quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

TORRE DE MONCORVO - A CASA DA PARREIRA I (URROS)

DR. ANTÓNIO MARCELINO DURÃO, JUÍZ DE 1ª VARA
O GRANDE PEDADOGO!
…….e quando um dia, lhe entra pela cozinha, de porta sempre aberta, ou semicerrada, de chave no buraquinho, franqueada a entrada ,ao ouvir-se , entre quem é, segundo as regras da boa vizinhança na aldeia, a pequena Isabel, desbocada de fome e de amor, correndo atrás do cheiro a protecção e amparo, bem apaladado na carne enxuta e saborosa de uma perdiz a ferver na panela do fogão, que por direito e devoção se destinava à boca apaziguadora das causas justas mas de gosto apurado do juiz, e se deleita no instinto de satisfazer um prazer raro, ainda que imediato, o de matar a fome, que no seu desespero não atende a regras nem a etiquetas e no gesto mais espontâneo, que não aceita códigos ou atitudes, ergue a ave já sem vida, para, sem qualquer indício de contenção, a despeito de desenvoltura exagerada, ouvindo, ameaçadoramente, ó laroteira, ladrona! fugiu o mais rápido que as pernas lho permitiam para se deliciar com tão apetecido manjar; e perante a crítica acusatória da criada, o juíz apazigua a sua ira do seguinte modo:” deixa lá a pequena! são crianças! Amanhã manda-a chamar, quero falar com ela. Olha! e dá-lhe de comer, a pobrezinha! Não, não lhe vais dizer nada. Primeiro, dá-lhe amor e carinho, enche-lhe a barriga, conforta-a! Berrar?! Então dás com uma e tiras com a outra? Dai amor às crianças e haverá amor e paz no mundo! lançai boas sementes, e teres boas sementeiras; ela nem sabe que é uma criança .. mas já sabe o que é a fome, a coitadinha!
Grande lição nos deixou o Dr. António Marcelino Durão!
e ainda hoje, em jeito de brincadeira saudável, se diz em situações semelhantes,
isto soube-me à perdiz da panela do juiz!
Tininha, de Urros.

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16 comentários:

  1. Arinda/Tininha:

    Gostei do texto e aqui lhe deixo um grande abraço.

    Júlia

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  2. Adorei o texto tininha, também conheço essa expressão.
    Beijinho
    Misé

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  3. obrigada júlia, há histórias muito interessantes sobre o úiz, da casa da parreira
    um abraço
    tininha

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  4. Misé Fernandes :Gostava tanto de poder identificar ruas nessa fotografia. Será que os amigos desse tempo conseguem identificar casas ou ruas?

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  5. deve valer a pena tentar.
    tininha

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  6. esta fikxe mae!! eheh sim....gostei!! :) tao bom assistir a tua evolução informaticamente falando :D e ves como aprendes por ti própria?assim não esqueces!! e ainda me vais ensinando umas coisas...quantas coisas... :) bjinho tao grande...

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  7. ESTA RUA DEVE SER A RUA GRANDE

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  8. tudo o que foi, já não o é; apenas o tempo, via de comunicação, une esta transformação

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  9. Urros não creceu tanto,pelo contrário, que não seja possivel identificar sa ruas,casas e local onde o foto foi tirada.É preciso ir lá para tirar a prova dos nove.Mudando de assunto ,gostei muito do juiz e claro do texto.Mostre mais figuras de urros,terra que teve foral antes de Moncorvo e hoje nem lar da terceira idade tem.Repartem os velhos entre o Peredo, Felgueiras e a vila.

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  10. Se houvesse no mundo mais pessoas como esse senhor!Com amor e a fome saciada, a pequena Isabel provavelmente tornar-se-ia uma pessoa mais feliz. Não sei qual o destino que lhe coube.Nem se é personagem real ou de ficção.A Tininha que nos diga,escrevendo sobre ela como tão bem sabe.O seu texto ,como os anteriores,"soube-me à perdiz da panela do juíz".E olhe que eu adoro perdiz!
    Beijinho de

    Uma moncorvense

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  11. em 1952, conta meu pai, Urros tinha 1500 habitantes; hoje, digo eu, tem 150...
    Ejá que estamos no ano europeu do voluntariado, vamos fazer qualquer coisa por Urros, por todos!
    tininha

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  12. AFINAL, ESSA RUA, É A QUE VAI DO CIMO DO POVO, PASSANDO PELO JOGO E CONTINUANDO ATÉ AO POIO. ACHO, QUASE TENHO A CERTEZA!
    tININHA

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  13. 1857. Nasce e Urros concelho de Torre de Moncorvo a 23 de Outubro, filho de Manuel António Durão, professor primário e de Maria Joaquina Monteiro de Moraes, foi baptizado pelo Abade Luís António de Merelly Guerra
    Conforme anotação feita pelo seu Avô materno Cirurgião Moraes no livro NOUVEAUX PRICIPES DE CHIRURGIE editado em Paris em 1817.
    1874/75 Matricula-se e frequenta na Universidade de Coimbra conforme anotação no Anuário a fl.151.Reside na Rua da Matemática nº 37.
    1875/76 Frequenta na Universidade de Coimbra conforme anotação no Anuário a fl.114,. Reside na Rua da Matemática nº 37.
    1877/78 Frequenta na Universidade de Coimbra conforme anotação no Anuário a fl.126. Reside na Rua da Matemática nº 37.
    Enviado por A.J.A.

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  14. obrigada pela preciosa informação.
    Tininha

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  15. Isto é que é um blog.Mai nada!

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