quarta-feira, 8 de outubro de 2014

MONCORVO - CORREDOURA - 1970

Foi na varanda da última casa à esquerda que Miguel Mesquita içou, no 5 de Outubro de 1910,a bandeira da República.
Na vila ,Afonso Ferreira (Hospitaleiro) repetia o  gesto.
(Reedição de posts desde o início do blogue)

5 comentários:

  1. Como bem se vê, a fotografia foi tirada de costas para a capela de S. Sebastião e de frente para a vila.
    As árvores que se vêem entre a boca da Rua dos Palheiros , passando em frente da Canelha (ou Rua do Meio) e inclinando-se por um ligeiro declive até quase à boca da Rua das Amoreiras, não são as amoreiras do Largo da Corredoura que o dito "Coronel das Milícias" - numa prova cabal da sua vasta cultura e brilhante inteligência , a par do seu profundo respeito pelas pessoas e pela Natureza - mandou cortar.

    Estas árvores que se vêem na fotografia eram olmos, que davam uma excelente sombra às pessoas e ao gado nos dia de feira e cuja folha podia ser ripada, dois galhos de cada vez(1), e dada ao porquinho juntamente com a lavadura, uma mancheia de farelos, castanha e caroço da azeitona prensada(2).

    (1) Se uma pessoa ripasse mais de 2 galhos de folha de olmo numa só vez era multada. (Se isso era lei ou apenas um uso, não sei esclerecer).
    (2) O caroço da azeitona depois de feito o azeite, ficava muito esmigalhado. Os porcos comiam-no com avidez. (Existia uma palavra para referir essas migalhas do caroço da azeitona, mas não consigo lembrar-me. É a idade, ou o afastamento, ou ambas as coisas.
    Também não sei dizer se esse produto secundário era dado ou vendido nos lagares de azeite).

    E por aqui me fico.
    Júlia

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  2. Uma dúvida !

    Este Afonso Ferreira, ao que dizem republicano dos 7 costados e, ao que tb. alguém garante, até maçon ( daí o Hospitaleiro ), com toda a conotação laica inerente á dupla condição, não é o mesmo que, em 1922, mandou dizer uma missa de acção de graças pelo G.Coutinho e o S.Cabral ?

    Ironia?
    Ingenuidade?
    Mudança de campo?
    Desalento?

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  3. O Senhor Afonso Ferreira, de alcunha Hospitaleiro, por ser filho de um empregado do antigo hospital na rua Visconde de Vila Maior( ou rua do Cano), era um Homem sério, bom, coerente e grande republicano. E, como todos os grandes Homens, capaz de saudável convivência com gregos e troianos sem trair as suas convicções..Afirma isto quem o conheceu bem.

    Uma moncorvense

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  4. Os resíduos sólidos resultantes da prensagem da azeitona são os bagaços. Como diz Júlia Barros, eram utilizados na alimentação dos porcos, assim como os farelos .Hoje, já não se criam porcos (recos) ao ar livre ou no quintal, por razões de higiene e dos elevados custos na alimentação e manutenção. Começou a comprar-se as carnes nas feiras de Novembro a Fevereiro , que se realizavam no largo das regateiras (há uma foto no blog dessa feira).

    um blogueiro

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  5. Obrigada , grande blogueiro. Eram os bagaços, sim senhor.
    Tal como antes as amoreiras, também os olmos foram cortados...
    Sinais dos tempos: novas necessidades surgem.

    Abraço
    Júlia

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