03.10.1903 – Correspondência de Carrazeda de Ansiães assinada por Cândido de Figueiredo:
- veio ter-me às mãos, há tempos, um jornaleco da Lousã, do qual é redactor e proprietário o sr. Guilherme Franqueira, médico municipal naquela localidade e aspirante ao marechalato progressista de Carrazeda de Ansiães. Nestes artigos, em que o despeito e pouca vergonha transparecem, fazem-se graves acusações ao nosso querido chefe político sr. César Augusto da Veiga Martins.
03.10.1928 – Ofício do presidente da câmara de Moncorvo, Francisco Marcos para o Grupo dos Amigos dos Monumentos e Obras de Arte, de Bragança:
- Para os devidos efeitos comunico a Vª Exª que tendo sido presente o seu ofício de 14 de Setembro findo, em que pede para que sejam depositadas no Museu regional dessa cidade as medidas de líquidos do reinado de D. Sebastião, que pertencem a este Município, com a condição de esta Câmara nunca perder o direito à propriedade das mesmas e na indicação do Museu figurar como depositário delas, esta Câmara resolveu concedê-las, nas condições expostas, não só aquelas medidas para líquidos, como também as medidas para secos e respectivos rasouros.
03.10.1929 – Nota do jornal Há-Lapid nº 23:
- Chegou ao Porto a charmante escritora judia francesa Mme lily Jean-Jarval. Passou o Rosh Hashanah no Porto e seguiu para Bragança acompanhada do capitão Barros Basto. Nessa cidade visitou varias casas cripto-judaicas. Na sede da Comunidade, rua Direita nº 31, pequena sinagoga Shaare Pidion (Portas do Resgate) assistiu à oração e a uma pequena conferência sobre o valor do judaísmo e sua vitalidade feita pelo capitão Barros Basto. Estavam presentes alguns goim que ficaram impressionados pelas enérgicas e francas palavras do mensageiro do resgate; para os judeus presentes foram 3 horas de grande emoção. Tanto o capitão como a gentil escritora foram recebidos com flores à entrada na comunidade. O capitão Barros Basto conferenciou com o capitão Borges, cripto-judeu casado com uma senhora cripto-judia, tendo este último aderido francamente à Obra do Resgate, pela qual vai trabalhar em Bragança.
Devo informar que no número seguinte do mesmo jornal vem uma bela reportagem feita por aquela escritora judia francesa da viagem pelo Douro e por Trás-os-Montes até Bragança da qual respigamos apenas um parágrafo:
- O comboio que nos leva a Bragança margina o Douro, sulcado por caíques e barcos rabelos. Atravessa bosques de pinheiros mansos e de eucaliptos, vinhas cuja verdura parece encerrar todo o sol e perfumes de Portugal. Agora, a paisagem torna-se mais severa. Montanhas graníticas escavadas em degraus, onde apenas surgem oliveiras, têm um ar de fortaleza exprimindo a luta do homem contra a pedra.
O mesmo jornal, no seu nº 40 publica um poema em francês, da autoria da mesma escritora alusivo à sua viagem por Trás-os-Montes e visita a Bragança.
03.10.1941 – Integração do Monte Palão (Freixo de Espada á Cinta) no regime florestal.
António J. Andrade
Lindíssima a breve descrição (a que tive acesso aqui nas Efemérides; agradeço ao A.J.Andrade a partilha) do Douro, feita pela escritora judia Lily Jean-Jarval.
ResponderEliminarQuanto às medidas moncorvenses do tempo de D. Sebastião, ainda pertencem a Moncorvo? Se Moncorvo vier a ter um museu etnográfico, essas medidas ainda regressarão à sua origem?
Abraço
Júlia