Minha mãe, só ela, viu o sinal no dedo grande
do meu pé direito. Porque ela o beijava enquanto
me calçava os carapins.
Mãe, eu só descobri o sinal no dedo grande
do teu pé direito
no dia em que morreste.
Oh, Mãe, quem consolará a minha dor?
Júlia Barros "Biló"
Maria do Carmo disse : Belíssimo!
ResponderEliminarMaria do Carmo
Dra. Julia Ribeiro, comovi-me quando li o seu pequeno-grande texto, porque pensei que só quando somos mães, compreendemos a grandeza da alma e do amor da nossa mãe e já ninguém poderá consolar a nossa mágoa pelo que não fizemos.
ResponderEliminarQue Deus abençoe todas as mães.
Sofia F. Nobre
Manuel Santos escreveu:Gosto do poema que é lindo, mas quero lembrar que o dia da MÃE, é todos os dias e o dia mais importante é o dia da NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, celebrado a 8 de Dezembro!
ResponderEliminarOlhe, Julinha, eu nem sei se é um poema, acho que é uma confissão tão linda e muito corajosa. A sua mãe já lhe mandou milhares de beijos.
ResponderEliminarTambém concordo em tudo o que o Sr. Manuel Santos escreveu.
Com a minha amizade sincera
Maria Augusta
Não foram necessárias muitas palavras para exprimir o belo sentimento de amor filial.Lindo!
ResponderEliminarAbraço fraterno de
Uma moncorvense
A Júlia é um espanto! Consegue passar das estórias que nos poem à gargalhada para uma coisa que nos deixa a pensar. Um poema lindo. Talvez seja uma confissão com escreveu a Mª Augusta.
ResponderEliminarF.Sá Dias
A minha ignorância é muito grande ... Quem me diz o que são carapins?
ResponderEliminarHugo L.
Os "carapins" não são vulgares meias de lã grossas provindas de uma qualquer fábrica. Não senhor. São botinhas de lã artesanais, meus amigos. Chamo a vossa atenção para isto porque considero os verdadeiros "carapins" um símbolo de muitas gerações portuguesas. Fruto do trabalho árduo e tempo infindável despendido pelas avós e tias-avós deste país à volta de uma mesinha redonda com braseira.
ResponderEliminarPara todas as mães ,e para outras, na condição dupla,abarcadora de Avó,com sua licença....Júlia Biló.
ResponderEliminarOh mãe símbolo da Humanidade
Ombro de marido companheiro
Por direito à outra metade
Em dias claros ou de nevoeiro!
Muitas ainda com esperança
Apontam caminhos sem letreiro
Na solidão com vizinhança
Afagando choros dia inteiro!
Pensando no futuro da saudade
Recordamos maridos e filhas
Tu que foste do Mundo metade
Vertendo lágrimas nas ilhas!
Recordemos ausência presente
Na dor mitigada da saudade
Louvemos teu ser e alma quente
Chorando alegrias de puberdade!
Onde estejas hirta e piamente
Lembra-te que foste bondade
Honraste teu nome de boa gente
E trabalhaste o dobro da metade!
Quantas ais de entrementes
Arrancaste ao peito da vontade
Ensinaste como ser boa semente
Afastando ignomínia de crueldade!
E das filhas fizeste mães
Nas alegrias e aflições
Mourejavas dádivas e bens
Para fortalecer corações!
Eu que sou tu e outros também
Como muitos dos aldeões
Sei-te partida e estás bem
Cantemos- te em mil corações!
Grata pela vossa leitura e comentários.
ResponderEliminarEspecialmente grata ao "Anónimo/a" que deu a explicação de 'carapins'. Muito certinha e sobretudo muito bonita.
Nem sempre me lembro que tenho mais de setenta anos e algum do meu vocabulário já caiu em desuso. Ou seja, arcaísmos . Também já não sou capaz de usar o Português do Acordo Ortográfico.
Abraços
Júlia Ribeiro
Caríssimo Artur Salgado :
ResponderEliminarQuando respondi aos comentadores, ainda os seus versos não estavam aqui. Que ternura! Que mais posso dizer? Que é imenso o seu afecto de Filho! Feliz a sua MÃE!
A minha neta mais pequenina deu-me hoje um recado (do pai) duplamente carinhoso : "Dou-te dois beijos, porque és duas vezes mãe" .
Isto e os telefonemas da minha filha e dos outros netos trouxeram mais luz e alegria ao meu dia.
É isto que desejo a todas as mães, avós e bisavós .
Um grande abraço para si, Artur Salgado
Júlia Ribeiro
Estão de parabéns a Júlia e o Artur! É sublime o vosso amor em forma de verso! A maternidade biológica ou não é a essência da vida para quem acalenta ou recebe o amor. Agradeço-vos, no meu papel de mãe, estes versos!
ResponderEliminarAbraço,
Isabel Mateus
Gostei muito ..comparo o a um quadro grande coberto de margaridas e espigas de trigo suavemente perfumado pela brisa de uma tarde quentinha do mês de s João! Lindo.. Lindo..e lindo. Obrigada linda senhora.
ResponderEliminarViva, Isabel. Bem aparecida. Obrigada pela sua apreciação que muito prezo.
ResponderEliminarUm grande abraço e tudo de bom lá pela Inglaterra.
Agradecida também ao último/a anónimo/a . Presumo que a expressão "linda senhora" não me é dirigida, pois a minha lindeza, se alguma houve, (a minha mãe dizia que não há 18 anos feios) já feneceu. Seja quem for a destinatária, é caso para ficar desvanecida.
Obrigada
Júlia
Não posso deixar de agradecer ao Lelo por ter colocado junto do meu curto texto uma gravura tão serena, tão singela, mas primordial.
ResponderEliminarLelo, aqui lhe deixo pois um abraço amigo.
Júlia
Neste recanto dos "Farrapos" há poesia que abana emoções e remexe recordações.
ResponderEliminarNão sei fazer um verso! Por isso aqui deixo uns que gosto.
"Miña nai, miña naiciña
Como a miña nai ningunha
Que me quentou a cariña
Co calorciño da súa.
Co calorciño da súa
Ai la le lo ai la la la. "
http://www.youtube.com/watch?v=a5pfb7gzjkw
Poema galego cantado por uma portuguesa (Sara Vidal) quando era vocalista de "Luar na Lubre".
Espero que seja do V/ agrado
F. Garcia
Oh, Fernando, querido Fernando,
ResponderEliminarClaro que este cantar galego me agradou muitíssimo. Obrigada.
Gosto imenso de te "ver" por aqui.
Sabes, para mim ainda és aquele garotinho muito inteligente, ávido de saber e que tudo aprendia num ápice.
Tudo de bom para ti e para os teus.
Um abraço com muita amizade
Júlia
"Era isto que fazia a minha mãe, grande cobrideira de amêndoa. Ah, e ia cantando um fado do velho Marceneiro: “Ausência tem uma filha / que se chama saudade…”"
ResponderEliminarE remexendo as recordações,lá dei com mais uma, em forma de fotografia.
Certamente vai abanar as emoções de quem a conheceu.
Para quem não teve essa honra, aqui fica a sua imagem.
Para a sua filha um abraço de amizade e infinita gratidão.
F. Garcia
(Peço ao nosso amigo Lelo para verificar o e-mail do Blog e retirar o anexo; obrigado e um abraço)
Menina Júlia , que era coo se dizia em moncorvo.. só uma pessoa muito linda pode escrever um poema tão belo!.. E a menina tem o dom de trabalhar as palavras e com elas fazer autenticas obras de arte...Muito obrigada ..
ResponderEliminarAgradeço à Anónima das 02h. e 21min. as palavras mais que simpáticas que aqui escreveu (inflacionadas certamente pela amizade) e ... gostaria de saber o seu nome. Não quer dizer ?
ResponderEliminarUm grande abraço
Júlia
Olá Julinha:
ResponderEliminarObrigada por este texto, tão breve e tão profundo.
Venho tarde, mas ainda a tempo de ver esta delícia.
Uabraço
Tininha
Sou um excluído ,marginal ,solitário. Estou só. A minha mãe batia-me como quem toma comprimidos para o stress. Era sempre eu que as pagava, era o seu ginásio, o seu saco de boxe.Era professora primária e aí passava da chapada e chinelada para a réguada.Até o sargento que apanhei na tropa era mais brando .O meu pai andava sempre fora ,era caixeiro viajante,outra terras ou outras casas. Dia da mãe?A minha era todos os dias ,não folgava.Aos domingos ía à missa a encomendar-se a Deus e eu ia para a corredoura jogar a bola com os indios. Joelho esfolado ou calções sujos era remédio santo.Anda cáááá bagueiro ,toma!Nunca casei e mulheres as dos bares de alterne. Uma vez por semana obedecendo ao protocolo de entendimento da senhora troica. No dia da mãe coloco uma tatuagem numa cicatriz .Felizmente que mãe há só uma, a que me pariu e mais nenhuma.
ResponderEliminarDesculpem em ir em contramão mas quem as levou fui eu.
Gostava de ter um bilhete de identidade como os do tempo da outra senhora e dizer: Joaquim Escória, filho de mãe incógnita.
Este é o texto que contém a memória mais triste e o que expressa mais raiva entre todos os que tenho lido sobre "a Mãe" em sentido geral e sobre "cada mãe" em particular.
ResponderEliminarAtrevo-me a dizer que casos como o que este Anónimo relata não são a regra e sim a excepção.
O seu registo ressuma infelicidade em todas as palavras aqui gravadas.
Júlia Ribeiro
Sabe-se lá se terá sido assim..Já um poeta era um fingidor..Não estará também o antepenúltimo comentarista, sob o anonimato a querer ir em contramão com o pé direito. Lá que brincalhão parece ser. Mas se as levou no anonimato talvez alguma culpa tenha tido no cartório. A culpa, se culpa houve,não foi só de um. Se culpa teve foi bem feita! Só se perderam as que cairam no chão.Toma e para aprenderes hás-de derramar lágrimas de contentamento em companhia das meninas que puseram as "mães de Bragança" em polvorosa. Coisas do destino ou da forma como determinamos parte da nossa vida! O filósofo Agostinho da Silva também não usava bilhete de identidade e tinha como companheira uma gatinha..mas vamos acreditar que tudo o que se escreveu foi brincadeira! Mas não nos devemos esquecer que " com a verdade me enganas" e também se deverá ter presente que muitas vezes se " diz a verdade a mentir"..Seja como for mãe é mãe..em todas as circunstâncias..E de filhos nem todos são iguais ainda que irmãos do mesmo ventre. Se não se importa e não me leva a mal O nosso " bagueiro" talvez as tenha merecido por ter rasgado calças e joelhos em dia de missa! Benditas mães que tão ilustres filhos nos deste! E vivam todos; filhos e enteados, bem vestidos ou esfarrapados.Vai uma subscrição pùblica do tipo daquela que levou o Constantino a fazer-se baptizar com uma canastra de nomes , sobrenomes e apelidos sonantes.Viva a concórdia filial na vingança e na companhia de meninas de alterne..A menina dança? Só com quem tiver bilhete de identidade e válido. O SEF anda à espreita.
ResponderEliminarGostei desta resposta....só se perderam as que caíram no chão..olha agora ..nao se lembrara esse "bagueiro" doutras coisas mais lindas para escrever? Grande resposta repleta de saberes!...é assim mesmo.
ResponderEliminarMenina Júlia , sou a anónima das 2 e 21. Sou a mila e sou moncorvense de coração. Estudei em moncorvo e fui completar a minha formação para fora. Os melhores amigos e mais puros foram os que passaram na minha vida em moncorvo. Amo moncorvo, o seu cheiro,a sua cor, e tudo quanto lá respirei. Abençoado o cinzel que escullpiu essa terra abençoada.
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