quinta-feira, 18 de junho de 2015

VULTOS JUDAICOS BRAGANÇANOS (I)

Luis Carvajal y de la Cueva

Os colonizadores que deram vida ao nordeste mexicano, têm a sua história enraizada nos movimentos sociais que surgem em Espanha e Portugal, imediatamente após o descobrimento da América.
No ano de 1493, precisamente depois da conquista de Granada e da partida do porto de Palos das naves comandadas por Colombo, os reis católicos de Espanha expulsaram todos os mouros e judeus dos seus domínios. Os mouros mudaram-se principalmente para África, de onde tinham vindo sete séculos antes. E os judeus para o norte da Europa e Portugal. Descendente destes judeus emigrantes para Portugal em terceira geração, foi Luís Carvajal y de la Cueva, que nasceu na vila de Mogadouro, Trás-os-Montes, no ano de 1539. Os seus pais foram Gaspar de Carvajal de Carvajal e Catalina de León de la Cueva.
Quando jovem, o seu tio materno, Duarte de León, enviou-o para Cabo Verde, no ano de 1549, onde permaneceu treze anos, chegando a ocupar o posto de tesoureiro do rei de Portugal e ocupando-se principalmente do comércio de escravos negros.
(Continua nos comentários)

Reedição de posts desde o início do blogue

4 comentários:

  1. Em 1562 regressou a Lisboa e depois foi para Sevilha, onde conheceu Guiomar Nuñez de Rivera, dama endinheirada, com quem se casou em 1564, e da qual teve dois filhos: Francisca e Andrés.
    Viveu em Lisboa durante dois anos, após o que viajou sozinho para a Nova Espanha (México), num navio com um carregamento de vinhos, sob o comando do capitão Cristóbal de Erazo.
    Ficou no México, na região de Pánuco, até ao ano de 1578. Durante a sua estada comprou uma herdade de gado, tornando-se um empresário de sucesso. No ano seguinte foi eleito alcaide de Tampico Ver.
    Durante esta sua primeira visita ao México, ao agora alcaide de Tampico é prestado reconhecimento por combater bandos de piratas ingleses capitaneados pelo corsário Hawkings e também por sufocar as rebeliões dos índios Xalpa. Isto segundo a narração da sua autodefesa apresentada em processo inquisitório a seguir à sua morte.
    Em 1573, durante as campanhas de repressão dos nativos da região de Xalpa, Luís Carvajal participou numa expedição comandada pelo capitão Francisco de Puga ao norte do México até à povoação de Mazapil, actual San Luís Potosí.
    Esta viagem é de grande importância, porque foi nela que Carvajal travou conhecimento com um grupo de aventureiros, principalmente de nacionalidade portuguesa, que já habitavam naquela região. Estas pessoas eram, na sua maioria, cristãos-novos, como ele. Desse grupo faziam parte, entre outros, Alberto do Canto, Diogo de Montemor, Gaspar Castanho de Sousa e Manuel de Medeiros. Todos estes colonizadores se dedicavam ao trato de escravos indígenas. O seu trabalho consistia em surpreender os índios nas suas comunidades, capturá-los e depois vendê-los como trabalhadores forçados para as minas de ouro e prata.
    O conhecimento da região, e especialmente dos imigrantes judeus portugueses que habitavam a zona, foram-lhe de grande utilidade para organizar o plano de conquista e colonização, que levaria a cabo depois da sua segunda viagem à Nova Espanha, oito anos depois.
    É curioso que, embora Portugal e Espanha estivessem à época ainda imersos na idade média, os indivíduos que povoavam a zona nordeste do México eram mais parecidos com os futuros cow-boys do farwest americano do que com os colonizadores de Hernán Cortés, apesar de estarem separados por mais de 300 anos.
    Ao contrário da crença popular, que diz que os colonizadores do Novo Reino de Leão eram pacíficos lavradores, estes primeiros imigrantes eram um bando de revoltados. O seu interesse principal era encontrar minas de prata, escravizar os índios, violar as índias e enriquecer.
    Por outro lado não eram gente totalmente inculta. Todos sabiam ler e escrever e eram conhecedores de alguns livros, especialmente da Bíblia.
    É certo que uma percentagem importante destes colonizadores era cristã-nova ou cripto-judaica (que fingia ser cristã). Mas veremos mais adiante que à maioria não interessava muito este conflito entre o cristianismo e a sua religião de origem. E realmente estavam dispostos a converter-se ao cristianismo, desde que pudessem continuar com as suas actividades de pilhagem. Por esta razão a cultura israelita desapareceu por completo destas terras durante as primeiras décadas da colonização.
    Foto: estátua de Carvalhal na Av. Constitución em Monterrey ,México
    Nota: texto traduzido do espanhol ,de autoria de V.R. Palacio

    ResponderEliminar
  2. É certamente o Trasmontano mais ilustre em terras do México e do Texas. Em sua homenagem e comemoração do 4º centenário da sua morte, foi também composta uma ópera - The Conquistador - financiada pelas autoridades deste Estado dos USA, segundo libreto de Donald Moreland, interpreta pelo tenor Myron Fink. Lamentavelmente na sua terra é um ilustre desconhecido e o seu nome não consta de qualquer dicionário de ilustres Trasmontanos... J. Andrade

    ResponderEliminar
  3. Na verdade, creio que não existe nenhum Trasmontano que tenha uma estátua como esta embelezando uma grande praça em uma grande cidade portuguesa ou estrangeira!
    Mas existem outros Trasmontanos que tiveram tanta ou mais influência e notoriedade que o Carvajal, a nível mundial e que entre nós continuam a ser completamente ignorados!
    E existe uma incrível história por fazer e que obrigará, de certeza a reescrever a generalidade das monografias que as nossas câmaras e juntas de freguesia têm andado a editar!
    Curiosamente são os estrangeiros que têm apresentado melhores trabalhos sobre muitos desses nossos conterrâneos que, fugindo da Inquisição, foram conquistar honra e fortuna a chãos estranhos!
    Desditosa região que esquece tais valores culturais que podiam animar interessantes rotas de turismo!
    Reparem o que se está fazendo aqui ao lado em Espanha ou até em outras regiões deste País, com uma história judaica e marrana bem menos significativa que a nossa!... Tirem um fim de semana para percorrer a Rota das Sinagogas da Baira! J. Andrade

    ResponderEliminar
  4. Será que alguém de Mogadouro vê este post?Tente colocar no facebook de algum amigo de Mogadouro.Talvez assim consiga.Tem toda razão J.Andrade.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.