último restauro. |
14 Jan 1682 – Abertura de concurso público para a construção de parte do lageado e paredão de suporte do adro da igreja matriz de Moncorvo. A obra seria adjudicada ao “arquitecto, mestre de obras e escultor” António Lopes de Sousa, um dos maiores construtores da vila de Torre de Moncorvo e do Nordeste Trasmontano, autor de obras como a Ponte de Remondes, no ano de 1778, sendo provedor da comarca o dr. Diogo Vaz de Aguiar, sobre o rio Sabor ou dos retábulos do Altar das Relíquias e do Altar de Santo Amaro, na Sé de Miranda do Douro. Sobre o assunto ver o meu Dicionário Histórico dos Arquitectos, Mestres de Obras e outros Construtores da vila de Torre de Moncorvo, publicado na revista Brigantia, vol. XI, nº 3-4, de 1991.
14 Jan 1876 – Criado um segundo partido de medicina na área do concelho, pois o médico do partido dr. Diogo de Sá é já velho e não consegue atender às solicitações que lhe são feitas. Neste segundo partido foi empossado, alguns meses depois, o jovem médico António Joaquim Ferreira Margarido.
14 Jan 1932 – Abertura de uma oficina de pirotecnia na aldeia de Felgar, por Francisco José Ramos. Este homem era natural de Mazouco, concelho de Freixo de Espada à Cinta, filho de mãe solteira. Não sei quando se fixaram no Felgar, mas sei que Francisco foi casar no Sendim da Ribeira, concelho de Alfândega da Fé. Parece que as suas capacidades de pirotécnico não demoraram a ser reconhecidas, logo alcançando prémios e medalhas e os consequentes resultados financeiros. Por 1936, porém, rebentou a oficina e ali morreu Francisco e seu irmão Artur que com ele trabalhava. Ficou a viúva, Maria Júlia Camelo com os filhos pequenos: Francisco Ramos Júnior e António Ramos. Este foi mandado para o seminário mas logo saiu e rumou a Lisboa. O Francisco foi enviado para Bretiande, concelho de Resende, a aprender a arte com um pirotécnico amigo da família. Por 1946 os dois irmãos e a mãe juntaram-se e restauraram a fábrica, com o nome da firma: Viúva Ramos & Filhos. Por 1956, os dois irmãos desentenderam-se e o António foi-se para o Brasil, ficando o Francisco com a oficina. Em 1967 nova catástrofe, com a oficina a ir pelos ares, morrendo no acidente o empregado que lá se encontrava a trabalhar. E foi o ponto final na fábrica de foguetes do Felgar e na carreira pirotécnica de Francisco Ramos. Mas não desistiu de lutar, antes se lançou em nova actividade – o fabrico e a distribuição de colorau, primeiro ao serviço de D. Ester, viúva de Ernesto Filipe e depois por sua própria conta. De referir que Francisco José Ramos foi casado com uma filha de Artur Pires, o Cara Fatal de “In Illo Tempore”. Estes foram os dados que consegui coligir sobre esta família Felgarense. Se algo está errado, ou merece ser acrescentado, peço aos seus filos, Francisco e Júlia Ramos, que ambos estudaram no colégio Campos Monteiro (creio que ambos ali foram meus alunos), e que tenho em muita consideração, o favor de corrigir ou completar.
Nota final para dizer que um bisneto do fundador se tornou conhecido como praticante de Remo e Canoagem, chegando a representar a selecção nacional. Disso dei nota em um artigo publicado no jornal Terra Quente, em data que agora não sei precisar.
António Júlio Andrade
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