27.10.1912 – Notícia do jornal O Século:
Tribunal |
- Vila Flor. Deram-se aqui hoje, pelas 2 horas, graves acontecimentos. O povo de várias freguesias deste concelho amotinou-se durante a noite, penetrou violentamente nesta vila e, dirigindo-se à repartição de Finanças e Tesouraria, arrombou as portas e janelas e tirou os documentos ali existentes, dos quais fez um montão enorme a que lançou fogo… Eram 250 os assaltantes e vinham mascarados. Salvaram-se ainda documentos importantes.
27.10.1940 – Inauguração da luz eléctrica, do tribunal, da rede de água e da casa do povo, em Torre de Moncorvo.António Júlio Andrade
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Uma estátua para os 250 heróis anónimos de Vila-Flor a ser paga pelas sobras do BPN
ResponderEliminarDevia.se fazer o mesmo hoje para mandar estes bandalhos todos para lá do Marão, nesse tempo os Transmontanos tinham barba rija, agora passaram a copos de leite.
EliminarA inauguração da luz eléctrica foi em 1940?!
ResponderEliminarFornecida pela central da Corredoura, situada por baixo do actual edifício que serviu de cadeia, no sítio onde depois foi a Delegação escolar... não pela rede das barragens do Douro... A propósito: onde andará o motor? E não haverá nenhum objecto ou instrumento ou candeeiro dessa época? Ninguém escreve nada sobre essa central que eu não conheci? Por onde anda a nossa memória colectiva? J. Andrade
ResponderEliminarDaniel Vilar disse:Boa, Lelo Demoncorvo, falta saber se foi por um bom motivo, ou não. Não sou adepto da violência mas trocando os papéis por pessoas, às vezes apetecia fazer o mesmo.
ResponderEliminarO relatório apreendido pelas autoridades ao “ex-espião” Jorge Silva Carvalho contém pormenores sórdidos sobre o patrão da SIC.
ResponderEliminar“1970 – 1ª mulher inicia relação com Carlos Cruz.” Este é o título de mais um capítulo do relatório apreendido pelas autoridades ao ex-responsável do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Jorge Silva Carvalho, no âmbito do processo das secretas, cuja acusação foi deduzida recentemente, e onde são feitas considerações sórdidas sobre a vida privada do patrão da SIC.
“A 1ª mulher, Maria Isabel Silva (Belixa) Lacerda Rebelo Pinto da Costa Lobo inicia uma relação com o apresentador Carlos Cruz (não é claro se a mesma tinha começado antes ou depois de Belixa se separar de Balsemão). De assinalar que, durante o depoimento do processo Casa Pia sobre esse período, Carlos Cruz tem o cuidado de nunca referir nem o nome de Maria Isabel, nem de Balsemão, nem dos filhos de ambos. A relação entre Balsemão e Cruz não era a melhor, dada a vontade deste em levar a Mónica e Henrique para Nova Iorque, ideia a que Balsemão se opôs”, escreveu o espião Paulo Félix, a quem Jorge Silva Carvalho ordenou que fizesse o relatório.
Segue-se uma nota feita pelo próprio Paulo Félix, a que ele denominou “coincidências”: “Circula na internet uma mensagem com o título ‘coincidências’. Refere que a SIC foi a única estação que esteve no Parlamento quando o juiz Rui Teixeira ali entregou o pedido de levantamento de imunidade a Paulo Pedroso. Refere depois uma série de relações pessoais ou profissionais de pessoas da SIC: Daniel Cruzeiro, chefe de redacção, é filho do advogado de Paulo Pedroso e é casado com Rita Ferro Rodrigues, também ela da SIC e filha do secretário-geral do PS; Sofia Pinto Coelho, jornalista, é casada com Ricardo Sá Fernandes, da defesa de Carlos Cruz; Ricardo Costa, editor de política, é irmão de António Costa, dirigente do PS. A que se somam estes factos: Cruz era apresentador da SIC até à eclosão do caso Casa Pia; Marta Cruz, filha do apresentador, era presença constante num programa da SIC; Herman José, arguido no mesmo caso, era apresentador de um programa da SIC.”
E o espião cita outras fontes para continuar com as “coincidências”: O dono da SIC, onde Carlos Cruz trabalhava é Pinto Balsemão; o dono do semanário Expresso, que denunciou o caso, é Pinto Balsemão. O primeiro-ministro em 1982, altura em que a secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo, teve acesso ao relatório da Casa Pia com o nome de Carlos Cruz, era Pinto Balsemão. Balsemão é amigo e visita da Casa Redonda de André Gonçalves Pereira, que era o ministro dos Negócios Estrangeiros naquele mesmo ano de 1982 em que foram descobertas crianças na casa do embaixador Jorge Ritto. André Pereira é sócio de Balsemão.”
Outro episódio referido no relatório “secreto” prende-se com o nascimento de um filho de Isabel Supico Pinto, de nome Francisco Maria: “A criança só foi reconhecida pelo pai (Balsemão) após ordem do tribunal”, lê-se no documento elaborado por Paulo Félix, que relata depois a criação, em 1973, do semanário Expresso, e as perseguições da PIDE a Balsemão e ao falecido Sá Carneiro. “Balsemão usou o Expresso para defender as suas ideias políticas, usando uma perspectiva puramente instrumental e utilitária de um órgão de Comunicação Social.”
O relatório analisa ainda a suposta má relação de Balsemão com Vasco Pulido Valente, que apelidou o patrão da SIC como “Francisquinho, o medíocre mensageiro”, passa pela fundação do PSD, pela admiração de Balsemão por Mao Tse-Tung e pela visão pessimista da entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia (CEE). É igualmente abordada uma possível ligação de Balsemão e de jornalistas do Expresso à KGB, a secreta da ex-URSS, em 1980 e a sua nomeação para primeiro-ministro.
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A TV da Igreja
ResponderEliminarUma parte extensa do relatório elaborado para Jorge Silva Carvalho prende-se com a promessa de Pinto Balsemão, em Janeiro de 1982, de uma televisão para a Igreja: “Quando foi primeiro-ministro, Francisco Pinto Balsemão prometeu um canal de televisão à Igreja, mas mudou de ideias quando regressou ao seu grupo de comunicação, admitindo apenas a concessão do canal 2 da RT, uma vez que tinha então interesse na criação do seu próprio canal. Actualmente, o presidente da Impresa está contra a criação de mais TV’s, por temer os efeitos de mais concorrentes em sinal aberto.” Pinto Balsemão, assegura o relatório, terá mesmo impedido que Cavaco Silva cumprisse a promessa que ele próprio terá feito à Igreja.
“Já em 2009 Pinto Balsemão afirmou, perante deputados na Assembleia da República, ter fortes dúvidas sobre a existência de mercado publicitário para todos os canais em sinal aberto. Hoje, é um dos maiores opositores à privatização da RTP, que vê como séria ameaça à sobrevivência da SIC, mergulhada em dificuldades financeiras”, acrescenta o relatório agora na posse das autoridades.
A espionagem feita a Balsemão fala igualmente da sua desavença com Marcelo Rebelo de Sousa, tudo porque o professor terá tratado Balsemão por Francisco e este exigido a Marcelo que o chamasse primeiro-ministro. Apesar disso, lê-se no documento, Balsemão entregou o Expresso a Marcelo e este acabou por se revelar um crítico feroz do Governo. “Talvez para afastar Marcelo do Expresso, talvez por querer aproveitar o seu talento nas negociações parlamentares, talvez pelas duas coisas, Balsemão chamou-o ao Governo. Não demorou a arrepender-se. Na semana das autárquicas de 1982, decisivas para o futuro do moribundo Governo, Marcelo comunicou ao seu amigo Francisco que iria demitir-se do Governo. O primeiro-ministro não gostou de ver o seu protegido abandonar o barco que se estava a afundar, mas este prometeu manter a boca fechada. Dois dias depois a notícia estava escarrapachada na capa do DN. Balsemão chamou-o logo a S. Bento e deu-lhe um violento raspanete.”
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Grupo Bildeberg
ResponderEliminarO grupo de Bildeberg é outro assunto tratado no relatório de espionagem ao dono da Impresa: “Balsemão tem-se revelado, ao longo dos anos, como um agente de influência, sabe-se lá ao serviço de quê e controlado por quem. A sua participação em encontros de Bildeberg é disso exemplo. Trata-se de uma organização nada transparente e que, por isso mesmo, muitos rumores e teorias da conspiração tem suscitado, mas que, independentemente dos objectivos específicos, é um concentrado de gente com claras ambições de controlo de tudo o que de importante se passa no globo, sem que se conheçam as suas motivações, nem objectivos, sabendo-se apenas que são os seus objectivos particulares que os movem. Aos encontros de Bildeberg, Balsemão, que funciona como porteiro português do grupo, tem levado inúmeras personalidades portuguesas. Ele escolhe o convidados do grupo desde 1988.”
O diferendo com Emídio Rangel é igualmente abordado no relatório, ficando a saber-se que Balsemão considerava o então director da estação de Carnaxide “um gastador”. As críticas a Rangel terão motivado uma cisão na SIC, que culminou com o afastamento do director.
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