segunda-feira, 6 de maio de 2013

Douro continua a ser região de contrastes

Património Mundial há dez anos, o Douro ganhou projeção internacional e recebe cada vez mais turistas, mas continua a ser uma das regiões mais empobrecidas do país e a principal atividade económica, a vitivinicultura, está em crise.O Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi classificado como Paisagem Cultural Evolutiva e Viva há dez anos, a 14 de dezembro de 2001. Com 25 mil hectares, inseridos na Região Demarcada do Douro, o ADV engloba 13 municípios, nomeadamente Alijó, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
Dez anos depois, o Douro ganhou notoriedade a nível mundial, tendo conquistado o sétimo lugar de um total de 133 destinos turísticos sustentáveis da National Geographic Society, e recebe cada vez mais turistas, a maior parte nacionais.
Anualmente sobem o rio Douro, em embarcações turísticas, cerca de 200 mil visitantes.
Pelo território espalharam-se vários empreendimentos turísticos e os autarcas e a população local estão cada vez mais consciencializados para a proteção e preservação da paisagem.
No entanto, esta continua também a ser uma região de contrastes. Apesar das diversas ações de limpeza, ainda se vêm lixeiras clandestinas espalhadas pelas encostas dos rios ou nos socalcos. O Douro é a região que mais vinho produz, 21 por cento da produção nacional, e nestes degraus construídos pelo homem nasce o produto português mais conhecido no mundo: o vinho do Porto.
Só que atualmente esta que é a sua principal atividade económica está em crise. As vendas de vinho estão a decrescer e, na região, verificou-se um corte de 25 mil pipas no benefício, a quantidade de mosto destinada à produção de vinho do Porto.
Os milhares de vitivinicultores que vivem na região e ajudaram a construir a paisagem classificada perderam 60 por cento do seu rendimento nos últimos 15 anos.
As cooperativas acumularam um passivo de 270 milhões de euros e a Casa do Douro vive asfixiada com uma divida de 110 milhões de euros.
  Nesta década, e de acordo com os dados dos Censos 2011, este território perdeu 16 mil pessoas e possui um dos índices de envelhecimento mais elevados do país.

por © 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

As fotografias a cores são do arquivo do blogue ;a fotografia a preto e branco é de Emilio Biel (1885)

2 comentários:

  1. As fotografias documentam bem a beleza e a riqueza do Douro.
    Mas o passivo acumulado é enormíssimo! Como se chegou a tal estado?

    Júlia

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  2. Orinda Rodrigues Charrua escreveu:Gostei mas não gostei da noticia ! mesmo agora ouvi nas noticias ,os pastores a protestar . enfim ..

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