Em 1864, escrevia o Visconde de Vila Maior na revista "Jornal de Agricultura":
“As principaes feiras de seda no districto de Bragança são:
1.° A de Moncorvo, a 13 de agosto, em que se faziam transacções de seda de 2.a e 3.a qualidade na importância de 4:000 arráteis, quando o commercio das sementes ainda não era conhecido.”
“A seda era vendida em numerosas feiras do Nordeste trasmontano -Bragança, Carrazeda de Anciães, Macedo de Cavaleiros, Torre dc Dona Chama, Vila Flor, Vilarinho da Castanheira e Vimioso -, mas as mais importantes eram as feiras de Moncorvo (13 dc Agosto), Mirandela (25 de Julho), Alfândega da Fé (16 de Agosto) e Mogadouro (Azinhoso) a 8 de Setembro.
ResponderEliminarPorém, o comércio das sedas no Nordeste trasmontano, dada a inexistência de qualquer fiscalização, continuava a sofrer de um mal já denunciado para finais do século XVIII, isto é, as meadas eram habitualmente cobertas com uma camada dc seda bem fiada, sendo o interior constituído por uma «espantosa mistura de troço e tumentos», para já não falar, por vezes, em seixos ou pedaços de ferro que formavam o núcleo daquelas.
As fiadeiras trabalhavam desde as cinco horas da manhã até as sete da tarde, e o seu salário oscilava entre os 100 c os 120 réis, na década de 50, c entre 240 e 160 réis, conforme se tratava da fiadeira ou da sua auxiliar, nos finais da década de 60.
A produção de tecidos, circunscrita apenas aos concelhos de Bragança c Freixo de Fspada à Cinta, manteve valores aproximados aos já referidos para 1850, nunca consumindo, durante a década de 60, mais de 1 000 kg de seda. Mas, a partir de 1865, vai afundar-se por não ter venda.
A evolução do número de teares e tornos, «antigos e imperfeitíssimos», na capital do distrito confirma a baixa da produção. De 30, em 1861, vai descer para seis teares de tafetá e nobreza em 1867. Neste ano, existiam no distrito de Bragança, para as operações de torcedura da seda, 24 tornos com exercício irregular em Bragança, Chacim, Rebordelo e Bornes (tabela 11).”
“A indústria das Sedas em Trás os Montes”,de Fernando de Sousa
Nota: o livro pode ser consultado na Biblioteca Municipal.
Fernando de Sousa tem tido, ao longo dos ultimos 25 anos, um papel importante na divulgação cultural de Moncorvo."Do Passado à Modernidade" é exempar na forma como divulga a raíz cultural duma região. Eu,como moncorvense ,estou eternamente agradecido.
ResponderEliminarObrigado ,senhor Professor.
cps.
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