Almoço de Páscoa
2015
Independentemente dos crentes, ou praticantes de religião, ou dos indisciplinados na fé, fomos habituados aos rituais prazenteiros da mesa. E desses rituais não abdicamos! Já em outras ocasiões tenho escrito que não preciso de ir a Trás-os-Montes para ter uma mesa autêntica. A minha irmã Lina encarrega-se de todos os detalhes e com requintes que todas as iguarias fazem lembrar as mesas da nossa Mãe.
O nosso almoço de Páscoa era sempre igual. Começávamos com um
Caldo Verde cujas couves não podiam cozer
Na mesa estava sempre colocado o folar do dia
Que, depois de aberto, se viam todas as carnes inclusive galinha caseira
O prato principal era o Cabrito de leite assado no forno
Depois vinham os doces a começar com os Dormidos de Bragança
A famosa Bola doce ou Bola Mirandesa
E o obrigatório Pudim de Maçã
Desta Vez a refeição foi regada com um vinho tinto Reserva CARM.
Sobre folares, não vou escrever pois já muito me referi em outras crónicas. A razão do Dormidos é que são feitos da mesma massa dos folares mas acrescenta-se açúcar. O cabrito, cordeiro ou borrego fazem as mesas nacionais seguramente influenciadas pelas antigas festas pascais onde o “Cordeiro de Deus” é celebrizado e “é aquele que tira os pecados do Mundo”.A Bola Mirandesa foi a única iguaria que não foi confecionada pela minha irmã. A bola veio diretamente de Miranda do Douro e a cobertura é ainda o papel da embalagem e não enfeite de açúcar. O Pudim de Maçã era sempre uma presença obrigatória em festas importantes, doce de partilha da zona raiana que nunca precisou de União Europeia para estas partilhas.
Bom Apetite! Melhorem a vossa autoestima através da mesa. É que o que é nosso, é o melhor!
© Virgílio Nogueiro Gomes
Fonte: http://www.virgiliogomes.com/index.php/cronicas/679-almoco-de-pascoa-2015
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