Tento desenhar desde menino, fotografar desde adolescente, (o vizinho, o Sr.º Francisco Garcia explicou-me os banhos reveladores e fixadores quando aparecia de bicicleta no seu laboratório vindo pelo telhado, e que ele me deixava ver essas técnicas utilizadas por ele, lembro-me
muito bem quando me dizia que havia duas regras básicas da boa fotografia: a proximidade ao objecto e a simplicidade) quem desenha, ou tenta desenhar, conhece bem o fenómeno de errar as proporções da coisa desenhada. Uma das razões é o olhar que não esta a ser usado analiticamente, e o desenho segue uma declaração interna do que seja o objecto, ao invés de seguir de facto a forma do objecto. A falta de análise, quando desenhamos algo que está na nossa frente, é a verdadeira responsável pelos erros de proporção. Não é errado dizer: aprender a desenhar é aprender a analisar as formas.
A mesma coisa acontece na fotografia, mas fica um pouco ocultada pelo facto da câmara “desenhar bem” naturalmente. De facto, qualquer fotografia feita em modo automático, por exemplo, apresenta um desenho convincente do objecto fotografado, correcta sob o ponto de vista da representação convencional.
Enquanto no desenho a disciplina do desenhista, o rigor de sua análise determinam a correcção da representação, na fotografia a correcção da representação é garantida desde sempre, é quase a plataforma mínima da fotografia.
Diversas estruturas formais da fotografia são estranhas à vista humana desarmada; desfoques, silhuetas, profundidade de campo, perspectiva rectilínea, nada isso é nosso, nada disso é parecido com o nosso olhar humano. Tudo isso é aprendido pelo uso da máquina ou pela contemplação do universo de imagens fotográficas circulantes no mundo. Aprendemos a fotografar vendo fotografias e entendendo sua forma de fazer.
A fotografia é feita de um objecto, mas constitui uma coisa própria, regida por leis próprias, e olhar fotográfico é análise formal, é tornar consciente a percepção visual, e aplicar essa consciência ao enquadrar o mundo no rectângulo.
Carlos Ricardo (Camané)
É bom recordar e manter estes espaços onde se sociabiliza confortavelmente sem formalismos nem inibições
ResponderEliminarA casa do senhor Francisco Garcia é hoje o museu da fotografia.Bela homenagem que assim lhe fez Arnaldo Silva. O Professor Arnaldo, com um louvor da Assembleia Municipal, é hoje, o maior investigador e com maior acervo de documentos ,livros e fotografias do concelho. Adília Fernandes é outro bom exemplo, em contra ponto com a inércia dos profissionais do Estado.
ResponderEliminarVirgílio M.
A casa do senhor Francisco Garcia é hoje o museu da fotografia.Bela homenagem que assim lhe fez Arnaldo Silva. O Professor Arnaldo, com um louvor da Assembleia Municipal, é hoje, o maior investigador e com maior acervo de documentos ,livros e fotografias do concelho. Adília Fernandes é outro bom exemplo, em contra ponto com a inércia dos profissionais do Estado.
ResponderEliminarVirgílio M.