O ponto alto da festa era a arrematação. O largo ficava apinhado de gente, porque pelas quantias oferecidas pelos licitantes podia ver-se quem estava interessado nesta ou naquela rapariga casadoira que oferecera meia dúzia de alheiras atadas com uma fita, ou um cesto de laranjas, ou um bolo, ou uma travessa de peixinhos do rio bem fritinhos, ou etc. etc. "E agora um pão-de-ló da Menina ... Está em 10 mil réis. Quem dá mais?" Ouvia-se logo de um lado: "Doze" ; logo do outro: "Quinze" ; e mais um berro: "Vinte" e por aí fora, até se fazer silêncio, pois um deles não tinha mais guito para continuar a licitar. A disputa era, por vezes, tão renhida que os interessados na cachopa chegavam a vias de facto. E mais ainda quando um era da Corredoura e o outro da Vila. Curioso era também que nenhuma das ofertantes dava ao Santo Mártir uns pezinhos de porco ou duas orelhas de porco. Imaginem o leiloeiro a apregoar: "E agora dois pés de porco - ai! cheiram tão bem - da Menina ... " Não, essas ofertas vinham dos homens. E era uma risada quando o pregoeiro dizia num vozeirão: " E agora os pés de porco do Ti Parrico. Que tcheiro a bedum ! ..." E o Ti Parrico a responder: " Tcheira a matcho." Isso é que para mim era uma festa. Ou melhor, era a Festa do nosso S. Sebastião.
Mas o melhor da festa,para mim,em criança, era o cálice de licor de canela a que tinha direito nesse dia.Acompanhado por um económico ou uma súplica,que as senhoras da Corredoura(como a sua mãe,Julinha)tão bem faziam.
A tradição ainda é o que era:sempre que há festa na vila as bandas são do Felgar ou Carviçais.
ResponderEliminarO ponto alto da festa era a arrematação. O largo ficava apinhado de gente, porque pelas quantias oferecidas pelos licitantes podia ver-se quem estava interessado nesta ou naquela rapariga casadoira que oferecera meia dúzia de alheiras atadas com uma fita, ou um cesto de laranjas, ou um bolo, ou uma travessa de peixinhos do rio bem fritinhos, ou etc. etc.
ResponderEliminar"E agora um pão-de-ló da Menina ... Está em 10 mil réis. Quem dá mais?" Ouvia-se logo de um lado: "Doze" ; logo do outro: "Quinze" ; e mais um berro: "Vinte" e por aí fora, até se fazer silêncio, pois um deles não tinha mais guito para continuar a licitar.
A disputa era, por vezes, tão renhida que os interessados na cachopa chegavam a vias de facto. E mais ainda quando um era da Corredoura e o outro da Vila.
Curioso era também que nenhuma das ofertantes dava ao Santo Mártir uns pezinhos de porco ou duas orelhas de porco. Imaginem o leiloeiro a apregoar: "E agora dois pés de porco - ai! cheiram tão bem - da Menina ... " Não, essas ofertas vinham dos homens.
E era uma risada quando o pregoeiro dizia num vozeirão: " E agora os pés de porco do Ti Parrico. Que tcheiro a bedum ! ..." E o Ti Parrico a responder: " Tcheira a matcho."
Isso é que para mim era uma festa. Ou melhor, era a Festa do nosso S. Sebastião.
Abraços
Júlia
Mas o melhor da festa,para mim,em criança, era o cálice de licor de canela a que tinha direito nesse dia.Acompanhado por um económico ou uma súplica,que as senhoras da Corredoura(como a sua mãe,Julinha)tão bem faziam.
ResponderEliminarUma moncorvense