VELHAS PROFISSÕES - Adeganha

O Linho é uma planta herbácea de 0, 30 a 1,10 m de alto, dicotiledónea, geralmente unicaule, de folhas inteiras, alternas, sesseis, e sem estipulas. As flores são hermafroditas, brancas, azuis, violáceas, e com cinco pétalas, É composto, interiormente, por uma substância lenhosa e, exteriormente, por uma substância filamentosa ou fibrosa. É desta substância exterior que se extrai a fibra para a fabricação dos tecidos.

Não é possível localizar no tempo e no espaço a primeira vez que o homem cultivou o linho e confeccionou um tecido em linho. No entanto, pelos vestígios encontrados, sabemos que foi utilizado desde tempos remotos.

Foi no século XV que a manufactura do linho começou a entrar em declínio, agravando-se no século XIX. Apesar de tudo, esta era exercida em quase todo o País. Em larga escala, o linho sempre foi cultivado no Minho; na zona temperada de Trás-os-Montes; na parte temperada da Beira que abrangia os concelhos do sul do distrito de Viseu; na parte oriental do distrito de Coimbra; numa pequena parte do da Guarda e em quase todo o distrito de Castelo Branco; na Estremadura; na parte Norte do Tejo e no Algarve.

A pequena indústria era exercida nos distritos de Viana, Braga, Vila Real, Aveiro, Viseu, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Leiria, Lisboa, Portalegre e Porto.

À data de 1940 a Maia foi um dos concelhos do distrito do Porto onde a manufactura do linho era exercida. De acordo com o Inquérito promovido pela Direcção Geral dos Serviços Agrícolas nesse ano, apenas se cultivava o linho, de Primavera, em seis freguesias das oito que responderam ao inquérito, prefazendo um total de 4,85 hectares, sendo o cultivo importante para três delas.

 Oliveira, Ernesto Veiga; Galhano, Fernando e Pereira, Benjamim - Tecnologia Tradicional Portuguesa: O Linho. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1991.