O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, disse
ontem, 17 de Maio, no Parlamento, que o debate sobre o futuro da Fundação Côa
Parque «está em aberto», mas que «os postos de trabalho estão salvaguardados,
qualquer que seja a solução». O governante adiantou ainda que «a situação da
Fundação foi a mais grave com que se deparou à chegada ao ministério».
Luís Castro Mendes, ministro da Cultura, disse aos deputados
da comissão parlamentar de Cultura e Comunicação que «as dificuldades
financeiras da instituição que gere o Museu e o Parque Arqueológico do Côa
foram o problema mais grave com que se deparou na chegada ao ministério» mas
que «qualquer que seja a solução serão salvaguardados os postos de trabalho e
os direitos dos trabalhadores».
Luís Filipe Castro Mendes em resposta a um requerimento do
PCP sobre as dificuldades financeiras da Fundação Côa Parque, afirmou que
«partilha a análise feita pelos deputados de que a situação da Fundação é
insustentável».
Em declarações à agência Lusa o representante da Comissão de
Trabalhadores, José Branquinho, disse em Março que «o anterior Governo nunca
entendeu financiar a Fundação Côa Parque e que, por isso, se foram acumulando
dívidas a diversas entidades públicas como a Segurança Social, às Finanças, à
Caixa Geral de Aposentações e à Caixa Geral de Depósitos, tornando-se a
situação insustentável para a Fundação». A mesma fonte confirmou que «a
Fundação já teve de recorrer a empréstimos para pagar vencimentos aos 34
trabalhadores da instituição e que a loja instalada no Museu do Côa, foi
penhorada pelas Finanças».
O capital social da Fundação está distribuído da seguinte
forma pelos fundadores: 275 mil euros, da Direcção-Geral do Património
Cultural, cem mil euros da Agência Portuguesa do
Ambiente e do Turismo Porto e
Norte, 20 mil euros da Câmara de Vila Nova de Foz Côa e cinco mil euros da
Associação dos Municípios do Vale do Côa.
A situação financeira da Fundação Côa Parque esteve para ser
abordada a 19 de Abril, numa audição parlamentar do anterior ministro da
Cultura, João Soares, que entretanto se demitiu.
Luís Filipe Castro Mendes, que tomou posse no passado dia 14
de abril, na sequência da demissão do anterior titular da pasta, teve hoje a
primeira audição, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e
Desporto, acompanhado pelo secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado.
A Fundação Côa Parque foi criada em 2011 para gerir o Museu
do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa, protegendo, conservando,
investigando e divulgando a arte rupestre, classificada Património Mundial da
UNESCO em 1998.
jcl (com agência Lusa)
Fonte: http://capeiaarraiana.pt/2016/05/18/graves-dificuldades-financeiras-na-fundacao-coa-parque/
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