sábado, 25 de abril de 2015

A APLICAÇÃO DO SIMPLEX EM TRÁS-OS-MONTES

construção do  Centro de Saúde
Tudo muito simplex, demasiado. No distrito de Bragança encerraram-se as valências noturnas de vários Serviços de Atendimento Permanente (SAP) (os quais deixam, naturalmente, de ter argumentos que lhes permitam justificar esta tão democrática designação). Este recolhimento definitivo das portas noturnas dos antigos Centros de Saúde foi efetuado no próprio dia em que estes receberam, através dos zelosos e pragmáticos e simplificados serviços da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, um fax (ou melhor, oito faxes, correspondentes aos oito concelhos afetados: Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro, Torre de Moncorvo, Mogadouro, Vimioso e Vinhais) dando-lhes conta da triste e amarga notificação claustral. É certo que tudo isto estava já previsto há mais de três anos. Mas até mesmo por esta razão - o de não se ter encetado nada no sentido do encerramento dos SAP's durante este período de tempo - as populações, as parcas populações destes concelhos, deveriam usufruir de medidas um pouco menos "simplexificadas".

Publicada por José Ricardo no http://rescivitas.blogspot.com/ e no jornal "Público"de 03/02/11
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3 comentários:

  1. Era melhor vender isto aos Espanhóis, nós transmontanos assim não vamos a lado nenhum e isto começa a desertificar como é óbvio e ninguém quer ficar por estes lados, como é que uma região tão envelhecida como esta que devia ter esses cuidados de saúde fecham os centros de saúde e nós transmontanos não dizemos nada? Eu sei que os espanhóis já tem problemas mas, não deixam os seus compatriotas sem esses cuidados como os portugueses, Volta Miguel Vasconcelos estás perdoado, VIVA A ESPANHA

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  2. http://www.rtp.pt/noticias/?t=Oito-concelhos-do-distrito-de-Braganca-sem-SAP.rtp&headline=20&visual=9&article=412796&tm=2

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  3. É uma vergonha o que por aí se tem feito em matéria de saúde , com SAPs que fecharam e os hospitais que ainda restam não têm as valências nem as especialidades necessárias. Os doentes andam de Herodes para Pilatos, em viagens e bolandas desnecessárias desde suas casas até ao S.João ou ao Santo António.
    A interioridade às vezes paga-se com a vida. É por estas e por outras que gente nova foge das suas terras, porque ficam lá para trás das fragas. Mas é bom lembrar que essas mesmas terras dão bom vinho, bom azeite, boa amêndoa e até laranjas, figos e cortiça . Já para não falar de produtos espantosos como queijos (vários que os mercados ainda não descobriram), todos os enchidos de que praticamente só são conhecidas as alheiras e tantas outra coisas excelentes. Mas o mal de Trás-os-montes não é só tudo isso ficar lá no cu de Judas; é que lhe faltam padrinhos, tios e amigalhaços para os lados de S. Bento e de Belém e com fortes interesses neste calcanhar do mundo.

    Júlia

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