Montezinho ,onde estava o matadouro que fala o Manuel Aleixo.Onde se ía por um caminho velho que terminava na quinta do Acacinho.Bairro pobre como o carrascal no fundo da corredoura. Descer a rua dos Sapateiros e, do largo/varanda, ver o novo Moncorvo que começa no velho Montezinho. L.M.
O Montezinho era outra Corredoura em ponto pequeno. Bairro de pobres tal como a Corredoura. Só lá entrava no S. João para ver se a cascata era melhor do que a nossa. Mas recordo-me nitidamente de, pelos finais da 2ª Grande Guerra, ir por canelhas e carreiros, com a canalhada toda da Corredoura, ao Matadouro buscar sangue. Isso acontecia duas vezes por semana. Levávamos uma vasilha e, em vez de o sangue das rezes ir parar à vala, trazíamo-lo para casa. Apanhávamos uma palha no caminho, cortávamos dois bocadinhos com que fazíamos uma cruz e depois colocávamo-la em cima do sangue, para coalhar mais depressa e não se estragar. Em casa, as nossas mães ou avós coziam esse sangue aos pedaços. Então, com uma batata cozida, um pouco de alho ou de cebola picada, umas folhinhas de beldroegas, mais um gruchinho de azeite e umas gotas de vinagre, estava a ceia feita. Já não me lembro se sabia bem. Mas como a fome era muita, comia-se. E, o mais importante, não custava dinheiro...
Montezinho ,onde estava o matadouro que fala o Manuel Aleixo.Onde se ía por um caminho velho que terminava na quinta do Acacinho.Bairro pobre como o carrascal no fundo da corredoura.
ResponderEliminarDescer a rua dos Sapateiros e, do largo/varanda, ver o novo Moncorvo que começa no velho Montezinho.
L.M.
O Montezinho era outra Corredoura em ponto pequeno. Bairro de pobres tal como a Corredoura. Só lá entrava no S. João para ver se a cascata era melhor do que a nossa. Mas recordo-me nitidamente de, pelos finais da 2ª Grande Guerra, ir por canelhas e carreiros, com a canalhada toda da Corredoura, ao Matadouro buscar sangue. Isso acontecia duas vezes por semana. Levávamos uma vasilha e, em vez de o sangue das rezes ir parar à vala, trazíamo-lo para casa. Apanhávamos uma palha no caminho, cortávamos dois bocadinhos com que fazíamos uma cruz e depois colocávamo-la em cima do sangue, para coalhar mais depressa e não se estragar.
ResponderEliminarEm casa, as nossas mães ou avós coziam esse sangue aos pedaços. Então, com uma batata cozida, um pouco de alho ou de cebola picada, umas folhinhas de beldroegas, mais um gruchinho de azeite e umas gotas de vinagre, estava a ceia feita.
Já não me lembro se sabia bem. Mas como a fome era muita, comia-se. E, o mais importante, não custava dinheiro...