Vilar de Perdizes voltou a realizar a "Serrada da
Velha"
Tradição do Barroso onde a sátira é protagonista, a
"Serrada da Velha" voltou a ser realizada na conhecida aldeia de
Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre. Um costume da quaresma onde os
homens, através da sátira, dedicam "O momento" às mulheres mais idosas
da aldeia, as avós. Trata-se de um cantar muito próprio que nem todos sabem
protagonizar. Com o padre Fontes a liderar o cortejo, este passou pelo lugar do
Outeiro onde este ano volta a realizar-se o "Auto da Paixão".
Foi ao luar de uma noite agradável que os habitantes de
Vilar de Perdizes, uma das freguesias com maior visibilidade do concelho de
Montalegre, cumpriram a "Serrada da Velha", tradição que acontece na
quarta feira a meio da quaresma. Os homens dirigem-se às mulheres mais idosas
da aldeia através de um cantar próprio, designado por "O momento".
«MAIS GENTE NOVA
DEVIA PARTICIPAR»
A assistir, pela
primeira vez, esteve o vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre. David
Teixeira aproveitou para enaltecer este tipo de iniciativas que «fazem parte do
sentido comunitário». No entender do autarca, «as velhinhas e avós sentem-se
importantes e fazem questão de receber os cantares, sempre com algo para
oferecer, mostrando o seu reconhecimento». Também como forma de assegurar esta
tradição, David Teixeira referiu que «mais gente nova devia participar e
perceber o sentido destas pequenas homenagens da comunidade». Na mesma linha,
afirmou que é o momento de «reviver sensações e emoções, não no sentido de
recriar mas de viver de novo». Dando como exemplo a criação do Ecomuseu de
Barroso, o número dois da edilidade conclui ao defender que é preciso «não
deixar acabar algo que é nosso e que nos faz sentir diferentes».
«NOITE INTERESSANTE»
Em nome da
organização, a Associação de Defesa do Património de Vilar de Perdizes, a
presidente Deolinda Silva mostrou-se satisfeita porque se tratou de «uma noite
interessante, alegre, divertida, uma brincadeira e, sobretudo, o manter de uma
tradição». É com determinação que Deolinda da Silva diz: «não é fácil porque
cada vez há menos gente a participar mas vamos continuar a teimar. Temos que
continuar caso contrário, as coisas ficam penduradas no tempo e nunca mais se
encontram».
Também o padre Fontes fez questão de cumprir a tradição
percorrendo as ruas da aldeia. No final assegurou que tudo decorreu numa «noite
agradável e serena com um número simpático de pessoas, mais mulheres do que
homens, antigamente era ao contrário». A realização do "Auto da
Paixão", esclareceu o pároco, também acabou por ser «um treino e provocar
o cumprimento destas tradições que envolvem as pessoas».
Fonte; http://www.cm-montalegre.pt/
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