quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Nordeste Transmontano -Efemérides (14/01)

14.01.1682 – Em reunião de câmara de Moncorvo, os vereadores “assentaram que se pusesse em pregão o paredão que se há-de fazer no adro da igreja, além do lageado novo, na forma dos apontamentos que se lhe darão”.
14.01.1876 – Dado que o médico do partido, Dr. Diogo de Sá estava já velho e não atendia às necessidades do concelho, foi deliberado em câmara criar um segundo partido de medicina.
14.01.1894 – Publicado o nº 118 do Moncorvense que dá nota do falecimento de D. Angélica Camila Salgado, viúva do dr. Eduardo Salgado, moradora em Carviçais, bem como de D. Maria Amália Carneiro de Gusmão, mãe de Bento e Bernardo Carneiro de Gusmão.


 Felgar (1974)
14 Jan 1932 – Abertura de uma oficina de pirotecnia na aldeia de Felgar, por Francisco José Ramos. Este homem era natural de Mazouco, concelho de Freixo de Espada à Cinta, filho de mãe solteira. Não sei quando se fixaram no Felgar, mas sei que Francisco foi casar no Sendim da Ribeira, concelho de Alfândega da Fé. Parece que as suas capacidades de pirotécnico não demoraram a ser reconhecidas, logo alcançando prémios e medalhas e os consequentes resultados financeiros. Por 1936, porém, rebentou a oficina e ali morreu Francisco e seu irmão Artur que com ele trabalhava. Ficou a viúva, Maria Júlia Camelo com os filhos pequenos: Francisco Ramos Júnior e António Ramos. Este foi mandado para o seminário mas logo saiu e rumou a Lisboa. O Francisco foi enviado para Bretiande, concelho de Resende, a aprender a arte com um pirotécnico amigo da família. Por 1946 os dois irmãos e a mãe juntaram-se e restauraram a fábrica, com o nome da firma: Viúva Ramos & Filhos. Por 1956, os dois irmãos desentenderam-se e o António foi-se para o Brasil, ficando o Francisco com a oficina. Em 1967 nova catástrofe, com a oficina a ir pelos ares, morrendo no acidente o empregado que lá se encontrava a trabalhar. E foi o ponto final na fábrica de foguetes do Felgar e na carreira pirotécnica de Francisco Ramos. Mas não desistiu de lutar, antes se lançou em nova actividade – o fabrico e a distribuição de colorau, primeiro ao serviço de D. Ester, viúva de Ernesto Filipe e depois por sua própria conta. De referir que Francisco José Ramos foi casado com uma filha de Artur Pires, o Cara Fatal de “In Illo Tempore”. Estes foram os dados que consegui coligir sobre esta família Felgarense. Se algo está errado, ou merece ser acrescentado, peço aos seus filhos, Francisco e Júlia Ramos, que ambos estudaram no colégio Campos Monteiro (creio que ambos ali foram meus alunos), e que tenho em muita consideração, o favor de corrigir ou completar.

Nota final para dizer que um bisneto do fundador se tornou conhecido como praticante de Remo e Canoagem, chegando a representar a selecção nacional. Disso dei nota em um artigo publicado no jornal Terra Quente, em data que agora não sei precisar.

António Júlio Andrade 

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2 comentários:

  1. Diamantino Artur Pires Rebouta escreveu: A mulher de Francisco Ramos Junior e irma da minha MAE...Maria Noemia Pires..

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  2. Muito obrigado por este apontamento do meu bisavô e avô. Parece-me que os fatos que relata estão corretos, a acrescentar apenas que o meu avô Francisco Ramos Júnior, após uns anos a explorar a fabrica de colorau se dedicou em exclusivo á atividade agrícola e apícola na nossa freguesia. (eu sou o bisneto que refere - atleta de Remo - Pedro Ramos - pmramos77@gmail.com)

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