segunda-feira, 1 de junho de 2015

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (01/06)

01.06.1680 – Foi aceite pela câmara a obra de carpintaria do Recolhimento das Freiras.
01.06.1715 – Acta da reunião da câmara municipal de Moncorvo:- Nesta assentaram que a festa que esta câmara deve fazer em acção de graças pela paz que Sua Majestade que Deus Guarde fez com el-Rei de Castela, na forma da carta do dito Senhor e ser esta ocasião de grande contentamento e agrado (…) determinaram o seguinte:Por se andar estudando 5 comédias que fazem a Nobreza e o Povo desta vila na ocasião de festas, assentaram se faça a primeira e principal em dia de S. João que vem, 24 do corrente mês. E nos dias sucessivos se vão representando as mais comédias e que para isso se mande desta câmara e à sua custa, fazer na Praça o tablado, na forma necessária. E como há-de haver também festejos de cavalo em todos os dias da festa, também desta câmara se mandará compor o terreiro da Corredoura como for necessário.Assentaram outrossim que nas noites de 28, 29 e 30 do dito mês se ponham luminárias nesta câmara e na torre da igreja e se lancem pregões que os moradores desta vila as ponham também nas ditas noites.
Lagar da cera - Felgueiras 1975
E outrossim se mande buscar fogo para se lançar nas ditas noites, à custa da câmara.E que no domingo 30 do corrente se faça o dia de culto divino na igreja onde se armará a dita igreja com um trono muito bom como pertence a tal festa, na qual se exporá o Santíssimo Sacramento e se pregarão dois sermões e na tarde se fará uma procissão com o Santíssimo pelas ruas.E que se chame a música que há nesta vila para cantar na dita festa e para as comédias, paga pela câmara.E que se compre toda a cera necessária, assim para as luminárias como para o trono e clérigos.E que outrossim se mandem ordens aos lugares deste termo para que no dia do culto divino venham de cada um acompanhar a procissão com as cruzes e pendões das mais igrejas.E que outrossim traga cada povo sua dança muito bem ensaiada para a dita procissão por ser costume fazer-se e virem estas danças em semelhantes funções. E que aqueles povos que faltarem serão condenados em 6 mil réis cada um e cada pessoa em 2 mil réis.
E que se dê desta câmara 6 carneiros a quem fizer melhor dança.
António Júlio Andrade

3 comentários:

  1. " Esta ultima vez, que vim à minha Patria, estavaõ os meus Patrícios adormecidos de novo em outra desapplicadissima inacçaõ. E desejando eu, que daquelle nada tornassem a sahir à luz, lhes trouxe à memoria , que a Torre de Moncorvo se fez conhecida ( entre outras boas qualidades ) pelos seus genios festivos. Disse em Lisboa huma das mayores Pessoas do Reyno , que naõ havia festa comparavel a hum dia de S. Joaõ da Torre de Moncorvo com Mourisca de manhã , e Comedia de tarde.E como hoje , pelos marciaes aprestos , faltaõ os cavallos,aconselhey à Nobreza da nossa Villa , que sem deixar a Dança , e a Musica ,se naõ dedignasse das applicações à Comedia ."
    De Francisco Botelho de Moraes e Vasconcellos, in "Discurso politico, historico e critico, que em forma de carta escreveu a um certo amigo"
    Francisco Botelho de Moraes e Vasconcellos ( 1670 -1740 )nasceu em Torre de Moncorvo . Autor de várias obras, foi membro da Real Academia Espanhola.Em Salamanca há uma praça com o seu nome.Em Moncorvo,a sua terra natal,…nada!

    Uma moncorvense

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  2. É verdade. Todas as informações que temos sobre festas em Torre de Moncorvo antigamente coincidem num ponto: para além do aspecto lúdico, havia um elemento cultutal muito forte!
    Infelizmente este aspecto desapareceu nos tempos modernos em que as festas se fazem apenas com "artistas" mais ou menos famosos e música "pimba" para distrair o povo. E tenho alguma autoridade para falar assim pois recordo bem as dificuldades que tive para promover a realização de uma "festa" à maneira tradicional em que participaram praticamente todas as aldeias do concelho com seus santos padroeiros, cruzes paroquiais e alguns carros etnográficos, na já longínqua década de 80! J. Andrade

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  3. Até havia multas pesadas para quem não fosse às festas , missas e procissões . E devia contribuir para a cera, foguetes , danças, comédia e luminárias . Deviam ser festas de arromba !!

    Continuo a aprender ...

    Mais uma vez obrigada ao A.J. Andrade e a uma Moncorvense, que veio dar tão interessantes achegas pesquisadas em uma carta de Francisco Botelho de Moraes e Vasconcellos.

    Júlia

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