19.02.1965 – Nesta altura nas aldeias do concelho existiam em Carviçais os cafés de Manuel Joaquim Sá e Adérito Manuel Chéu, no Larinho o de Patrício dos Anjos Nunes e na Horta da Vilariça o de Alípio Augusto Almeida. Estranhamente o governo civil só lhes passava alvará de abertura até às 21 horas, enquanto as tabernas tinham licença para estar abertas até às 21h30. Por isso reclamaram à câmara e esta ao governo civil. Da reclamação, assinada pelo presidente da câmara, dr. Camilo Augusto Sobrinho, constava o argumento seguinte:
....privar o povo ... |
- Todos estes estabelecimentos têm aparelho de televisão cujo noticiário principal é pelas 21 horas. O encerramento antes de terminar, vem, portanto, privar o povo dum dos meios mais eficientes da doutrinação e cultura, que são absolutamente necessários e indispensáveis à sociedade do nosso tempo. Ainda ontem a televisão deu o devido relevo à magnífica e oportuna comunicação de Sua Excelência o Senhor Presidente do Conselho ao País. Esta foi transmitida directamente às 18 horas, hora inconveniente à maioria da população rural. Todavia foi retransmitida mais tarde no noticiário da noite, cerca das 22 horas. Portanto só nessa altura é que a massa trabalhadora pôde acompanhar esta comunicação.
António Júlio Andrade
Das duas uma:ou o doutor Sobrinho era um fiel incondicional do regime, ou tinha manha para obter o que desejava.
ResponderEliminarEsta efeméride deve ser lida no BOM AMIGO às duas da manhã.
ResponderEliminarAs coisas do estado novo ainda mexem com muita gente.É um terreno minado.O doutor Sobrinho foi o último presidente da câmara do salazarismo.Emílio Andrés foi o escolhido para representar as mudanças do regime com a subida ao poder de Marcelo Caetano.
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