaina e Roberto Leal, "a darem voz ao
orgulho de ser transmontano".
A festa reserva ainda atuações de outros géneros como DJ e o
tradicional Piquenicão do Tio João, um programa de uma rádio local que junta os
ouvintes nesta iniciativa.
A autarquia liderada pela socialista Berta Nunes assegura
que esta festa "tem vindo a afirmar-se como espaço de valorização e
promoção do território e da sua identidade".
A abertura oficial será feita pela Coordenadora da Unidade
de Missão para a Valorização do Interior, Helena Freitas.
Fonte: http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=249822
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