sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

TORRE DE MONCORVO - SILHADES

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Fotografia cedida por Joaquim Silva

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11 comentários:

  1. Jornal Nordeste
    Arquivo: Edição de 15-09-2009
    Secção: Lugares
    Povoado antiquíssimo e berço da freguesia do Felgar está em vias de classificação desde 2004

    Silhades: história e património submerso

    Rodeado de paisagens bucólicas, o lugar de Silhades, na freguesia do Felgar, concelho de Torre de Moncorvo, é um local místico, onde o tempo passa devagar e a natureza pode ser contemplada no seu estado mais puro. Os habitantes do Felgar guardam memórias não muito distantes deste sítio, onde, até há cerca de 4 décadas atrás, pernoitavam nas campanhas da azeitona ou da amêndoa.

    As casas de xisto, algumas delas em ruínas, rodeiam a capela de S. Lourenço, que se ergue mesmo no centro do povoado impregnado de história. Nos registos do Instituto Português do Património Arquitectónico é feita referência ao sítio de Silhades como um lugar de interesse arqueológico. Aliás, este património está em vias de classificação desde 2004. Na nota histórica é referido que é um núcleo de povoamento utilizado desde a Idade do Ferro, onde foram recolhidos artefactos que apontam para a existência de um povoado fortificado. Além disso, foram recolhidos vários fragmentos cerâmicos, que remontam à época romana.
    Mais distantes dos marcos históricos estão as memórias dos populares, que associam aquele local às lides agrícolas. “Antigamente, não havia semana nenhuma que não fosse para lá. Na época da azeitona chegava a ficar lá durante um mês e durante a apanha da amêndoa também. Agora vai-se com sol e vêm-se com sol, porque há carros, mas antes ia-se a pé ou em animais”, recorda Augusto Neves, de 75 anos.
    Também José dos Santos lembra os tempos em que ia trabalhar para as ladeiras.
    “Cheguei a dormir muitas noites em Silhades. Tínhamos lá casas e ficava mais perto, porque eram dias e dias de trabalho. Quando iam os ranchos à azeitona, as pessoas dormiam lá nas casas”, recorda este habitante de 87 anos.

    EDP vai brindar a freguesia do Felgar com um Centro de Interpretação e Reabilitação Animal

    Já o presidente da Junta de Freguesia do Felgar, António Manuel Gonçalves, lembra que Silhades terá sido o berço da freguesia.
    “Reza a lenda que as pessoas eram atacadas por mosquitos à beira rio. Então vinham para a parte de cima folgar. Dizem que foi a partir daí que surgiu o Felgar”, conta o autarca.
    A par de ser um vale agrícola fértil, povoado, maioritariamente, com oliveiras e amendoeiras, aquele local também tem um forte simbolismo religioso. Todos os anos, em Agosto, a população do Felgar faz uma romaria com procissão até à capela de S. Lourenço.
    Para preservar o seu significado religioso, a capela de S. Lourenço vai ser transladada para uma zona mais alta, onde vai ser criado um miradouro, com uma zona de lazer, sobre o rio Sabor. “ Com a construção da barragem do Baixo Sabor, o vale vai ficar todo inundado, incluindo o lugar de Silhades”, reforça António Gonçalves.
    Na óptica do autarca, a construção da albufeira não vai afectar a economia da freguesia, visto que grande parte dos terrenos agrícolas já não são cultivados. “Se fosse há 30 ou 40 anos atrás seria uma catástrofe para a economia do Felgar.
    Agora já ninguém vive directamente da agricultura. Só há 2 ou 3 pessoas que ainda trabalham para proprietários de terrenos”, justifica o autarca.
    Quanto aos benefícios trazidos pela barragem, António Gonçalves afirma que é uma incógnita. “Felgar é a freguesia mais afectada. Quanto aos benefícios só esperando para ver”, acrescenta.
    Para já, a EDP comprometeu-se a criar na freguesia um Centro de Interpretação e Reabilitação Animal, que poderá atrair turistas ao Felgar.

    Por: Teresa Batista

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  2. Para saber mais :
    http://antoniocristino.no.sapo.pt/Locais%20a%20Visitar.htm

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  3. No nosso blogue:
    http://lelodemoncorvo.blogspot.com/2010/10/cilhades-s-lourenco-e-barca.html

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  4. "Agora já ninguém vive directamente da agricultura. Só há 2 ou 3 pessoas que ainda trabalham para proprietários de terrenos”, justifica o autarca."
    ...

    "Na óptica do autarca, a construção da albufeira não vai afectar a economia da freguesia, visto que grande parte dos terrenos agrícolas já não são cultivados."

    Olhe que não senhor presidente, olhe que não...
    Ou anda distraído ounão tem ido ao rio.
    Fizessem as contas como as que fazem para justificar a suposta rentabilidade do TGV e veriam a importância que o vale do Sabor tem para o Felgar.
    Mas outros valores mais altos se levantam.
    O tempo fará justiça.

    Lourenço.

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  5. Esta foto já tem muitos anos e é bastante interessante porque nos faz recordar com saudades o testemunho de um tempo que não mais voltará, quando tudo for submergido.
    Faz-nos recordar os barqueiros, O Ti Manel Rabeca, o Ti Virgilio e o Ti Aníbal Barqueiro.
    Recordo-me de um dia a barca estar na margem esquerda, o ti Virgilio estar na outra margem, eu ainda jovem lá consegui levar a barca seguindo as suas instruções, onde já havia pessoas para passar para o lado de cá.
    Hoje já não há Barqueiros, nem Guarda-Rios.
    A C

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  6. A última Procissão
    NN - publicado Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009
    De Cilhades ficar-nos-á a recordação. A História de uma aldeia que resistiu ao abandono de todos os homens de cá, mas que foi incapaz de resistir à decisão de um pequeno grupo de fora. Um calor intenso afogueia os rostos dos poucos “romeiros” que às 18 horas da tarde se juntam em redor da capelinha de S. Lourenço. Hoje é dia 19 de Agosto e em Cilhades comemora-se a festa do seu padroeiro.
    São pouco mais de uma dezena os presentes. Àquela hora, e com aquele calor, não era de esperar outra coisa. “O santinho vem mais tarde de Felgar”, informa-me um dos presentes que empina um copo de cerveja fresquinha e depois limpa os beiços com a mão sapuda e calejada.
    A organização da “festinha” ainda realiza os últimos preparativos. Instalam-se as derradeiras lâmpadas, esticam-se os cabos de som, monitoriza-se o gasóleo do gerador e descarrega-se de um carro com matricula francesa alguns tachos para a jantarada da noite.
    Enquanto a azáfama corre vou passeando entre o espaço demarcado por pequenas casas de pedra. Hoje, dia de S. Lourenço, estão todas abertas, e a capelinha branca, que reluz como um pirilampo na pardez acastanhada do xisto, também. A casa mais bonita e conservada está completamente escancarada, de portas abertas de par em par, como que revelando um interior sem segredos a revelar. Não me contenho e espreito. De lá um sorriso rasgado a receber a minha curiosidade. “Quer entrar?”. Vacilo. Fico momentaneamente envergonhado,mas depois recupero a compostura.
    CONTINUA

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  7. CONTINUAÇÃO
    . Não entro mas aproveito para gerar conversa. A senhora é simpática e difunde um ar de boa anfitriã.Cilhades é isto. Memória, memória e mais memória. Agora ninguém aqui vive mas todos os que aqui têm casas, aqui vêm com intensa regularidade. “Nunca aqui vivi, e nem sequer os meus pais”, disse-me a senhora simpática. A aldeia foi abandonada nos finais do século XIX. Os homens e as mulheres que a habitavam preferiram ir para Felgar, mais próximo de Torre de Moncorvo. Mas mantiveram intacto o espírito do lugar, a julgar pela placidez com que a minha interlocutora desfiava recordações.A aldeia, embora sem habitantes, articulava-se diariamente com o amanho da terra. Rodeiam-na olivais imensos, muito viçosos e bem tratados. E um pouco mais abaixo o rio a correr luzidio. Esta paisagem vai desaparecer e S. Lourenço também – interpus, provocativo, a determinada altura. “Vai. É uma pena!...”, retorquiu-me a senhora com a naturalidade e a calma com que naquela tarde corria o rio Sabor. “ S. Lourenço vai para ali”, e apontou-me um cabeço que se desenvolve em frente à actual aldeia, na margem esquerda. “Mas não vai ser a mesma coisa!”, sorriu quase de esguelha. Depois de uma pausa continuou “...é uma pena...veja-me estes olivais, dão azeite do mais fino. Mas que lhe havemos de fazer?!.. Vai ficar tudo debaixo de água. O santo não, que vive na igreja de Felgar! Também dizem que vão construir uma capelinha nova para ele...não sei. Ouvi dizer...”.Agora chegam mais romeiros. Também já passa, e muito, das sete horas da tarde. O gerador de electricidade continua a roncar. É ele que mantém as cervejas e as bebidas frescas e que logo à noite há-de alimentar o bailarico que este ano tem uma sessão de Karaoke. Neste momento é o único ruído na acalmia do vale. O sol começa a derrear-se na serra e a entrar tombado pela objectiva da minha R1. Um pequeno autocarro, que transporta um grupo de músicos da banda filarmónica de Felgar desce um estreito carreiro asfaltado; reluzem os seus vidros na encosta, enquanto o sol se põe. “Já lá vêm”, disse-me a minha anfitriã. E eu lá fui, de máquina em riste, para capturar a última procissão.
    CONTINUA

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  8. CONTINUAÇÃO
    Tudo se inicia na ponte, junto à berma do rio. Adorna-se aí o andor e em cima deste “monta-se” o santo. Os músicos afinam os metais. O rio parado. S. Lourenço olha, observa. Eu diria que a solenidade de todo o acto advém desta imagem complacente e de um olhar esbugalhadamente meigo que se escapa de um rosto bonacheirão coberto com chapéu tricórnio. Há sorrisos, há "bocas", há gargalhadas e muitos admiradores este ano a tirar fotografias. Alguns revelam uns copitos a mais.De Felgar continuam a descer carros, a maioria com matricula estrangeira. Ao todo serão mais de uma centena de pessoas. O trompete está desafinado. Os músicos esforçam-se para não desapontarem os presentes. Se estivessem mais concentrados talvez não houvesse tanta desafinação. Mas valem pela entrega. Na ti-shart de um dos músicos podia ler-se“cem por cento Felgar”. E todos aplaudiam esta tirada.O andor já está pronto. A banda está preparada. A procissão arranca. Vai sem padre e segue sempre pela beirinha do rio, passa a antiga casa do barqueiro, hoje em ruínas, e dirige-se por um canavial em túnel. Depois irrompe entre as oliveiras. O andor vai rápido, os músicos com passo acelerado. A toada acertou. Param nos sítios da tradição centenária, depois arrancam novamente quase a correr entre um caminho de pó.Já na aldeia a festa atinge o auge. A procissão contorna a capela e depois S. Lourenço é colocado com respeito no seu interior. Alguns depositam algumas esmolas. Não é muito, cinco euros, porque o tempo é de crise.Os músicos da banda dão uma roada para mostrarem o que verdadeiramente valem. Param, tocam e a harmonia dos metais e das caixas alastra-se pelo vale. S. Lourenço lá está, agora dentro da sua “casinha” por alguns instantes e eu quase juraria que com um olhar mais murcho. Mas talvez seja por já estar escuro. O interior da capelinha já está na penumbra.Hoje foi dia de S. Lourenço. Talvez o último dia recordado em Cilhades antes das águas da barragem começarem a subir. Daqui a meses lá virá a transladação e a construção de um outro sítio para o "santinho" ver o seu rio de sempre, mas muito mais caudaloso. Os tempos mudam, diria Bob Dylan se soubesse deste caso.De Cilhades ficar-nos-á a recordação. A História de uma aldeia que resistiu ao abandono de todos os homens de cá, mas que foi incapaz de resistir à decisão de um pequeno grupo de fora.“Que S. Lourenço guarde Cilhades debaixo de água”, atirou-me a minha interlocutora de há duas horas atrás quando já me preparava para regressar. “E que a nós também nos proteja para alimentar a memória desta materialidade que vai fazer parte da nossa arqueologia sentimental...”, respondi-lhe eu laconicamente, já sem convição e apenas a tentar imitar o seu ar de disposta simpatia.

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  9. relativamente ao povoado de SILHADES , tenho lido e relido muitos documentos aem relação ao povoado que agora vai ficar sumerso pela baragem. eu não sei se SILHADES foi o berço ou o início da povoação do FELGAR , lembro-me de ter conhecido pessoas já falecidas que ainda viveram em SILHADES e são da CARDANHA . uma coisa é certa : SILHADES fica na margem direita do rio SABOR e o FELGAR fica na margem esquerda desse mesmo rio , ora , no inverno , em alturas que chove muito , é impossivel alguém passar da margem direita para a margem esquerda , oisso só era possivel para quem já estivesse do lado de cá -- do mesmo lado de SILHADES , e esses eram o pessoal da CARDANHA . isto só para dizer que quando eu era pequenino , houvia dier que a minha aldeia -- a CARDANHA , teve origens nuns cardanhos que havia junto ao rio SABOR , será que são os mesmos cardanhos de SILHADES ?

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  10. Caro Joaquim
    Desde que vi um porco a andar de bicicleta já nada me admira.
    De qualquer forma há usn tempos atrás vi publicado na internet que Silhades pertencia ao concelho de Alfândega da Fè. E mesmo depois de lhe apresentar provas ficou com dúvidas... Enfim...
    Cumprimentos

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  11. em primeiro lugar, eu nunca me referi que silhades pertencesse a alfândega da fé
    eu conheço silhades , fui lá várias vezes e não está provado que fosse o berço da feguesia do FELGAR , até poque a minha aldeia , CARDANHA , sempre ouvi dizer que começou junto ao ri SABOR e ainda há (embora muito poucas pessoas ) se lembam que os avós deles , sempre viveram junto ao rio SABOR -- daí a minha dúvida

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