quinta-feira, 25 de junho de 2015

As Cartas de Foral de Alfândega da Fé,por Francisco José Lopes

Nota de Edição

Alfândega Medieval - Nascimento do concelho com o foral de D. Dinis (1294)

Este livro agora publicado é mais um contributo importante para a história do concelho de Alfândega da Fé, integrando-o na história de Portugal, permitindo-nos perceber que desde 8 de maio de 1294, com um pequeno interregno (1895-1898) e algumas mudanças nos seus limites, Alfândega da Fé é um concelho velho de mais de sete séculos!
O livro descreve alguns aspectos económicos, jurídicos, fiscais, demográficos e outros ao longo destes séculos e embora já muito aqui fique clarificado, ainda muito há a investigar e a escrever sobre este território, antes da época medieval que o livro descreve nestes séculos de existência como concelho.
Conhecer a história local é importante para melhor se perceber o passado e o presente, contribuindo para reforçar a identidade local, um dos aspectos importantes da auto estima e da motivação para trabalhar pelo progresso destas terras e das gentes que as habitam.
Há lugar a celebrar esta data (8 de maio de 1294) e este acontecimento (o foral de D. Dinis) porque ambos são fundadores da identidade do concelho e iniciaram o percurso duma comunidade que soube resistir e sobreviver a tempos difíceis e crescer nos tempos de maior prosperidade.
Hoje Alfândega da Fé é um concelho moderno, mas sofre os problemas da interioridade e da centralização excessiva do nosso país, nomeadamente, perda da população e falta de oportunidades de emprego que permitam fixar as gentes que cá nascem e atrair “novos povoadores”, ou seja, para a atualidade, algo semelhante ao que fez D. Dinis no final do século XIII, quando lhe deu carta de foral!
A não cuidar-se deste grave problema pode estar em causa o futuro deste concelho com mais de sete séculos, a quem já foi retirado o tribunal, sendo substituído por uma “secção de proximidade” em 2012, por um governo pouco sensível à coesão territorial e ao direito de acesso à justiça que o foral já tinha consagrado, como forma de povoar este território, como refere o autor.
O poder local democrático, depois do 25 de Abril de 1974 e a adesão à Comunidade Económica Europeia, contribuíram para a modernização e o desenvolvimento do concelho e para a melhoria da qualidade de vida de quem cá habita, mas apesar de todos os progressos não temos conseguido fixar as pessoas e sofremos do maior mal que é a perda da população. Esta perda de população, como referi, pode colocar em causa o futuro.
No entanto, olhando a história aqui relatada, temos de perceber que já houve tempos mais difíceis e este concelho soube encontrar os meios para sobreviver e prosperar.
Esta é pois uma história de sucesso e de conseguimento e dá-nos esperança e motivação para continuar a trabalhar por um futuro melhor.

Dr.ª Berta Nunes

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