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Foi no passado dia 28 de Junho que a vila de Torre de Dona Chama homenageou com um Voto de Louvor e Reconhecimento um dos seus mais ilustres filhos Ernesto Rodrigues, figura incontornável da Literatura Portuguesa. Poeta, ficcionista, cronista, crítico, ensaísta, tradutor e professor, Ernesto Rodrigues completa este ano 42 anos de vida literária.
Ernesto Rodrigues começou a escrever muito novo, antes de entrar para a escola já sabia ler, escrever e contar, foi seu pai quem lhe ensinou, “na sala de aula, muitas vezes, era ele que ensinava os colegas quando o professor se ausentava”, recorda Francisco Rodrigues, pai do autor.
O homenageado recordou, a quando da leitura do seu texto de agradecimento pelo Voto de Louvor, que foi “Aqui [em Torre de Dona Chama que] nasci para a leitura e sonhei ser escritor, ora com parcos livros em casa, ora com os da Biblioteca Itinerante da Fundação Gulbenkian. Trabalhava numa mesa redonda, de vidro, onde meu Pai desenhara a bandeira nacional. Em breve, teclava na máquina de escrever Underwood.”
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Em 1971 publicou o seu primeiro poema “Vem, amor”, no Mensageiro de Bragança, e foi desde essa altura que começou a escrever com regularidade, tendo em 1973 publicado o seu primeiro livro, ainda Ernesto Rodrigues não tinha completado 17 anos. Em 1975 enveredou pelo jornalismo com Enié, jornal, de curta duração, que ele próprio fundou com outros colegas. Colaborou em jornais e revistas regionais e nacionais, e em 1990, fundou o jornal regional Notícias do Interior, mensal, com sede em Macedo de Cavaleiros. A par destas actividades empreendeu um vasto trabalho de crítica literária que nunca deixou de fazer até hoje, acumulando ainda a produção das restantes obras na poesia, ficção, investigação, docência no ensino superior, tradução, conferências, associativismo literário, e nas funções de dirigente. Recorde-se que Ernesto Rodrigues foi Presidente de Direcção da Academia de Letras de Trás-os-Montes, desde a sua criação até 13de Setembro de 2013 e mais recentemente, a 28 de Fevereiro de 2015, foi eleito Presidente da Direcção do CLEPUL ‒ Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Agora ao fim de 42 anos dedicados à literatura Ernesto Rodrigues recebeu na opinião de António Pinelo Tiza, amigo de longa data, “uma homenagem mais que merecida”.
Para Teresa Martins Marques, esposa de Ernesto Rodrigues, mas fundamentalmente, como a própria diz, “amiga e colega de trabalho” esta foi “uma homenagem exemplar, na medida em que reconheceram que efectivamente um dos seus mais prestigiados filhos a merecia, e também exemplar, penso eu, da parte dele porque conseguiu demonstrar nas leituras que fez e nos comentários que fez à sua obra que a obra literária dele tem Torre de Dona Chama como um dos temas dominantes”.
Ernesto Rodrigues disse sentir-se profundamente “tocado e agradecido” com a homenagem que lhe foi feita, dizendo ainda que “são décadas de trabalho e dedicação, que justificam esta generosidade que me transcende, nós não trabalhamos para estas sessões de homenagem, mas a verdade é que agradecemos do fundo do coração e isso toca-nos no muito no coração”.
A homenagem que Torre de Dona Chama prestou a Ernesto Rodrigues fez parte das comemorações do 26º aniversário da elevação de Torre de Dona Chama a vila e das comemorações do 728º aniversário do primeiro foral concebido por D. Dinis a Torre de Dona Chama.
Leia AQUI o texto de agradecimento de Ernesto Rodrigues na homenagem.
Leia AQUI o texto de António Pinelo Tiza.
Leia AQUI o texto de Nuno Nozelos.
Veja AQUI todas as fotografias da homenagem.
Sara Alves
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