domingo, 21 de abril de 2013

Foz Côa: Emprego e salvaguarda do património rupestre preocupam trabalhadores do Vale do Côa


Os 37 trabalhadores da Fundação Côa Parque alertam para a degradação da sua situação laboral, exigindo que Estado acate com as suas obrigações de preservar o património rupestre daquela região, que é património mundial.
 "Os cortes de 30% anunciados pelo Governo colocam em causa a salvaguarda do património arqueológico do Vale do Côa, que é Património Mundial da Humanidade, para além de colocarem em risco mais de uma dezena de postos de trabalho", avançou José Branquinho, representante da Comissão de Trabalhadores da Fundação Côa Parque.
A Comissão de Trabalhadores, acusa igualmente o Governo de não ter uma estratégia cultural para salvaguardar o património arquitetónico e arqueológico.
A Côa Parque - Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa, foi constituída em março de 2011, depois de extinto o Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Menos de um ano depois da tomada de posse da sua direção a 16 de setembro de 2011, esta instituição foi ameaçada de extinção pela Resolução n.º 79A/2012, de 25 de setembro.
"Numa clara demonstração de total falta de rumo para a gestão do Património da Humanidade do Vale do Côa, a fundação acabou por não ser extinta, sendo-lhe contudo aplicado um corte de 30% no seu orçamento (Resolução de Conselho de Ministros n.º 13-A/2013, de 8 de Março", denunciou em comunicado a Comissão de Trabalhadores.
Esta resolução, segundo os trabalhadores da fundação, vem tornar “insustentável uma situação já difícil”, devido ao incumprimento dos fundadores na sua contribuição para o orçamento da instituição, ameaçando definitivamente a própria existência do Parque e Museu do Côa.
"Repete-se a irregularidade no dia de pagamento dos salários aos trabalhadores e aprofundam-se os cortes ao nível das instalações e da segurança, que põem em causa a própria missão da fundação", alerta José Branquinho.
"Por outro lado, a um nível mais geral, os sucessivos governos, têm negado a negociação de carreiras específicas neste setor, indispensáveis para o aumento da qualidade dos serviços prestados aos visitantes dos museus, palácios, monumentos, parques e sítios arqueológicos", acrescentou o dirigente sindical.
Segundo José Branquinho, a falta de resposta que tem havido por parte dos sucessivos governos, relativamente à necessidade de regulamentação dos horários de trabalho, duração de trabalho, dias de descanso semanal e gozo dos feriados, são matérias em que os trabalhadores estão fortemente penalizados.
 rba.

3 comentários:

  1. Natália Bispo escreveu: Colocar um projecto destes em causa...é no mínimo a prova evidente de que a economia, a cultura...está distante dos poderes e pelouros políticos! Saberão que é necessário sobreviver?? Equipamentos e pessoas?? Está muita coisa errada...

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  2. José Antunes escreveu: Fino Daqui lanço um grito de revolta por mais este crime de lesa-pátria traduzido no ataque ao nosso parque de arte rupestre sito na foz do Côa e património mundial da UNESCO. E muito menos da parte da Secretaria de Estado da Cultura, tutelada por um ilustre sabugalense que, ainda há poucos dias, foi recebido com toda a pompa e circunstância, na nascente do mesmo Côa (FOIOS) e a quem foi dispensada toda a hospitalidade raiana. Será que, um dia destes, ainda vamos ser surpreendidos com a mudança do leito do Rio Côa, despojando-nos desta pérola da natureza que ainda nos resta?

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  3. Alberto M L Pachê escreveu:É fundamental referir que vestígios e "arte rupestre" se encontram por toda a beira Côa.Estes tesouros da humanidade têm de ser preservados.

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