Larinho |
- (…) Para que V. A. R., como Senhor supremo se digne atender e prover com pronto remédio a triste situação em que se acham as rendas daquele concelho, por uma temerária sublevação influída naqueles povos por um espírito intrigante e revoltoso.
Sim, Real Senhor. No mais brilhante estado em que se achavam as rendas deste concelho administradas pacificamente por esta câmara, entre elas o interessante rendimento dos Fornos de poia que anualmente equivale a 800 mil réis, sempre tão sagrado na sua conservação, como denotam os antigos Tombos, que jamais alguém ousou erigi-los particulares, sem provisão régia, que os deixasse tributários a este concelho.
Então levantou-se da plebe um sapateiro por ofício e por nome António José de Carvalho, do lugar de Felgar e, com temerária ousadia, depois de feita a arrematação de 1798, persuade aqueles rústicos populares, sempre amantes de novidades, de modo a que, em comum levantamento, negarem ao concelho e terça real aqueles tão antigos como importantes direitos, passando a influir a mesma desordem nos lugares de Larinho, Felgueiras e outros daquele termo, de forma que, vendo ceder tudo a seu partido, fez postergar a antiguidade dos mesmos direitos e erigir vários fornos particulares, franqueando ele o que já tinha providenciado a todos os que ali acodem, pagando certa e arbitrária poia, de que nada recebe o concelho, constituindo ele árbitro despótico de tão temerário procedimento…23.07.1805 – Registado no arquivo da câmara um alvará de mercê concedido a D. Mariana Ludovina de Noronha de Sampaio e Melo… do seguinte teor:
- Eu, o Príncipe Regente, faço saber que em remuneração dos serviços do bacharel Joaquim Noronha de Oliveira, obrados em diferentes lugares de Letras até ao presente com honra e préstimos, e dos de seu pai, o desembargador Manuel Ferreira de Oliveira, por espaço de 40 anos; hei por bem fazer-lhe mercê da pensão de sobrevivência, da qual lhe fiz, da quarta parte dos rendimentos da capela e hospital do Espírito Santo da vila de Moncorvo, que vagou por falecimento da última administradora, D. Brites Severina da Silveira, para suas filhas D. Mariana Ludovina de Noronha Sampaio e Melo e D. Maria José de Noronha Sampaio e Melo, pelo que mando que este alvará se cumpra e guarde…
23.07.1904 – Registo da patente da invenção de um “moinho – prensa de trabalho contínuo” para o fabrico do azeite por Antero Adelino Guerra e Sá, natural de Torre de Moncorvo e morador em Vila Flor, proprietário da Quinta do Barracão da Vilariça.
23.07.1950 – Criação do Grémio da Lavoura de Mirandela.
António Júlio Andrade
...José de Carvalho, do lugar de Felgar e, com temerária ousadia, depois de feita a arrematação de 1798, persuade aqueles rústicos populares...
ResponderEliminarFelgar está a precisar de outro José de Carvalho?
M.
Grande sapateiro!
ResponderEliminarBem se precisava!
Tininha, de Urros
Alfobre de revolucionários ( e quejandos)?
ResponderEliminarEm fins do séc. XVIII era um sapateiro felgarense a fazer revolução persuadindo a ralé para a revolta dos sans collottes.
Em fins do séc. XIX - 1891 - no Porto, foi outro felgarense, o guarda fiscal Felicio da Conceição, quem na Rua S. António - hoje 31 de Janeiro - disparou o 1º tiro contra a guarda municipal dando assim inicio à 1ª tentativa a sério de derrube da monarquia.
No inicio da Republica, republicanos dos de certo e sérios, conheço lá um : o Artur Pires.
Hoje, felgarenses só conheço os acomodaticios numa terra sem alma...e as ruas denominadas com as letras A B C D F G H.... ( há falta de notáveis e á mingua de fastos heroicos como os supra referidos para relembrar).
Farçola.