terça-feira, 5 de maio de 2015

TORRE DE MONCORVO - ADEGANHA

Nossa Senhora do Castelo. Foto de Jorge Delfim.
  Ainda há pouco tempo, declinava Agosto, um amigo levou-me à festa da Nossa Senhora do Castelo, na Adeganha (Moncorvo) de que apenas conhecia o queijo, a Igreja Românica e alguma gente, simples e boa.Mau grado o meu lado agnóstico, comoveu-me profundamente a espiritualidade ( mais do que a religiosidade) das pessoas, a descerem o íngreme monte, donde tudo se avista e o homem, perante tanta imensidão, se recolhe à sua pequenez e mergulha nas profundidades do sagrado.
Depois, na hora profana, assisti a um acto de solidariedade e partilha, de que só guardo memória quando navego até à minha infância e me revejo nos piqueniques da Nossa Senhora da Esperança.
À luz de um grande gerador eléctrico, montaram mesas, colocaram toalhas, comida e vinho para quem quisesse, fosse ele ou não forasteiro.
De algumas centenas de pessoas que deambulavam pelo terreiro do arraial, para mal dos meus pecados e da penitência que não cumpro, os fumadores contavam-se pelos dedos.
( O amigo que me facultou este encontro e partilha já partiu para sempre, mas continuo a ter muitas saudades dele, o Beto Castelo).
Rogério Rodrigues

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Postado a 02/03/2011

4 comentários:

  1. Amigo Rogério o teu texto fez-me lembrar Abril - um dia de Abril na Senhora do Castelo.Foi pelo ano de 1984, o Beto Castelo convenceu-me a tirar um dia de trabalho para ir com ele e com o Sr. Vilela, dono da propriedade, a passá-lo ali. Foi quando eu conheci aquele povoado castrejo e me foi mostrada uma colecção de moedas antigas ali encontradas e outras curiosidades arqueológicas de Adeganha, algumas das quais enriquecem o Museu do Ferro e nele estão graças ao Sr. Vilela, ao Beto e a mim próprio. Mas o objectivo principal daquele dia de relaxamento na Senhora do Castelo era de carácter gastronómico. Sim: o Beto preparava as Favas como ninguém! E a partir de então, em cada ano, por Abril, os três tínhamos um dia de encontro marcado para ir à Senhora do Castelo comer uma Favada! A princípio éramos os três, depois juntaram-se outros amigos. Lamento não ter aprendido com o Beto a cozinhar as Favas para convidar os amigos a acompanhar-me em Abril, por um dia, à Senhora do Castelo. J. Andrade

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  2. A tradição não é um muro de lamentações. A tradição só morre quando perdemos as raízes. Às vezes fica adormecida dentro de nós: acorda e vem a saudade ,a tristeza ,o maldito passado como um fantasma !Estamos vivo, porra. Retomar a tradição com alegria, acariciar u milagre de estarmos vivos. Voltamos a à senhora do Castelo ,voltamos à favada no mesmo lugar e com com um grupo de amigos. Os veteranos são os mestres de cerimónias do renascer da velha tradição .J.Andrade ,Rogério Rodrigues e velhos amigos do Beto se estão de acordo ,eu,Luis Afonso Guardado, moncorvense com mais raízes que vivencias, comprometo-me a organizar a festa. Em Abril FAVADAS NA SENHORA DO CASTELO! Recordar o Beto com o calor da amizade e do tinto.O texto tem esse sentido:dizer bem alto que o Beto não morreu! Aqui fica o desafio .Tem a palavra os veteranos!

    Luis Afonso Guardado.

    P.S.O Quim vai gostar deste desafio.

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  3. uma boa receita a recuperar «favas á Beto Castelo» com um clarete da fragada a preceito, vamos a isso...

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