segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES ( 23/01)


Quinta da Silveira
23 Jan 1829 – O governo Miguelista recém-chegado ao poder, publica um decreto exonerando Luís Claúdio de Oliveira Pimentel, irmão do general Claudino, do cargo de Sargento-Mor das Milícias de Moncorvo.

23 Jan 1915 – Notícia sobre os motores existentes no concelho: 1 – Na Quinta da Silveira, para puxar água da Ribeira; 1 – Na moagem de pão de José Albano Cordeiro, em Moncorvo; 1 – Na propriedade anexa à casa de António Alberto Carvalho e Castro para puxar a água para casa.
23 Jan 1928 – Publicada uma portaria louvando o professor de Urros Josino Vespasiano Amado “por ter instituído uma fábrica de tintas de aguarela para trabalhos escolares…” Foi um dos maiores pedagogos da nossa terra e bom escritor e poeta. António Júlio Andrade

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12 comentários:

  1. EXCELENTE PROFESSOR, MUITO CONCEITUADO NA ALDEIA, AINDA HOJE

    ARINDA

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  2. Há livros deste professor?
    Nunca tinha ouvido falar deste ilustre.Merece uma mini-biografia e que sejam aqui publicados ,versos,textos e fotos.Mais uma vez obrigado pelo vosso trabalho e espirito de partilha.A senhora Arinda, que sabe mais sobre este professor, podia escrever um texto que nos ajudasse.

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  3. Eu,que conheço a "Arinda",e sei que é capaz de fazer um texto muito bom,peço o mesmo que o anónimo anterior.

    Uma moncorvense

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  4. Vamos lá, caríssima Arinda, faça o favor de escrever o texto . Com tanta gente a pedir, não pode recusar.

    Abraço
    Júlia

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  5. olá a todos! passou aqui uma nuvem pesada em nossa casa, mas felizmente está a dissipar-se e, como tal, é com muito gosto que posso adiantar-vos alguns aspctos sobre este senhor, professor de meu pai, que está QUASE A FAZER 90 ANOS e que foi EXCELENTE aluno, que aos 9 anos era já "assistente"do senhor professor Josino Amado, assíduo frequentador da casa dos meus avós paternos.E por hoje é tudo; deixo-vos com estes versos do livro do senhor professor Josino Amado, muito bem ditos e com muito orgulho, por meu pai.
    Tininha, de urros, outrora uma vila.

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  6. Conta meu Pai:

    O SENHOR PROFESSOR JOSINO AMADO!...

    Ah!….Morávamos na mesma rua, ali tão próximos uns dos outros! e ele ia quase todos os dias a nossa casa. Tu sabes lá como era!...(os olhos de meu pai iluminam-se de bondade e de saudades. são verdes, azuis, não o sei,… são da cor de todas as coisas boas da minha vida!.. ) – Onde é que falavam dele ? Depois hás-de mostrar-me! - sabes, convivíamos muito. Uma das filhas , a D. Mariazinha era do meu tempo, mais ano, menos ano… casou com o Fernandinho Pontes; e era o pai dela, da Beatrizinha e da Aninhas, prendadas meninas e senhoras de grande beleza, também professoras e, infelizmente, já falecidas…o sr. Professor, que nos ensaiava para fazermos peças de teatro , olha, ainda devem andar por lá fotografias…Ele era um excelente professor; dava aula aos rapazes e a D. Orminda dava aula às meninas. Eu fiz a 4ª classe com distinção! com 9 anos, ainda não tinha idade para ir estudar, e fiquei um ano a ajudá-lo, olha! ia dar aula aos mais velhos, que não sabiam a tabuada; ai de quem a não soubesse! Todos tínhamos que ser bons, muito bons! ali não era escolinha…(e enfaticamente, articula com heroicidade, escola!), mas hoje é outro tempo… nada é seguro…tudo muda…é tudo muito complicado… , era muito, muito exigente! excelente professor, preparava-nos muito bem para a vida! ele também esteve em Macau. Não sabias?! Até publicou um livro, não to tinha já dito?! já te esqueceste!…( e agora?...) – claro que bem me lembro.- acho que se chamava, “O Emigrante”, olha, onde ele fala da emigração, o mesmo de todos os tempos. A SAGA DA EMIGRAÇÃO, anda sempre ligada aos Portugueses. Ainda te posso dizer alguns versos desse livro. (os olhos de meu pai brilham de entusiasmo e de paixão; agita as mãos à procura de um passado que já não volta e como a fixar-se num momento, os dedos deformados das agruras da vida, a que uns chamam reumatismo, outros, trabalho, sacrifícios, agarram um espaço, uma cápsula do tempo, de outro tempo, e as suas faces, despojadas de vigor e jovialidade, revestem-se das cores da vida, na mais terna expressão de saudade e comoção ,e docemente, com todo o entusiasmo que o vagar dos anos o permite, assim me disse):

    Ó SERRANO MAL FADADO!
    SONHADOR AVENTUREIRO,
    QUE VAIS, EM SOLO ESTRANGEIRO,
    BUSCAR O SONHO, ELO DOURADO.

    QUE AVISTAVAS UM SONHO FATAL?
    MAL SABES QUANTA RIQUEZA,
    DEIXASTE EM HUMILDE POBREZA,
    DAS TERRAS DE PORTUGAL.

    (autor da quadra: Josino Amado),
    dita por meu pai, com 89 anos, quase 90! mais sentida do que pensada.


    Tininha, de urros, outrora uma vila, in” conta meu Pai”

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  7. Eu sabia,Tininha(também Arinda), que nos iria presentear com um texto bonito.Pôr as palavras na boca do seu Pai foi uma sentida homenagem da filha carinhosa que é,e uma forma de nos dar a conhecer o excelente professor que foi Josino Amado.
    Obrigada por aceder aos nossos pedidos.Esperamos mais.A sua sensibilidade,o gosto pela escrita e o conhecimento de estórias da sua aldeia permitem-me pedir-lhe mais.
    Um beijinho.

    Uma moncorvense

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  8. O Pastor:

    Olhos azuis tão risonhos,
    Mondadeira sem piedade,
    Andas a roubar os sonhos
    Aos trigais sem piedade.

    Deixa as papoilas ao trigo,
    Lindos sonhos de ilusão.
    O que andas roubando ao trigo,
    Roubaste-o ao meu coração.

    Mondadeira:

    Com o trigo verdejante
    Nasceram ervas ruins;
    No coração mais amante
    Há cardos entre jasmins.

    Isto é apenas um cheirinho da poesia de Josino Amado, tirado do seu pequeno livro editado em 1958 com o título - AS MONDAS. J. Andrade

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  9. Boa noite,
    gostaria de saber se a quinta da silveira é mesmo pertencente a familia do actor TOZE Martinho?
    cumprimentos.
    Filipe Seixas

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  10. Caro blogueiroº
    A quinta da Silveira é da família do actor TOZE Martinho.
    Saudações blogueiras.
    Lelo Demoncorvo

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  11. Do baú de escritos e outros papéis de meu Pai, que muitas vezes gosto de abrir e remexer, vou tirando coisas que me evocam figuras e situações que, sendo passado, não deixam por vezes de me emocionar .
    Outro dia encontrei um pequeno opúsculo poético, designado Portugal, da autoria de Josino Amado, com dedicatória ao meu Pai como seu ex-aluno na escola primária em Urros.
    Muitas vezes ouvi falar em minha casa do Professor Josino Amado, sempre com uma grande veneração e respeito.

    Nasceu em Urros em 1894 e faleceu em 1968, estando sepultado segundo creio no cemitério da aldeia. Partiu muito jovem para Macau, onde frequentou o liceu. Regressado a Portugal, formou-se na Escola do Magistério Primário do Porto e iniciou a sua actividade docente. Revelou-se um grande pedagogo e veio a ser condecorado anos mais tarde pelo Presidente da República Craveiro Lopes.
    O seu primeiro livro de poemas, Emigrado, foi publicado em 1929. Publicou depois outras obras poéticas: As Mondas, Miséria, O Semeador da Luz ( Memórias dum professor primário), Colori Gravuras e Fixai Conceitos, Os Meus Sonetos, Velhas e Novas Fábulas, Manes de Portugal, Rimas Educativas e Trás-os-Montes.
    Nelas se revela um homem de grande cultura e elevação espiritual e que por toda a sua vida foi exemplo para muitas gerações.
    Nunca o tendo conhecido pessoalmente, sempre o ouvi evocar como uma referência nesses recuados tempos.
    Desse opúsculo, no qual se juntam alguns poemas dos anos 30, transcrevo parte do final de Portugal , evocando Timor, de Fevereiro de 1934. Poema obviamente datado, de um nacionalismo épico de matriz camoneana, não deixa de revelar uma linguagem poética de grande ritmo interior e um notável domínio da palavra e da imagem.
    Aqui fica a minha homenagem ao Professor Josino Amado.



    Para muitos os filhos de Caim,
    És feral círculo infernal de Dante,
    Filha longínqua, amada, és para mim,
    Que mãe não esquece o filho seu distante!

    Filhas queridas, da minha alma vidas,
    Feitos dos meus heróis, luz do meu ser,
    Em vós eternamente revividas
    Da Pátria lusa as glórias hão-de ser!

    Por vós eu mostrarei ao mundo inteiro,
    Quanto é que vale a civilizadora
    Acção dum povo heróico, marinheiro,
    Que no mundo espargiu luz redentora!


    (…)


    Do fundo do mar ressurgirão ossadas
    Das caravelas, naus e dos galeões,
    Por defender-vos filhas adoradas,
    De heróis repletas, armas e canhões!

    Nasci pequena, mas não temo o imundo
    Furor da hostil expoliação atroz,
    Não é pequena quem descobre o mundo,
    Quem tem Camões e filhas como vós!


    Postado por: Daniel de Sousa
    http://torredemoncorvoinblog.blogspot.pt/2009/07/professor-josino-amado.html

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  12. AMADO, Josino Vespasiano

    nasceu em Urros, do distrito de Bragança, em 1894 e faleceu em 1968. Ainda bastante jovem partiu para Macau, onde frequentou o liceu. Regressado a Portugal, forma se na Escola do Magistério Primário, do Porto e começa a ensinar, transformando-se num pedagogo que mereceu ser condecorado pelo Presidente da República. Em 1929 estreia-se como autor com o livro de poemas: Emigrado. Seguiram se outros títulos: As Mondas, Miséria, O Semeador da Luz, Colori Gravuras e Fixai Conceitos e Manes de Portugal.

    In i volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
    coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura.
    Editora Cidade Berço, Apartado 108 4801-910 Guimarães - Tel/Fax: 253 412 319, e-mail: ecb@mail.pt
    Preço: 30 €

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