sábado, 26 de maio de 2012

Rio Douro - barcos sim, mas devagar.

«Fazem ondas enormes, destroem tudo a passar e danificam os barcos que estão atracados nos cais».
  Autarcas, operadores turísticos e especialistas em Ambiente alertaram, nesta segunda-feira, para a velocidade excessiva de algumas embarcações que cruzam o rio Douro, provocando estragos em pequenos cais e barcos, além da degradação das margens.
A Via Navegável do Douro foi inaugurada em toda a sua extensão em 1990. São 210 quilómetros, desde o Porto até Barca d'Alva.Nos últimos anos tem-se verificado um aumento do tráfego fluvial e do número de turistas que sobem o rio. Segundo dados da Delegação do Norte e Douro, do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), operam no rio 63 embarcações turísticas, dos mais diferentes tamanhos e potência
Rui Cortes, especialista em Ambiente e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), defende que o aumento do tráfego fluvial no Douro e a velocidade a que navegam algumas embarcações são fatores que estão a contribuir para a degradação das margens do rio.«Tudo o que é ondulação excessiva junto à margem vai criar exatamente esse efeito de destruição das margens, derrocada, destruição da vegetação ribeirinha e perda dos abrigos para os peixes», afirmou, em declarações à agência Lusa.O presidente da Câmara de São João da Pesqueira, José Tulha, também salientou que algumas embarcações «andam a velocidades anormais para o rio» e lembrou o «desmoronamento» de um pequeno cais na Ferradosa, o que considera ter sido o resultado das ondulações provocadas.«Fazem ondas enormes, destroem tudo a passar e danificam os barcos que estão atracados nos cais», alertou Alberto Teixeira, um dos proprietários da empresa DouroVou, que aluga a turistas pequenas embarcações a motor e à vela.Estes responsáveis reivindicam uma maior fiscalização e um maior controlo no rio Douro. «Já alertámos por diversas vezes as autoridades para este assunto», destacou José Tulha.Rui Cortes considerou mesmo que «não existe controle nenhum», ao contrário do que acontece em rios de outros países, onde se verifica uma «fiscalização muito rigorosa dos limites de velocidade».Cabe à Delegação do Norte e Douro do IPTM assegurar a coordenação e fiscalizar as atividades no rio Douro. A fiscalização é também feita pela Polícia Marítima (PM).Fonte da PM disse à agência Lusa que «não existe nenhum limite de velocidade estipulado» e que «é quase impossível de controlar um limite de velocidade no rio».No entanto, o decreto-lei n.º344-A/98, que aprovou o regulamento da Via Navegável do Douro, diz que «as embarcações devem regular a sua velocidade e a sua distância à margem, de modo a não criar agitação na água capaz de causar prejuízos ou dificuldades de navegação a embarcações ou material flutuante, estacionadas ou em trânsito, nem provocar ondulação suscetível de causar prejuízos nas margens».Os cinco agentes da Polícia Marítima do posto da Régua patrulham 142 quilómetros, desde a Barragem de Carrapatelo até Barca d'Alva.
Lusa
Foto :Foz do Sabor (A.F.F.M.) 
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