18.08.1786 – O juiz de fora de Freixo de Espada à Cinta “desejoso de concorrer para o restabelecimento dos três ramos da agricultura, que ali se acham em decadência”, institui 3 prémios, de 15 mil réis cada um, a saber: 1 – ao que plantar maior número de oliveiras no presente ano; 2 – ao que plantar maior número de amoreiras; 3 – ao criador que produzir maior número de arráteis de seda.
18.08.1793 – José António de Sá foi, em meu entender, o mais insigne juiz de fora e corregedor da comarca de Torre de Moncorvo. A título de exemplo, vejam as decisões por ele tomadas na audiência feita à câmara municipal na data atrás referida:
- Ordem para que se construa um tanque de cantaria “no sítio dos Fornos de Campo Redondo”, em Larinho. Devo acrescentar que naquele local que seria do domínio público, se fabricava a maior parte da telha para as casas de Larinho e Moncorvo.
- Ordem para se tratar dos meninos enjeitados, nos seguintes termos: - Estes são ainda órfãos de maior atenção porque destituídos de pais e bens, entraram na tutela do Concelho e da República, que devem curar deles. Em chegando à idade de 7 anos entregar-se-ão a mestres que lhe ensinem ofícios, pagando com o tempo que justarem sobre o que se devem fazer escrituras…
1225 -Foral de Santa Cruz da Vilariça |
- E agora esta ordem para se fazer uma arca onde se metam os papéis importantes da câmara, dotada de 3 chaves, com os fundamentos por ele descritos: - (…) Perderam-se papéis, aliás interessantíssimos pela sua antiguidade e por envolverem os privilégios, contratos e interesses desta vila e câmara. E é pena que semelhantes papéis não estejam inventariados nem recolhidos em armário e cofre respectivo (…) e porque este mal é antiquíssimo, é de presumir que se tenham perdido muitos papéis e livros interessantes… - Se não fosse esta ordem do corregedor Sá, talvez a nossa terra não tivesse o Arquivo Histórico que tem com cerca de duas centenas de pergaminhos e muitas centenas de livros manuscritos a partir do século XVII. Este homem, originário de Bragança e que foi Secretário de Estado e o introdutor da Estatística na administração portuguesa, merecia uma tese de doutoramento… E ser talvez nomeado patrono do IPB, ou coisa parecida. E para o estudo da sociedade trasmontana setecentista nada melhor do que a “Memória Académica em que se dá a descrição da Província de Trás-os-Montes e se propõem os métodos para a sua reforma”.
18.08.1802 – Nasce em Moncorvo Constantino José Marques, futuro Rei dos Floristas, porventura o artesão que conseguiu maior notoriedade ao nível mundial ao obter a medalha de ouro na Exposição Universal de Paris entre mais de 13 300 expositores.
18.08.1830 – Foi concedida autorização aos moradores do Larinho para agricultarem os terrenos “concelhuns” da freguesia pelo prazo de 6 anos, que já em outros tempos agricultaram para a construção da igreja, “a fim de com o seu produto concertarem a mesma igreja e muni-la dos paramentos precisos, pagando as costumadas rendas a esta câmara em cada um ano e findos os ditos 6 anos, será semeado o dito terreno de pinhais”.
Moncorvo -1894 |
18.08.1895 – Nota do jornal O Moncorvense:
- À hora a que escrevemos, 4 da tarde, salvas de foguetes estouram a para amanhã está preparada uma grande manifestação em que tomam parte os empregados judiciais e autoridades administrativas, bem como grande quantidade de povo que se espera das aldeias. Consta-nos que há sossego em Alfândega e Freixo, sendo ontem reforçados os contingentes militares destacados naquelas localidades… Em se espalhando a notícia, o entusiasmo será indescritível: é a lei das compensações; enquanto uns choram, folgam e riem os outros. Agora há uma explicação. Se o nosso concelho não fosse regenerador, não seria contemplado como foi. É bem que o povo saiba isto e nós o demonstraremos a seu tempo.18.08.1913 – Saiu o 1º número do jornal “Alma Trasmontana” assumindo as responsabilidades de director, proprietário e editor Alfredo Faro de Araújo.
António Júlio Andrade
As "Efemérides" também nos trazem acontecimentos e episódios do nosso passado, quer longínquo quer mais recente que, de outro modo, cairiam no olvido.
ResponderEliminarObrigada, António Júlio Andrade.
Abraço
Júlia