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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Moncorvo, Zona Quente na Terra Fria (1974)


CINCO ADOLESCENTES FALAM DA VILA



     São quatrocentos estudantes na Escola Secundária, mais de trezentos no ciclo preparatório. A vila parece não ter ainda pesado bem o que isto significa.

    A vila, como ficou escrito na abertura desta série de reportagem, tem cerca de 2400 habitantes, ou tinha-os em 1970 e hoje contaria mais uma ou duas centenas (por influência da escolarização). Sentirá ela a vaga de fundo juvenil? E esta, o que pensa do «sítio» onde está nitidamente de passagem? Cinco adolescentes aceitaram o convite da «República» para uma conversa em redondo: o texto é, pois, deles e de mais ninguém.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

TORRE DE MONCORVO - A FUGA DAS ALDEIAS

Segundo o último censo, Moncorvo com 53277 hectares, distribuídos por 17 freguesias, tem 11.232 habitantes ( número contestado por outras fontes que avançam com mais 2000 habitantes do que os estimados pelo Censo), quase metade da população da década de 60, tragicamente marcada pela emigração em massa e pela força imposta da guerra.
As aldeias desertificam-se ou pela lenta agonia demográfica quer pela procura de residência ou emprego na sede do concelho.
Ruiu o sonho das minas de ferro como fonte de emprego e indústrias subsidiárias. Renasceu alguma esperança com o início do trabalho da barragem do Sabor, um projecto que já vem de 1995 e que só este ano se começou a concretizar. Projecto gerador de conflitos, com avanços e recuos, em que se travaram argumentos de vária ordem, entre o ambiente e a economia, um repovoamento humano ainda que transitório, uma agitação do quotidiano, a polémica arrastou-se por mais de uma década.
A barragem do Sabor foi anunciada pelo então primeiro-ministro António Guterres, na Assembleia da República, com repetição no ano seguinte, em Março, em Torre de Moncorvo.
A paisagem e os acessos à Vila iam sofrendo alterações. Já em Setembro de 1989, o então primeiro-ministro Cavaco Silva veio inaugurar o troço do IP 2 entre o Pocinho e o Sabor, projecto que fora lançado, em 1984, pelo ministro arquitecto Rosado Correia, já falecido.
R.R.

In TORRE DE MONCORVO Março de 1974 a 2009

De Fernando Assis Pacheco ,Leonel Brito, Rogério Rodrigues
Edição da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo
Click nas imagens para aumentar.
Fotografias da Horta,Estevais e Cardanha

Reedição de posts desde o início do blogue.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PRAÇA E MONCORVO


Pelo falecimento, marcante para mim, do meu amigo de décadas, Afonso Praça, transmontano dividido entre o Felgar, Moncorvo, Bragança, Lisboa e Igrejinha (Alentejo), coube-me a oferta de alguns documentos que o Afonso guardava. E foi assim que recebi uma parte substancial da colecção do semanário regionalista “Notícias de Trás-os-Montes” de que Afonso Praça era, a par de Vítor Direito (natural de Carção), director adjunto. Jornais a que perdi o rasto, nos múltiplos papéis que acumulo, mas se um dia destes os encontrar, entregá-los-ei à Biblioteca de Moncorvo. De qualquer modo, como é meu hábito, fiz uma resenha da reportagem do Afonso, no essencial.

Aqui publicou Raul Rego (natural de Morais), em cinco números, o “Itinerário de Guerra Junqueiro”; aqui, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, o açoreano Jaime Gama, casado com uma transmontana, então jornalista do República, publicou uma reportagem sobre Boticas. Afonso Praça escreveu uma reportagem (nº 20, 9 de Setembro de 1972) sobre Moncorvo. É sintomático o antetítulo: “Moncorvo: a vila que parou”. E, como ante-título, aponta: “A falta de terrenos para construir agrava o problema habitacional”.

Escreve logo na abertura: “Moncorvo dá hoje a sensação de ter parado, como se a vila fosse rodeada de muros altos a impedir o seu crescimento”.
Então o problema número um de Moncorvo era a falta de habitação. Segundo informações da Câmara, o grande problema residia na falta de terrenos e na recusa de cedência por parte dos seus proprietários.
Escreve Afonso Praça: “A vila é uma espécie de ilha, rodeada de terrenos particulares por todos os lados: a nascente, do prof. dr. Santos Júnior; a sul, dos srs. dr. César Ribeiro, António Eugénio de Carvalho e Castro e D. Maria de Lurdes Martins Roque dos Santos; a norte, do prof. dr. Santos Júnior; a poente, dos srs. Gualdino Augusto Carqueja, Sousa Leite, Alberto Santos, D. Ester Teixeira, dr. Henrique Seixas e Emílio Andrês, presidente da Câmara.”

Em 1972 apontava-se como prioridade a construção de um novo Palácio da Justiça na estrada que vai para Mogadouro, o que nunca veio a acontecer.

sábado, 25 de outubro de 2014

TORRE DE MONCORVO - LEVA-LEVA E MANEL DA MALA

 











Chegaram a Moncorvo, no tempo febril da miséria e dos mineiros. Poucos ou mesmo ninguém se lembra de como chegaram, e de quando chegaram. Fizeram de tudo e por aqui ficaram até que a morte os levou. Fazem parte do nosso imaginário e mal se imagina Moncorvo sem a sua lembrança. Afáveis e honestos, homens de muitos e variados ofícios, da agricultura ao transporte de malas da antiga CP, não havia ninguém na Vila que os não conhecesse.

Tiveram sempre quem os abrigasse e lhes desse trabalho. Contam-se histórias das suas vidas em que a desgraça assume papel maior. Mas nada ao certo. Teriam sido, porventura, felizes? Que histórias de infância e juventude não partilharam connosco?

In "TORRE DE MONCORVO

Março de 1974 a 2009"
De Fernando Assis Pacheco ,Leonel Brito, Rogério Rodrigues
Edição da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Moncorvo: o Presente, ao menos

E os velhos, esses reservatórios…

 A esperança de vida aumentou, a natalidade decresceu, os velhos começam a ser predominantes nas inquietações demográficas. Transportam sabedoria e memórias. E muitas mazelas e doenças. Mas os tempos são outros e os filhos e as filhas têm emprego, o que os remete, aos velhos, para a solidão da casa.
E então floresceram (não para a flor da idade, mas para as folhas cadentes) os lares ou centros de dia, numa leitura de eufemismo recolhido. Propagaram-se pelas aldeias e pela Vila, como espaços de solidariedade mas também de lucro, com cuidados médicos, mesmo cabeleireira, e contos e leituras de lazer para recuperar a memória, tentar serenar o espírito e mitigar a solidão.
Há 25 anos estes espaços de recolha e recolhimento eram inimagináveis, na sua vulgarização e na sua presença em espaços tão desabitados como algumas aldeias onde se instalaram.
Moncorvo terá tido mudanças radicais, na sua paisagem e no seu ordenamento. Porventura, excepto nas pessoas.
O repórter regressa de uma aldeia, de visita a um lar.
Padecentes da senitude, encostados à bengala, olham o horizonte, de vista baça e esquiva à claridade. Já não pedem o futuro nem a morte.
Conformam-se: o presente, ao menos.
RR

In TORRE DE MONCORVO , Março de 1974 a 2009. De Fernando Assis Pacheco ,Leonel Brito, Rogério Rodrigues. Edição da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo

quarta-feira, 6 de março de 2013

MONCORVO ,ZONA QUENTE EM TERRA FRIA

A queijeira da Póvoa a caminho do estábulo
COM A QUEIJEIRA DA PÓVOA

Tinham-me dito que o queijo de ovelha só na Póvoa e em casa de uma tal Sr.ª Carminda, famosa por não dar leite ao «carro» (que é uma história que conto mais à frente). A Sr.ª Carminda tirava estrume com o marido e a filha solteira; sabendo ao que vinha levou-me pronto até à queijaria. Foi assim que entrei na Póvoa, talvez a aldeia mais pobre de toda a fragada da Cardanha.
Na Póvoa há gente, ovelhas, algum macho ou burro por ali – e criação à solta. Cães, claro. Muita modéstia à vista.
A Sr.ª Carminda estava com três ou quatro queijos em processo de fabrico, a escoarem para as francelas, calcados por pedras grossas. O meu companheiro de viagem queria dois.
«São a 70 o quilo» - avisou a queijaria, não fosse termos vindo à Póvoa desprevenidos.
A pesagem fez-se num instante. Uma pedra era um quilo, um bico de charrua meio quilo, uma chave um quarto de quilo.«Aquela pedra maior é a arroba» - apontou a Sr.ª Carminda.
Pesou a compra 1,70 kg de massa compacta, saborosíssima, como descobrimos mais tarde na vila.

E então surgiu a história. Aqui há tempos a Sr.ª Carminda, queijeira com excedentes de leite, vendia parte deste aos homens do «carro», comerciantes de Moncorvo. Justaram o litro a 9$00.Quando foi do pagamento, os compradores disseram-lhe que afinal não podiam dar os 9$00, mas 7$00, porque as análises tinham revelado um «defeito».
«Qual defeito?»

sábado, 16 de junho de 2012

Nova proposta extingue 54 tribunais e cria 27 extensões judiciais

A nova proposta de reorganização do mapa judiciário prevê a extinção de 54 tribunais e a criação de 27 extensões judiciais, segundo o documento a que a Lusa teve acesso e que vai agora para discussão pública.
Até quando?
Segundo a proposta do Ministério da Justiça, o distrito de Viseu é o que perde mais tribunais, com a extinção dos de Armamar, Castro Daire, Nelas, Oliveira de Frades, Resende, São João da Pesqueira, Satão, Tabuaço e Vouzela.
O distrito de Vila Real perderá seis tribunais -- Boticas, Mesão Frio, Mondim de Basto, Murça, Sabrosa e Valpaços -- e o de Bragança perde cinco - Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Miranda do Douro, Vimioso e Vinhais.
@ Agência Lusa