8 de setembro de 2016, Freixo de Espada à Cinta
Apresentação de uma
edição que reúne textos de António M. Monteiro Cardoso sobre o Oratório de São
Filipe de Neri em Trás - Os - Montes a Congregação de Nossa Senhora do Vilar de
Freixo de Espada à Cinta e os Guerras de Freixo de Espada à Cinta, aventuras de
uma família no tempo das lutas liberais.
I PARTE
Hoje, dia 8 de setembro
de 2016, António M. Monteiro Cardoso, completaria 66 anos de idade e como seria
bom tê-lo aqui connosco para apagar as velas do seu aniversário. O destino,
como tantas vezes acontece, foi ingrato e no dia 11 de janeiro deste ano
privou-nos da sua presença física. Espiritualmente, recordá-lo-emos sempre com
o mesmo sorriso aberto e carinhoso, convicto de que as boas fadas nos protejam
durante o nosso percurso de vida.
No passado dia 20 de
fevereiro, neste mesmo oratório, o município de Freixo de Espada à Cinta
procedeu, juntamente com a Âncora Editora, ao lançamento da segunda edição do
livro “Boas Fadas que te Fadem” do nosso saudoso conterrâneo. Foi com muito
orgulho que vi esta obra ser reconhecida com a sua entrada no plano nacional de
leitura para o ensino secundário e formação de adultos desde julho passado.
Todavia e a culminar
uma série de cerimónias, cujo objetivo é recordar António M. Monteiro Cardoso,
estamos neste local tão emblemático e tão significativo para o autor, nele se
inspirando para escrever esta obra que o município pretende alargar a todos os
presentes.
Espero ser esclarecedor
nesta minha intervenção sobre o Oratório de S. Filipe de Neri e a Congregação
de Nossa senhora do Vilar em Freixo de Espada à Cinta.
Sabemos que a
Congregação com o nome S. Filipe de Neri foi criada em Itália pelo próprio em
1575, expandindo-se posteriormente a França e Espanha. Em Portugal surge depois
de 1640, época da restauração da
independência, por conseguinte altura de grande perturbação. Viveram-se
períodos difíceis e graças à tenacidade e influência do padre Bartolomeu do
Quental só em 1668 conseguiu que a
Congregação dos Oratórios fosse fundada
na capital do país.
O Oratório em Freixo de
Espada à Cinta teve início no ano de 1673 e prolongou-se durante 161 anos até
1834. Foi uma casa de religiosos sob a invocação de Nossa Senhora do Vilar e
caracterizava-se essencialmente pela sua abertura ao exterior onde exerceu uma
forte ação junto das populações e na organização de estudos. A sua dedicação ao
estudo e ensino conferiu-lhe um papel preponderante na cultura portuguesa. De
realçar que a partir de 1716 todos os alunos dos oratorianos tinham acesso
direto à universidade, sem qualquer exame prévio.
No entanto, não deixa de
ser curioso e digno de registo o facto duma instituição com esta grandeza, se
fixar num lugar praticamente escondido e pouco povoado, quando à partida seria
normal escolher os grandes centros urbanos. Em Trás-Os-Montes a Congregação de
Nossa Senhora do Vilar, núcleo do Oratório, deixa uma enorme marca na vida
espiritual e material, não só na vila de Freixo como em todo o interior
transmontano e beirão.
Felizmente o padre
António Geraldes, oriundo de Ligares, foi um dos congregados do Oratório de
Freixo e deixou-nos um legado com histórias que ocorreram naquele espaço de
culto. Não há exatidão nas datas de nascimento e óbito deste padre, mas sabe-se
que em 1755, data do terramoto de Lisboa organizou uma novena para acalmar a
ira de Deus. Monteiro Cardoso baseia-se e fundamenta a sua obra em manuscritos
deixados pelo padre António Geraldes, vendo nele um profundo conhecedor do
funcionamento do Oratório.
Sabemos que o padre
Francisco da Silva foi o grande impulsionador e fundador da Congregação em
Freixo de Espada à Cinta, concretizando uma ideia de Manuel de Santa Maria que
outrora havia sido militar no castelo desta vila.
Após conversações com a
Câmara municipal, esta acedeu à solicitação do padre Francisco da Silva e doou
a capela de Nossa Senhora do Vilar, bem como todos os bens de raiz,
constituídos por terras de pão, oliveiras e vinhas que os devotos, ao longo dos
anos, tinham oferecido à Senhora do Vilar.
Dia 10 de Setembro de
1673 entrava em Freixo de Espada à Cinta o padre Francisco da Silva e alguns
dos seus companheiros que vestidos a rigor, com os seus hábitos negros, foram
bem recebidos pelos freixenistas que os acompanharam até à sua futura
residência.
Contudo há que tirar
ilações e é notória a facilidade com que a Câmara entrega a uma organização
religiosa desconhecida, todo este vasto e rico património, quando os seus
habitantes vivem com muitas dificuldades. Neste conturbado período Freixo é um
concelho pobre. O próprio padre António Geraldes fala do notável declínio,
traduzido no acentuado decréscimo populacional. De mil habitantes, em apenas
três décadas, passam para 400. Pode-se apontar como causa direta a Guerra da
Restauração mas também a perseguição aos cristãos novos, por parte da
inquisição não deixa de ser significativa.
Portanto a vinda dos
religiosos, numa época tão difícil para os freixenistas, só podia ser bem
acolhida.
No entender do padre
António Geraldes a capela de Nossa Senhora do Vilar deveria ser de estilo
românico e possivelmente seria a igreja matriz até à construção da igreja de S.
Miguel.
No início, os
congregados passaram muitas dificuldades. As condições de habitabilidade eram
precárias, vivendo em autênticos cubículos. Havia inúmeras doenças e tinham
muitas privações incluindo o aspeto alimentar. Valeu-lhes a maior parte das
vezes a generosidade da população.
Felizmente este período
é curto e poucos anos volvidos a congregação vive um período de desafogo e os seus membros podem disfrutar de
alguma qualidade de vida.
II PARTE
Se no que diz respeito
à sua instalação houve dificuldades, também no aspeto burocrático surgiram
alguns problemas, resolvidos apenas passados doze anos quando o Papa Inocêncio
XI homologou os estatutos que passaram a reger esta congregação oratoriana.
Enquanto contornava
todas estas vicissitudes, o padre Francisco da Silva tinha consciência que para
além dos homens simples que sempre o acompanharam, era necessária a presença de
gente mais culta e instruída. Não havia grandes oradores/pregadores o que
tornava inoperante um dos objetivos essenciais da congregação. Como que caído
do céu, surge uma personagem que irá alterar, por completo, a vida do oratório.
O Padre José de Caldas, jovem estudante de Coimbra, aluno brilhante e sobrinho
do Padre Francisco Carneiro, amigo íntimo do padre Francisco da Silva. Com
apenas 22 ou 23 anos de idade, este jovem padre conseguiu através do seu dinamismo
consolidar e expandir a congregação e tornar-se conhecido em toda a região,
como um excelente filósofo e retórico.
Em 1677, no ano
imediato ao da sua chegada a Freixo de Espada à Cinta, o padre José de Caldas
dirigiu-se a Coimbra e conseguiu convencer três antigos colegas da universidade para o acompanharem e ajudar
na sua missão. Como curiosidade foram eles os Padres Mateus Borges da cidade da
Guarda, João da Silva da cidade de Guimarães e Bartolomeu Monteiro da cidade do
Porto.
A vinda destes três
novos elementos permitiu à congregação cumprir, como já referi, um dos dois
principais objetivos – a organização dos estudos. No campo material também foi
benéfica para a instituição porque o portuense Bartolomeu Monteiro era muito
rico, aplicando de boa vontade os seus rendimentos a favor da casa que o
recebera, começando, deste modo, a prosperar.
A fama destes jovens
padres começou a expandir-se de tal forma que eram solicitados como
conselheiros, para fundar novas congregações como, por exemplo aconteceu com a
da cidade do Porto, onde esteve, para além deste jovem grupo, o padre
Bartolomeu Fernandes, até à data o único congregado natural de Freixo.
Com alguma
disponibilidade financeira a congregação cresceu e foram adquiridos mais
terrenos como por exemplo a Cerca e a Quinta do Milagre, que devido à
abundância e qualidade da água, os oratorianos resolveram o problema da
escassez daquele bem precioso.
Em relação à
organização de estudos, a partir do momento em que o padre José de Caldas
recrutou os personagens já referidos, o funcionamento de cursos foram abertos a
estudantes de fora daquela comunidade religiosa.
Relembro que numa
região tão carecida de ensino, estes cursos lecionados gratuitamente, foram uma
enorme bênção e contribuíram para a grande aceitação dos padres por parte dos
moradores de Freixo de Espada à Cinta. Como curiosidade, referir que estes
cursos funcionaram cerca de século e meio e resultaram favoravelmente na
formação daqueles que os frequentaram e indiretamente na vida espiritual do concelho
de Freixo.
Contudo o grande
impulsionador dos estudos na Congregação foi o padre Manuel da Guerra, que ali
exerceu durante 45 anos. Homem ilustre distinguiu-se essencialmente nas áreas
da filosofia e da teologia.
III PARTE
Inesperadamente e sem
nada o prever, surge um momento difícil na Congregação. A elevada projeção
evidenciada no Oratório de Freixo, contrastava com a pequenez da Vila e com a
sua localização no interior.
O Bispo de Viseu, D.
João de Melo, começa a aliciar o padre José de Caldas para conseguir os seus
préstimos naquela cidade e para ali fundar uma casa da Congregação do Oratório,
mas este não acedeu ao solicitado. Em 1688 a convite do Bispo de Viseu, na
altura D. Ricardo Russel, o padre José de Caldas não aguentou e transferiu-se para
aquela cidade, entendendo que sem a sua
presença a Instituição de Freixo devia ser extinta passando para a sua nova
casa todos os respetivos membros, bem como todos os seus bens móveis. Esta
tomada de posição compreende-se apenas porque nesta altura o padre José de
Caldas mantinha, com algumas pessoas principais de Freixo, laços pouco
amistosos. A verdade é que pouco a pouco a Congregação de S. Filipe de Neri foi
ficando mais vazia, quer no seu conteúdo material ( livros, relíquias, etc…)
quer nos seus recursos humanos, pois o padre Caldas levou para Viseu alguns
padres pertencentes a este Oratório.
Todavia, eis que surge
um grupo de três congregados, que ainda permaneciam em Freixo, liderados pelo
padre Manuel da Guerra, pedindo aos seus colegas para regressarem e solicitando
aos seus superiores que não extinguissem o Oratório.
Pediram ajuda à Câmara
e envolveram as pessoas mais influentes de Freixo para os apoiarem nesta sua
petição, o que de resto veio a acontecer.
O padre Bartolomeu do
Quental, pioneiro dos Oratorianos em Portugal e chefe máximo desta Instituição,
nunca havia visto a Congregação de Freixo, com bons olhos, pelo que o seu
parecer era a favor do seu encerramento. Chegou mesmo a ameaçar os padres “
renegados” que se continuassem com a sua teimosia, ser-lhes-ia cortado todo o
tipo de relações com as suas congéneres. Este período complicado durou cerca de
três anos, altura em que o arcebispo de braga, D. José de Meneses, interferiu a
favor dos padres fiéis a Freixo. O padre Bartolomeu do Quental, como
necessitava deste bispo, não mais se opôs à continuidade da Congregação dos Oratorianos
em Freixo.
Uma nota final para a
forma como as congregações eram geridas e à sua autonomia. Repare-se o caso de
Freixo que embora estivesse instalada num meio rural, fóra portanto dos centros
urbanos, constituiu um exemplo de descentralização, conseguindo auto
sustentar-se e ter um papel preponderante, junto da comunidade onde estava
instalada.
Monteiro Cardoso no
final da sua obra relata-nos minuciosamente como era o quotidiano daquela casa
religiosa, bem como as competências de cada um dos seus congregados.
IV PARTE
Esta quarta e última
parte é dedicada na íntegra à Família Guerra de Freixo de Espada à Cinta e suas
Aventuras no Tempo das Lutas Liberais.
Como é do conhecimento
geral, entre 1828 e 1834, viveu-se em Portugal um período conturbado que deixou
profundas marcas na nossa economia,
assim como a morte de milhares de portugueses. Refiro-me como é óbvio à guerra
entre os dois irmãos Pedro e Miguel pela posse do trono, que ficou conhecida
para a história, pela Guerra Civil Portuguesa ou Guerras Liberais ou Guerra
Miguelista ou ainda Guerra dos dois Irmãos. Esta disputa de poderes terminaria
com a convenção de Evoramonte com o trono do reino entregue a Dona Maria II e o
exílio do príncipe D. Miguel para a Alemanha.
Todos os efeitos duma
guerra civil são notórios e há diferentes consequências para os vencedores e
vencidos. Em Freixo de Espada à Cinta não foi exceção e a transformação mais
evidenciada foi a ascensão dominante da família Guerra, para a qual se
transfere o convento dos oratorianos, chamado de Nossa Senhora do Vilar, bem
como todo o seu rico património. Até finais do século XIX os Guerras vão
assumir posições de relevo em todos os setores da vida social, atingindo o auge
com o enorme sucesso literário, não só a nível nacional, com o poeta ABÍLIO
GUERRA JUNQUEIRA.
Como Monteiro Cardoso
refere, existiam e existem em Freixo diversas pessoas com aquele apelido sem
pertencerem à mesma família. Deste modo a família GUERRA de que nos fala esta
obra são todos os descendentes de José António Guerra, nascido a 27 de maio de
1773, passados 100 anos da fundação do Oratório de S. Filipe de Neri em Freixo
de Espada à Cinta.
Tendo por base os
livros paroquiais, a família de José António Guerra, já estaria em Freixo há
pelo menos quatro gerações e em princípio seriam negociantes com sucesso. José
António como era hábito, continuou a atividade do pai e transformou-se, graças
ao seu esforço e dedicação num dos maiores homens de negócios do norte,
expandindo-se para a vizinha Espanha, onde angariou grandes amigos. Porém, e
por ventura no auge da sua carreira de comerciante, é apanhado como tantos
outros, pelas guerras liberais e
obrigado a refugiar-se em Espanha onde conseguiu estar a salvo durante aquele
período. Monteiro Cardoso relata-nos episódios curiosos, junto à fronteira que
o leitor certamente apreciará, durante este curto mas marcante período de
tempo. A par de peripécias de carater particular, também algumas chamadas de
atenção para o que se passava na política europeia, nomeadamente em Espanha.
Terminada a guerra, que
durou cerca de seis anos, regressaram a casa todos os refugiados políticos,
entre eles o nosso personagem principal, José António Guerra que por ter sido
membro da câmara de Freixo em 1928, foi nomeado “juiz subdelegado da polícia de
Freixo”. Nesta qualidade e cumprindo ordens do poder central, tomou posse do
convento da congregação e mandou sair os padres congregados.
Extintas as ordens
religiosas, o governo mandou que fossem vendidos todos os bens, o que em Freixo
representava o Convento da Vila, a Cerca e mais de cinquenta propriedades que
os padres possuíam à data da extinção. Todos estes haveres eram apetecíveis, a
começar pelo convento que seria uma boa casa de habitação além de anexar
numerosas dependências de apoio à atividade agrícola, como palheiros, lagar de
vinho e quintal. Melhor ainda era a Cerca composta de vinha, oliveiras
amendoeiras, pomar, lameiro e árvores de fruto. Havia ainda duas propriedades
que eram consideradas as melhores do concelho: a Quinta do Milagre e a Quinta
da Matança. Além destas havia ainda cerca de 32 terras, 11 olivais, 3
cortinhas, 2 hortas e um canal de pescaria no Douro, ao fundo da Invernia.
Perante todo este
património era muito difícil haver alguém com dinheiro suficiente para
investir, após uma guerra civil que enfraqueceu as divisas públicas e privadas.
Ainda foram colocados em arrematação quinze daqueles bens, sem que houvesse algum
candidato. Em 1841 organizou-se nova arrematação e surge um novo personagem de
seu nome Joaquim José de Araújo, freixenista de nascença, vindo do Brasil e
cheio de dinheiro. Por casualidade era primo direito do nosso conhecido José
António Guerra e cunhado do filho deste, José Francisco Guerra, que casara com
a sua irmã Isabel Marcelina de Araújo Guerra e de quem se tornou amigo
inseparável. Houve três fases de arrematação devido ao enorme património
envolvido, findas as quais todos os bens que outrora pertenceram aos
oratorianos passaram para a posse de Joaquim José de Araújo. Em janeiro de 1843
o nosso brasileiro fica doente e morre. No seu testamento deixou grandes somas
de dinheiro a Instituições de caridade na cidade do Porto, como por exemplo o
Hospital da Misericórdia, Casas de recolhimento de meninos e meninas
desamparadas, bem como dividiu dinheiro por outros familiares. Em relação aos
bens de Freixo de Espada à Cinta deixa em testamento ao seu maior amigo e
cunhado José Francisco Guerra a quinta do Milagre e todo o resto do património
que havia adquirido a uma filha deste, de seu nome Maria de São Joaquim de
Araújo Guerra, que por motivos desconhecidos acabou por ceder tudo ao seu pai.
Deste modo, José Francisco Guerra tornou-se no homem mais rico e poderoso do
concelho de Freixo de Espada à Cinta e passou a viver no imponente edifício que
os oratorianos e discípulos de S. Francisco de Neri tinham construído no sítio
onde outrora apenas existiu a capela de Nossa Senhora do Vilar.
José Francisco Guerra
nomeado, a 3 de novembro de 1836, Capitão da Guarda Republicana de Freixo tornou-se,
de facto, uma personagem de destaque e temível a nível de Trás-Os-Montes. A
perseguição de que tinham sido alvo os liberais, invertia-se agora a desfavor
dos miguelistas, obrigados a fugirem para Espanha. O capitão Guerra, como era
agora conhecido José Francisco Guerra,
devido ao prestígio evidenciado, chegou mesmo a ser escolha para eleitor do
distrito de Bragança nas eleições de 1845.
E a população de Freixo
o que dizia a todas estas transformações? Estamos convictos que nunca gostou de
ver todo aquele património que pertencera aos congregados, com quem tinham
relações muito íntimas e amigas, estarem na posse de alguém que converteu uma
igreja e um convento em casa de habitação. Todavia, com receio de possíveis
represálias, não se pronuncia. Sofreram imenso muitos Freixenistas ver
transformado um espaço, onde congregados e outros habitantes de Freixo foram
sepultados, num armazém de produtos agrícolas. Nunca devemos esquecer que a
população não gosta que a sua religião seja beliscada.
Monteiro Cardoso evoca
mais alguns episódios pós guerra liberal, passados no distrito de Bragança, onde o papel do
atual presidente da câmara de Freixo, Manuel Guerra Tenreiro, foi
preponderante.
Em termos de epílogo, podemos dizer que em
meados do século XIX eram figuras dominantes, em Freixo de Espada à Cinta, os
dois filhos de José António Guerra: José Francisco Guerra que adquiriu os bens
nacionais, grande proprietário, conhecido por “Guerra do Convento” e seu irmão
Manuel Joaquim Guerra, que entretanto se tornara num próspero comerciante a
quem chamavam o “Guerra do Outeiro” por ter loja aberta naquele largo.
Do casamento de José Francisco Guerra nasceram três filhos e três filhas e do
casamento de Manuel Joaquim Guerra nasceram cinco filhas e dois filhos.
Curiosamente muitos destes primos casaram entre si e foi do casamento de uma
das filhas do “Guerra do Outeiro”, Ana Maria de seu nome, que após casamento
com um dos empregados do seu pai, José António Junqueiro de Ligares, nasceu o
grande poeta Abílio Guerra Junqueiro a 15 de Setembro de 1850.
A família Guerra
evidenciou sempre um espírito inovador e progressista, ficando na memória de
muitas pessoas, num passado recente, a figura do Major Alfredo Augusto Guerra
Pinheiro, como pioneiro incansável no melhoramento da produção e
comercialização dos produtos agrícolas, assim como autor de importantíssimos
estudos acerca do vinho do Porto.
Quero agradecer a paciência
que tiveram em me ouvir e recomendar a leitura desta obra tão significativa e
de enorme importância para o concelho de Freixo de Espada à Cinta que o nosso
querido autor nos legou. Bem hajas TONÉ por tudo o que fizeste pela tua/nossa Terra.
Muito obrigado.
Artur Neto Parra
Ver mais em: Rota Prof. Doutor António Monteiro Cardoso ( roteiro judaico-manuelino) from Leonel Brito on Vimeo.
Boas Fadas que te Fadem - Apresentação em Freixo de Espada à Cinta from Leonel Brito on Vimeo.
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2016/09/antonio-monteiro-cardoso-obra-publicada.html
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2015/11/antonio-monteiro-cardoso-boas-fadas-que.html
Ver mais em: Rota Prof. Doutor António Monteiro Cardoso ( roteiro judaico-manuelino) from Leonel Brito on Vimeo.
Boas Fadas que te Fadem - Apresentação em Freixo de Espada à Cinta from Leonel Brito on Vimeo.
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2016/09/antonio-monteiro-cardoso-obra-publicada.html
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