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Município de Vimioso e Carrazeda de Ansiães estão empenhados em aproveitar as potencialidades das águas do concelho. Em Balsamão está agora a começar a ser desenvolvido o estudo hidrológico
O distrito de Bragança tem oito localidades conhecidas pela qualidade da sua água termal que ainda não estão a ser devidamente aproveitadas. As únicas que têm o estudo hidrológico aprovado são as termas da Terronha, no concelho de Vimioso e as Caldas de S. Lourenço, em Pombal de Ansiães. Em Balsamão está agora a começar a ser feito o estudo hidrológico. Nestas três termas têm-se proporcionado banhos, quer para contribuir para o estudo hidrológico, quer, no caso de Balsamão, através de uma estrutura que sobreviveu décadas e onde foi possível, até há pouco tempo, grupos que frequentaram o Convento de Balsamão, frequentarem também o balneário dos Banhos da Abelheira, ambos pertencentes à Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição.
Além das águas mais conhecidas e referenciadas, há séculos, como tendo propriedades terapêuticas (ver mapa), há ainda, pelo menos, nove outros locais no distrito sinalizados como águas utilizadas para banhos parciais e que são conhecidas pelas populações pelas suas propriedades, maioritariamente para curar problemas de reumatismo e doenças relacionadas com a pele, quer em humanos, quer em animais.
Totalmente inactivas neste momento estão as termas de Alfaião, no concelho de Bragança, a Fonte de Escarledo, na freguesia de Olmos, no concelho de Macedo de Cavaleiros e os Banhos de Santa Cruz. na União de Freguesias de Fresulfe, Soeira e Mofreita, no concelho de Vinhais. Neste concelho há ainda as águas de Sandim, na freguesia de Edral, que chegaram a ser concessionadas à empresa “Águas de Carvalhelhos”, em 2009. Contactada pelo Jornal Nordeste, esta empresa remeteu esclarecimentos por email sobre o ponto da situação desta exploração, que não chegaram à nossa redacção até ao fecho desta edição.
Em Freixo de Espada à Cinta, existiu um pequeno balneário junto à Fonte da Fraga. A nascente destas águas ficou, entretanto, submersa pelas águas da albufeira de Saucelle, originada pela barragem espanhola com o mesmo nome.
Balneário das Caldas da Terronha está a funcionar em pleno
Em 2005, o Município de Vimioso começou a desenvolver a um projecto de aproveitamento das águas termais da Terronha.. O projecto começou com a prospecção e pesquisa de águas minerais e culminou construção de um balneário termal com o objectivo de desenvolver termalismo clássico e de saúde e bem-estar. No Verão passado, o projecto ficou concluído e está agora em fase experimental. A autarquia espera que em Fevereiro ou Março do próximo ano tenham o processo de licenciamento, enquanto termas, concluído.
O autarca, Jorge Fidalgo, revela quais os últimos trabalhos feitos nas termas. “Fizemos um novo furo, com excelentes resultados, o que significa que temos água em quantidade e com qualidade para as termas. Fizemos também um edifício acoplado ao balneário termal, no sentido de proporcionar aos utentes uma melhor recepção e melhor estadia nas termas”, descreve o responsável.
O investimento total do projecto rondou os 350 mil euros. Jorge Fidalgo lamenta que a burocracia inerente ao processo não o tenha permitido concluir mais cedo. “Neste país, as coisas demoram muito tempo mas não desistimos e, felizmente, podemos dizer que temos termas em Vimioso. Agora que está tudo pronto, o processo de licenciamento deverá ser concluído sem problemas”, garante o autarca.
A época termal nas Termas da Terronha decorre entre Maio e Outubro. No próximo ano, o presidente do Município espera ter uma boa adesão por parte da comunidade, tal como aconteceu este ano. “Tivemos a funcionar aulas de hidroginástica e a receptividade tem sido boa. Temos muita gente inscrita para tratamento termal.. Contamos que, no próximo ano, estejamos a funcionar mesmo como termas e não apenas como balneário”, espera o autarca.
Projecto das Termas de Carrazeda foi chumbado pela Agência Portuguesa do Ambiente
O projecto para a reabilitação das Termas de São Lourenço, no concelho de Carrazeda de Ansiães, está há vários anos a ser preparado mas, com a Barragem de Foz Tua, o sonho afasta-se cada vez mais da realidade. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) chumbou o projecto por colidir parcialmente com a albufeira da Barragem do Tua. O estudo médico hidrológico já está feito mas o projecto foi inviabilizado. “Fomos obrigados a alterar o projecto, já numa fase praticamente final, e isso implicou reformular tudo e mais custos”, conta o autarca José Luís Correia.
A alteração do projecto representa um custo de mais cerca de um milhão e meio de euros, totalizando cerca de 4 milhões de euros de investimento. Previa-se que o novo balneário, com 13 quartos e restaurante panorâmico, estivesse pronto em 2017 mas, devido às condicionantes impostas pela APA, não há data de conclusão à vista. “Já queríamos estar numa fase muito mais adiantada mas, devido a esse problema, não nos é possível”, refere o autarca.
José Luís Correia acredita que o projecto ainda vai ser uma realidade mas lamenta ainda que o novo quadro comunitário de apoio não esteja direccionado para este tipo de investimento. “Os dinheiros deste quadro comunitário de apoio estão mais direccionados para empresas e não tanto para autarquias. Mas vamos ver se conseguimos encontrar uma forma de financiamento”, sublinha o autarca.
Empresário tem projecto de 5 milhões de euros para as Termas de Alfaião
As Termas de Alfaião, no concelho de Bragança estão inactivas há mais de 50 anos. O empresário brigantino Eduardo Malhão, adquiriu as ruínas do antigo balneário, outrora bastante frequentado por habitantes de todo o distrito de Bragança. O projecto, no valor de cerca de 5 milhões de euros, prevê a construção de um hotel com 30 quartos e uma estância termal. O empresário referiu ao jornal Nordeste que “o projecto está nesta altura a aguardar o devido licenciamento e vai ser candidatado a fundos comunitários”.
Já o presidente da Junta de Freguesia de Alfaião, António Baptista, vê com bons olhos este investimento. “Alfaião e todo o concelho de Bragança só tinham a ganhar em ter as termas a funcionar. Trata-se de um investimento privado mas a Junta de freguesia está disponível para poder contribuir, colaborar e ajudar a que esse projecto se concretize”, referiu o autarca.
Piaget interessado em criar licenciatura em termalismo
O Instituto Piaget demonstrou já várias vezes a vontade de criar uma licenciatura em termalismo e poder colaborar com as termas do distrito em termos de formação. Uma vontade que o presidente do Conselho Directivo do Instituto Piaget, Luís Manuel Cardoso expressou, há cerca de um ano, em declarações ao Jornal Nordeste. “Consideramos que fazia todo o sentido criar este curso em Macedo de Cavaleiros porque, na região Norte, existe a maior concentração de termas do país. Não temos técnicos suficientes para trabalhar nas termas na região e, neste momento a maioria dos técnicos que trabalha nas termas são fisioterapeutas”, frisou o responsável. Uma ideia que, segundo a presidente do Campus do Nordeste do Piaget, Maria Helena Chéu, ainda “constitui uma das prioridades da instituição e está a ser estudada, neste momento”.
Fonte: http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=717&id=21611&idSeccao=6662&Action=noticia#.Vl8Ao9LhDIU
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